Tuma destaca resultado da conferência da Unctad em favor dos países mais pobres



O senador Romeu Tuma (PFL-SP) destacou o resultado da 11ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), realizada na cidade de São Paulo, no período de 10 a 12 de junho, com a participação de 192 países. Na opinião do senador, o que se debateu no encontro é algo que interessa ao mundo todo e, especialmente, aos países que, como o Brasil, lutam pela elevação de seus índices econômicos e sociais.
Ele se disse satisfeito com o fato de a reunião ter concluído seus trabalhos com uma espécie de conclamação à luta contra a fome e a pobreza no mundo. No documento final do encontro, lembrou Tuma, “apropriadamente denominado Espírito de São Paulo”, os signatários pediram aos governos de todas as nações, principalmente aos das mais ricas, a adoção de instrumentos e medidas no plano comercial e no financeiro para que os pobres tenham acesso a emprego e a remuneração adequados, para saírem da indigência. A declaração final da conferência, ressaltou ainda Tuma, destaca a necessidade de acelerar as negociações da chamada Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). Isso inevitavelmente, disse o senador, levará ao aprofundamento do debate em torno dos subsídios oferecidos pelos países ricos aos seus produtores, sobretudo aos produtos agrícolas. - Não mais se aceita o fato de que a distância entre os países ricos e pobres tenha permanecido praticamente a mesma após 40 anos de criação da Unctad. Tenho a esperança de que saímos todos da conferência mais fortalecidos na crença de que as negociações comerciais mundiais precisam avançar e, ainda, de que uma nova geografia do comércio haverá de se impor, em especial no fortalecimento do intercâmbio Sul-Sul – afirmou Tuma. Ao longo das últimas quatro décadas, acrescentou, a agenda do desenvolvimento – razão de ser da Unctad e do G-77 (grupo de países não-alinhados que clamam por políticas de desenvolvimento) – parece ter sido deixada de lado, em benefício dos princípios do Consenso de Washington e das políticas de ajuste estrutural. Isso se expressou, observou Tuma, pela preponderância da agenda estritamente comercial, o que explica inclusive o surgimento da OMC. Para o senador, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi extremamente feliz ao pedir na conferência um novo Plano Marshall, desta vez para apoiar as nações em desenvolvimento, e ao pregar a integração comercial entre os países do Hemisfério Sul. Tuma também destacou o discurso do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, que alertou durante o encontro em São Paulo para a necessidade imperiosa de que sejam introduzidos novos parâmetros no comércio mundial, para facilitar o acesso dos produtos dos países mais pobres aos mercados mais desenvolvidos, como forma de se alcançar a justiça social.

12/07/2004

Agência Senado


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