TRÊS PECS RESULTAM DO TRABALHO DA COMISSÃO DA POBREZA



Sob aplausos, a Comissão de Erradicação da Pobreza encerrou nesta quarta-feira (dia 24) seus trabalhos, aprovando três propostas de emenda constitucional que irão agora ao exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, antes de serem deliberadas em plenário. Entre essas emendas está uma que é objeto de luta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) desde 1991 - a que obriga o Estado a garantir a todo cidadão sem condições materiais de sobrevivência uma renda mínima suficiente, pelo menos, para gastos com alimentação, vestuário, moradia e locomoção.
A mesma proposta inclui, na lei orçamentária anual, o Orçamento Social, idealizado pela senadora Marina Silva (PT-AC) e que compreenderá todos os gastos da administração direta e indireta com saúde, educação, assistência social, reforma agrária, habitação popular e saneamento. A segunda proposta, também apresentada pelo PT, garante a preservação do poder aquisitivo do salário mínimo, independentemente da periodicidade dos reajustes.
A terceira proposta, elaborada pelo relator da comissão, deputado Roberto Brant (PFL-MG), com base em iniciativa do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, institui o Fundo Constitucional de Combate à Pobreza e uma contribuição social sobre movimentação ou transmissão de valores e créditos financeiros. Na última reunião da comissão, foram aprovadas algumas alterações nessa proposta. Em vez de nove membros, o Conselho Nacional da Solidariedade, responsável pela administração do Fundo, terá 12 integrantes, e será diretamente subordinado ao presidente da República.
Resultante de consenso entre os membros da comissão, o relatório final de Brant acatou emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para fixar a competência do Congresso Nacional na regulamentação do funcionamento desse Conselho. Acatou também emenda do senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) para incluir o produto da arrecadação do Imposto sobre Grandes Fortunas, ainda a ser criado, entre as fontes de recursos do Fundo de Erradicação da Pobreza.
Foram aprovados ainda requerimentos para que se realize um censo objetivando a coleta de dados referentes aos moradores de rua; e para que o relatório final seja traduzido para o inglês, a fim de ser enviado a organismos internacionais. Roberto Brant também incluiu em seu relatório a idéia de a comissão tornar-se um organismo permanente, a fim de que seus trabalhos tenham continuidade.
Vice-presidente da comissão, a senadora Marina Silva considerou valiosa essa idéia e louvou a importância do trabalho realizado pela comissão. Roberto Saturnino se disse satisfeito com a finalização dos trabalhos e cumprimentou o espírito democrático do relator. "Esta comissão vai marcar época na história política do país", afirmou. O relatório de Brant foi aprovado por unanimidade.

24/11/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


MARINA COLETA ASSINATURAS PARA PECS DA COMISSÃO DA POBREZA

COMISSÃO DA POBREZA DEFINE PLANO DE TRABALHO

TRABALHO DA COMISSÃO DA POBREZA MARCOU ÉPOCA

COMISSÃO DA POBREZA TERÁ PRIMEIRA REUNIÃO DE TRABALHO NA QUARTA

Comissão analisa requerimentos de anistia de três grupos de trabalho

PECS DA POBREZA: SUPLICY QUER REUNIÃO COM FHC ANTES DE VOTAÇÃO DE RELATÓRIO