Unesco reitera papel da ciência na sustentabilidade



É possível conciliar desenvolvimento, preservação e ciência. A avaliação é da diretora de Política de Ciência e Tecnologia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Lidia Brito, que participa do Fórum Mundial de Ciência (FMC) 2013, no Rio de Janeiro.

“Há bons exemplos disso e é na ciência integrada para o desenvolvimento sustentável global que se vai encontrar essa resposta”, afirma Lidia, que é ex-ministra de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia de Moçambique. “Aí é a grande força da ciência. Fazer ciência, produzir conhecimento é isso. Saber que é preciso aliar, que não é possível fazer desenvolvimento sem manter o planeta saudável”.

Para a diretora, o fato de o FMC 2013 reunir representantes de todas as esferas e de diferentes setores permite olhar o papel da ciência para o desenvolvimento global em uma perspectiva diferente daquela que se tem como cientistas. “Que este fórum possa fortalecer essa comunicação, de que esse equilíbrio é possível e que o necessário é nossa comunidade manter o diálogo com os decisores políticos, as empresas e a sociedade, para que nesse triângulo [delimitado pelas três esferas] possa ser encontrado”.

Lidia, que é engenheira florestal, observa que a realização desta 6ª edição no Brasil destacou a discussão sobre as florestas, tratada em duas sessões específicas. “A Amazônia presta serviços ecológicos ao resto do planeta. Como preservá-la e garantir uma vida melhor para as pessoas que tomam conta desse recurso – e muitas vezes já sabem viver em harmonia com ele há séculos –, além de espaço de decisão para que sejam ativas nesse processo?”

Ela lembra que a Unesco mantém o programa O Homem e a Biosfera para cuidar desses sítios naturais de grande riqueza ecológica e de suas populações, promovendo a troca de experiências e a difusão de boas práticas.  

A seu ver, a escolha do Brasil como sede do fórum neste ano “deu uma nova dimensão” em relação aos eventos, ocorridos na Hungria, com destaque inédito às questões pertinentes ao Hemisfério Sul, como as relativas a água, florestas, educação para a ciência e estímulo à formação de engenheiros.

A dirigente elogiou o processo dos encontros preparatórios realizado no Brasil, por amadurecer os debates antes do fórum propriamente dito. “Essa experiência vai dar uma contribuição muito grande sobre como fazer política científica”.

Painel

No evento no Rio, Lídia coordenou sessão sobre a criação de massa crítica para o desenvolvimento sustentável nesta segunda-feira (25). “Falou-se que elas precisam ousar, ter um papel pioneiro”, relata. “Discutimos o que as universidades precisam fazer para reconquistar essa condição, de produzir conhecimento a favor da sociedade”.

Ela cita, entre os desafios, o delineamento de novos modelos e novas plataformas para a transdiciplinaridade.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



27/11/2013 08:11


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