Tourinho critica opção do governo pelo gasoduto Venezuela-Brasil -Argentina



Ao referir-se à reunião ocorrida na manhã desta quarta-feira (26) entre os presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela, em que o presidente Hugo Chávez garantiu para julho a apresentação do projeto final do gasoduto interligando os três países, o senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) criticou o governo federal por optar pela execução da obra em detrimento da construção de outros gasodutos menores e mais baratos como o Gasoduto do Nordeste (Gasene).

Na avaliação do senador, o governo ao invés de planejar a construção do gasoduto continental, deveria iniciar logo a construção dos gasodutos Urucu-Porto Velho, Coari-Manaus e sobretudo do Gasene, cujos custos estariam em torno de apenas US$ 1,5 bilhão cada um, contra cerca de US$ 23 bilhões do projeto envolvendo os três países.

Além de questionar o alto custo do gasoduto Venezuela-Argentina-Brasil, ainda não definido totalmente, Tourinho reclamou de o governo Lula não ter acrescentado nem um metro à rede do Gasene, mesmo em face de uma crise iminente de abastecimento de energia elétrica na Região Nordeste.

- Vi hoje Lula preocupado com crise de energia na América do Sul, mas não com a crisede energia do Nordeste, que é crise anunciada - alertou Tourinho, lembrando queo próprio governo já adquiriu, para a Região Nordeste, energia emergencial para 2008.

Tourinho lançou dúvidas sobre a viabilidade econômica do gasoduto transnacional diante da recusa da Venezuela, alegando razões estratégicas, em revelar o valor das reservas de gás a ser exportado. De acordo com o senador, a possibilidade de a Venezuela ser obrigada a subsidiar o gás para viabilizar o projeto colocaria o Brasil em situação de dependência desse país, do mesmo modo que já ocorre em relação à Bolívia.

- Mas se não tiver preço subsidiado esse gás vai chegar aqui por 20 dólares por milhão de BTUs [unidade térmica britânica], cerca de 5 ou 6 vezes o preço do gás hoje. Onde está o estudo de viabilidade econômico-financeira disso? - questionou.

Vários senadores apartearam Tourinho. Valdir Raupp (PMDB-RO)criticou a Petrobras pela indefinição com relação á viabilidade do gasoduto Urucum-Porto Velho. Sibá Machado (PT-AC), defendeu a Petrobras e ressaltou a importância das negociações com a Venezuela para a diversificação dos fornecedores de gás para o Brasil. Arthur Virgílio (PSDB-AM)e José Agripino (PFL-RN) acusaram o governo usar o projeto com finalidade eleitoreira e de marketing político, dada a inviabilidade econômica da obra.

26/04/2006

Agência Senado


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