Trabalhadores domésticos poderão ter regras comuns no Mercosul
As relações de trabalho dos empregados domésticos poderão ser regidas por normas comuns nos quatro países - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - que integram o Mercosul. As regras constam de projeto de norma que define o Regime Laboral do Pessoal de Serviço Doméstico, aprovada nesta segunda-feira (30) pela Comissão de Trabalho, Políticas de Emprego, Seguridade Social e Economia Social do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu.
Apresentado pela deputada argentina Mabel Müller, o projeto será agora examinado pelo Plenário do parlamento regional. Uma vez aprovado, será encaminhado ao Conselho do Mercado Comum, que poderá transformá-lo em uma decisão do próprio conselho. Neste caso, a decisão terá de ser referendada pelos parlamentos de cada país membro, para se tornar lei.
Segundo o projeto, presume-se uma relação de serviço doméstico quando ocorra o trabalho em dias fixos da semana no domicílio do empregador, com habitualidade horária de entrada e de saída. Entre as obrigações do empregador, destacam-se no projeto as de prover alimentação e moradia, "sã e suficiente", adequada às necessidades do trabalhador, e de pagar diariamente os gastos de transporte do trabalhador, desde a sua residência ao local de trabalho, na ida e na volta.
A jornada de trabalho diária, ainda de acordo com o projeto, será de no máximo oito horas diárias, com um descanso de meia hora. Por outro lado, os trabalhadores poderão integrar-se a associações sindicais.
Na opinião do deputado George Hilton (PRB-MG), que participou da reunião da comissão, o projeto pode ser considerado um passo adiante em relação às atuais regras que regulamentam o trabalho doméstico.
- É um avanço na área trabalhista, uma grande demanda que o Mercosul terá nos próximos anos. Além dos direitos que já são garantidos em alguns países, como férias, décimo-terceiro salário e contribuição para a aposentadoria, nesta proposta abre-se também a possibilidade de se criar um sindicato para a categoria, o que é algo novo - afirmou o deputado.
30/11/2009
Agência Senado
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