Tucanos disputam lugar no ninho. Com diplomacia





Tucanos disputam lugar no ninho. Com diplomacia
Ministro da Saúde e o governador do Ceará firmam pacto de não-agressão, mas cada um luta com as armas que dispõe

A avaliação no PSDO é que tanto Tasso quanto Serra têm respaldo para articular a sucessão presidencial. A sorte está lançada e o mais bem-sucedido leva a vaga para concorrer.

O pacto de convivência firmado entre os dois pré-candidatos do PSDB com maior chance de disputar a Presidência da República em 2002 - o ministro José Serra e o governador Tasso Jereissati - está movimentando o ninho dos tucanos desde a semana passada.

Na terça à noite, Tasso jantou no apartamento de Serra em Brasília. Entre garfadas de espaguete e goles de vinho, firmaram um pacto de não-agressão e o compromisso de se apoiarem caso um deles seja realmente o escolhido.

Apesar de as ações políticas da semana passada terem favorecido o governador cearense, os aliados de Serra reagem com diplomacia. A avaliação no partido é que tanto Tasso quanto Serra têm respaldo para articular a sucessão presidencial. Ou seja, a sorte está lançada e o mais bem-sucedido leva a vaga. Cada um agirá como bem entender.


Ex-publicitário de Collor é condenado.
O publicitário Almir Sales, dono da Setembro Propaganda, de Belo Horizonte, que coordenou a campanha publicitária de Fernando Collor de Mello à Presidência da República em 1989, foi condenado a oito anos e dez meses de prisão, além de multa, sob a acusação de sonegação fiscal e falsificação de documentos.

Trata-se de decisão de primeira instância da qual o empresário está recorrendo em liberdade. O juiz André Prado Vasconcelos, da 4ª Vara da justiça Federal de Minas Gerais, julgou que Sales e Eliú Ferreira Neres, gerente financeiro, omitiram informações às autoridades e fraudaram a fiscalização. Neres recebeu pena igual e recorre em liberdade.

Segundo a acusação, Sales e Neres valeram-se de artifícios para reduzir a base de cálculo de tributos devidos ao fisco e gerar "caixa dois" na Setembro, além de transferir recursos para o "esquema PC" (de Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Collor).

A sentença foi proferida com base em denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em 1995. A denúncia afirma que, na campanha de Collor, Sales "associou a Setembro aos destinos do candidato, vindo a prestar serviços a inúmeros órgãos públicos".


Equipe de Padilha investigada.
O Ministério Público Federal, em Brasília, vai solicitar nos próximos dias a quebra do sigilo bancário e telefônico de dois importantes auxiliares do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. São eles o chefe de gabinete, Raimundo Dantas dos Santos, e o chefe da Assessoria Parlamentar, Marco Antônio Rossi Tozatti.

Eles são acusados por duas testemunhas de estarem envolvidos com remessas ilegais de dólares para o exterior. O pedido de quebra de sigilo será apresentado à justiça Federal. Além disso, o Ministério Público vai solicitar à Receita Federal uma extensa auditoria nas contas dos dois colaboradores de Padilha.

Será solicitado à Polícia Federal que inclua os dois nomes no inquérito já instaurado para investigar o ex-consultor jurídico do Ministério dos Transportes, Arnoldo Braga Filho, afastado no início deste mês, após a denúncia de seu envolvimento em remessas ilegais de dólares ao exterior. Os procuradores que investigam o caso afirmam que manterão, por enquanto, os nomes das testemunhas do caso em sigilo.


Roubadas jóias da famfiia de JK.
Na semana passada, uma quadrilha invadiu uma agência do Banco de Brasília, na capital federal, seqüestrou três funcionários e limpou 70 cofres. O caso adquiriu relevância além do noticiário policial quando se descobriu que, entre os itens roubados, foi levada uma série de jóias e de objetos pessoais da família de Juscelino Kubitschek.

A história foi revelada em reportagem do jornal Correio Braziliense. O patrimônio estava depositado ali desde o ano passado, justamente para não cair nas mãos de ladrões. Os bandidos saíram da agência com quatro maletas de couro, dez sacos de lixo e quatro malotes. Eles estavam carregados com 72 peças que pertenciam à família do ex-presidente.

O levantamento completo das perdas ainda não foi concluído, mas os gatunos levaram muitas jóias femininas, como o colar que a ex-primeira-dama Sarah usou no dia da inauguração de Brasília. Também se perderam algumas peças de valor histórico, como um relógio de JK. "Se a polícia não conseguir de volta os objetos, a família deve processar o Banco de Brasília", diz um amigo da família.


Bornhausen propõe uma prévia entre os partidos
Presidente nacional do PFL veio ao Estado para articular uma possível aliança regional com o PPB: “Estamos próximos”.

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, propôs ontem, em Porto Alegre, uma prévia interpartidária, na qual cada um apresentaria seu candidato para tirar o nome de consenso à sucessão de Fernando Henrique Cardoso.

Disse que a proposta surgiu por não existir uma candidatura natural de destaque entre os partidos da base governista,
Bornhausen, que participou ontem do 1º Encontro de Jovens Talentos do PFL/RS, tem agendado hoje pela manhã um encontro com a executiva estadual do PFL, na Câmara de Vereadores, sobre alianças em 2002. À tarde ' reúne-se com o presidente regional do PPB, Celso Bernardi, para falar sobre a união das duas siglas. "Estamos bem próximos", avisou.

A respeito da viagem à Espanha que fará com o presidente Fernando Henrique, o senador acredita que vai ajudar numa definição dos partidos aliados ao governo visando às eleições de
2002.


PMDB propõe que PPS receba apenas os cargos que ele perde.
O deputado Mário Bernd (PPS) classificou de "incoerência e mesquinhez", a posição dos deputados do PMDB, que admitem que o partido perca os cargos, mas não aceitam que o PPS assuma os 27 cargos a que tem direito. "Foram eles mesmos que votaram a lei e a resolução", protesta.

Bernd acredita que os peemedebistas não querem cumpri-la ou não sabiam o que estavam votando. Acha estranho que não tenham reclamado da formação do PC do B, com o ingresso de Jussara Cony, e da saída do deputado Bernardo de Souza do PSB, que criou a bancada do PPS.

Já Alexandre Postal, do PMDB sustenta que seu partido fez mais de 1 milhão de votos, não tendo obrigação, pelo regimento interno, de entregar os cargos, mas sugere que os perdidos pelo seu partido sejam repassados ao PPS. "Não podemos criar gastos para a Assembléia. Creio que os deputados que foram para o PPS não estavam atrás de cargos", diz o peemedebista.


Medeiros teme o retorno do paraíso
Um desvio de dinheiro pode tirar dele o mandato que o fez trocar o macacão por ternos de grife

Ele trocou o macacão de metalúrgico pelo terno de grife, a cachaça pelo uísque. Cortou o bigode, apostando em um visual mais refinado. "Bigode funciona em assembléia de sindicato. Em palanque é um fracasso", diz o deputado federal Luiz Antônio de Medeiros (PL/SP).

Fundador da Força Sindical, o homem do sindicalismo de resultados namorou socialites, deu o toque proletário em festas chiques, foi cortejado por empresários, recebeu cortesias de ministros. No auge do governo Fernando Collor, virou amigo do presidente e frequentou a Casa da Dinda. O operário chegou ao paraíso. Mas, desde o início deste mês, vive seu inferno político. Ele é acusado de ter desviado US$ 2 milhões doados. por empresários dispostos a garantir, em 1990, o início da Força Sindical, concebida para rivalizar com a CUT.

O deputado está sendo investigado pela Polícia Federal e pela Corregedoria da Câmara. Corre o risco de ser julgado pelo Conselho de Ética e perder o mandato. Na semana passada, pensou em renunciar. "Fiquei arrasado. Minha mulher caiu em depressão, minha filha teve que sair de
casa dizendo que era filha da empregada para despistar jornalistas. Um inferno." Agora, se sente apunhalado. "Meus inimigos sempre foram do PT. A ironia é que quem sonha em me dar o tiro final é esta burguesia hipócrita", diz, garantindo ser vítima de um complô armado com a cumplicidade do ex-assessor Wagner Cinchetto. "Não sou santo, mas não fiz sacanagem com o dinheiro da Força Sindical.

Posso ter cometido uma ilegalidadezinha aqui, outra ali. Mas não embolsei dinheiro nenhum", afirma.
Medeiros jura que vive dos R$ 8 mil como deputado e R$ 6 mil como diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. Engorda o orçamento com palestras sobre auto-estima. Cobra de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Mora numa casa de 700 metros quadrados, que jura, foi financiada pela CEF.

É visto com freqüência em restaurantes da moda, vestindo ternos bem cortados e tomando champanhe Veuve Clicquot. Na terça-feira, o ex-assessor Wagner Cinchetto deverá depor na corregedoria da Câmara. Se o processo chegar ao Conselho de Ética, o ex-operário poderá distanciar-se ainda mais do paraíso.


Editorial


Os grandes desaceleram

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico divulgou, na última sexta-feira, dados sobre o crescimento dos países desenvolvidos. E os números indicam que 2001 deverá ser o pior ano, desde 1982, para essas economias. As previsões são de que, em 2002, os resultados serão apenas ligeiramente melhores.

O crescimento médio dos 30 países pertencentes à Organização deverá ficar, este ano, próximo de 1%. Em 2002 esse índice poderá subir para 1,2%. Em maio a OCDE havia feito previsões mais otimistas: expansão de 2% este ano e de 2,8% para 2002.

Os dados refletem o impacto negativo dos atentados terroristas nos Estados Unidos sobre a economia mundial. Antes do 11 de setembro, técnicos do Fundo Monetário Internacional estavam prevendo que as maiores economias do mundo cresceriam 1,3% em 2001 e 2,1% em 2002.

Estas previsões fortalecem a opinião da maioria dos economistas, que acreditam que a retomada econômica norte-americana só se dará a partir do segundo semestre do ano que vem.

Enquanto Estados Unidos, Alemanha e Japão devem ter uma pequena expansão neste e no próximo ano, em vários países os números indicam uma redução do crescimento. É o caso da Grã-Bretanha, França, Itália e da economia da União Européia como um todo. Se estas previsões se confirmarem, países emergentes, como Brasil e Argentina (especialmente esta, envolvida em profundas e sucessivas crises) deverão amargar um período de estagnação econômica, reflexo da desaceleração da economia mundial.


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10/22/2001


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