Única certeza: Lula garantido na reta final









Única certeza: Lula garantido na reta final
Petista tem 48% dos votos válidos. A quatro dias da votação, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, continua em ascensão nas pesquisas eleitorais. A mais recente sondagem do Ibopemostra que Lula chegou ao patamar de 43% das intenções de voto, dois pontos percentuais à frente do resultado apurado na semana passada pelo mesmo instituto.

Isso equivaleria a 48% dos votos válidos, margem insuficiente para vencer e encerrar a disputa presidencial logo no primeiro turno, situação em que é necessária metade mais um dos votos válidos (descontados os nulos e os brancos).

Confirmadas as intenções de voto apuradas pelo Ibope, quem disputaria com Lula um eventual segundo turno seria o candidato do PSDB, José Serra. Ele começou esta semana decisiva em segundo lugar, com 19% da preferência eleitoral, correspondentes a 21% dos votos válidos.
Logo atrás, aparece Anthony Garotinho, do PSB, com 16%, o equivalente a 18% dos votos válidos. O quarto lugar é de Ciro Gomes, do PPS, com 11% . Os indecisos e que declaram que pretendem votar em branco ou nulos somaram 10%.

A pesquisa do Ibope, reflete uma disputa tão acirrada que só permite uma previsão segura: o candidato do PT continua o único com vaga garantida para um eventual 2 turno. Embora seja candidato pela quarta vez, Lula só participou do 2 turno uma vez, contra Fernando Collor em 1989.


Argentinos calmos na abertura do "corralito"
O primeiro dia de abertura parcial do "corralito" foi bem mais tranqüilo do que esperava o próprio governo argentino. Com seu dinheiro preso desde dezembro passado, poucos correntistas foram ontem aos bancos para resgatá-lo. No maior banco privado do país, o Galícia, só 1,5% do dinheiro foi movimentado, em parte para cadernetas de poupança e contas correntes.

"Houve muitas consultas, de pessoas que virão nos próximos dias, para definir o que fazer com o dinheiro", informou a assessoria de imprensa do banco. Criado pelo ex-ministro Domingo Cavallo, para impedir a fuga de depósitos bancários, o "corralito" abriu-se agora para fundos de renda fixa com saldo de até 13,5 mil pesos, beneficiando 640 mil depositantes.


Gol confirma que vende 20%
Há dez estrangeiros interessados. O vice-presidente de da Gol Linhas Aéreas, Tarcísio Gargioni, confirmou ontem que a empresa está examinando propostas de pelo menos dez investidores (nacionais e estrangeiros), que estariam interessados em comprar até 20% da companhia, percentual máximo permitido pela legislação brasileira para participação de capital externo em empresas aéreas.

A afirmação foi feita durante um almoço em que participaram agentes de viagem e executivos da rede hoteleira Accor. "Não estamos descapitalizados, mas não podemos dizer não a uma boa proposta. Pode ser que anunciemos algo ou pode ser que nada aconteça", afirmou Gargioni. De acordo com o site "Panrotas", especializado em turismo, que esteve representado no almoço, Gargioni revelou que o investimento pode chegar a US$ 60 milhões.

É a primeira vez que um executivo da Gol afirma que a empresa negocia a venda de parte de seu capital. Há duas semanas, uma fonte do Departamento de Aviação Civil (DAC) confirmou a este jornal que a empresa já havia comunicado a existência das negociações. Em nota oficial, na época, a Gol negou qualquer tentativa de venda.


TV paga pode ter rede única
Infra-estrutura seria compartilhada. O compartilhamento das redes de infra-estruturas das televisões por assinatura promete ser a mais polêmica das propostas a serem apresentadas na feira da Associação Brasileira de Telecomunicações por Assinatura (ABTA), que se realiza em São Paulo entre os dias 15 e 17.

Por enquanto, a idéia é discutida discretamente dentro do setor, que enxergam nessa possibilidade uma forma de redução de custos.

A Net/Sky, que responde pela maior parte dos cerca de US$ 5 bilhões investidos em 43 mil quilômetros de rede nos últimos dez anos, não confirma, mas também não descarta a possibilidade. Em comunicado divulgado na noite de ontem, a operadora afirma que "todas as alternativas devem ser estudadas, desde que sejam rentáveis". A TVA, principal concorrente da Net/Sky, não manifesta sua posição.


Suzano quer sair da Politeno
A Braskem, com 35% das ações, diz que o assunto não é prioridade. A Suzano Petroquímica quer acelerar as negociações para o descruzamento da participação acionária na Politeno Indústria e Comércio, fabricante de polietileno do pólo de Camaçari (BA), avaliada em US$ 400 milhões, e com capacidade para 340 mil toneladas de resina por ano.

Suzano e Braskem dividem o controle da Politeno, com 35% de participação cada. As duas empresas são rivais no negócio petroquímico. A Braskem controla a central de matérias-primas de Camaçari, antiga Copene, fornecedora de eteno para a Politeno.

"Com a criação da Braskem ficamos numa situação desconfortável dentro da Politeno, já que as duas empresas tornaram-se concorrentes", diz Armando Guedes Coelho, diretor-superintendente da Suzano Petroquímica.

"Nossa participação está à venda e a Braskem demonstrou interesse em comprar. Só que não podemos aguardar indefinidamente. Se eles não comprarem, estamos dispostos a analisar a compra da parte da Braskem na Politeno, embora nosso foco seja o Sudeste."

Seguindo a estratégia de concentrar-se no Sudeste, a Suzano (que participa na central de matérias-primas de São Paulo, a Petroquímica União - PQU), está construindo a Rio Polímeros, dentro do Pólo Gás Químico do Rio, onde divide o controle com a Unipar. A partir de 2005, o pólo estará produzindo 540 mil toneladas por ano de polietileno.

Caso adquira o controle da Politeno, a Suzano poderá rivalizar com a Braskem e tornar-se líder na produção de polietileno, a resina petroquímica de maior demanda.

A Braskem informa que resolver o problema do descruzamento de participações na Politeno não é sua prioridade neste momento e prefere não comentar a possibilidade de a Suzano comprar suas ações na unidade. "A nossa prioridade, sem dúvida, é a integração dos ativos de primeira e segunda geração que já pertencem à empresa", diz o vice-presidente de relações institucionais, Alexandrino de Alencar.


Colunistas

Única certeza: Lula garantido na reta final
José Casado

Petista tem 48% dos votos válidos. A quatro dias da votação, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, continua em ascensão nas pesquisas eleitorais. A mais recente sondagem do Ibopemostra que Lula chegou ao patamar de 43% das intenções de voto, dois pontos percentuais à frente do resultado apurado na semana passada pelo mesmo instituto.

Isso equivaleria a 48% dos votos válidos, margem insuficiente para vencer e encerrar a disputa presidencial logo no primeiro turno, situação em que é necessária metade mais um dos votos válidos (descontados os nulos e os brancos).

Confirmadas as intenções de voto apuradas pelo Ibope, quem disputaria com Lula um eventual segundo turno seria o candidato do PSDB, José Serra. Ele começou esta semana decisiva em segundo lugar, com 19% da preferência eleitoral, correspondentes a 21% dos votos válidos.

Logo atrás, aparece Anthony Garotinho, do PSB, com 16%, o equivalente a 18% dos votos válidos. O quarto lugar é de Ciro Gomes, do PPS, com 11% . Os indecisos e que declaram que pretendem votar em branco ou nulos somaram 10%.

A pesquisa do Ibope, reflete uma disputa tão acirrada que só permite uma previsão segura: o candidato do PT continua o único com vaga garantida para um eventual 2 turno. Embora seja candidato pela quarta vez, Lula só participou do 2 turno uma vez, contra Fernando Co llor em 1989.

Esse desempenho olímpico de Lula vai transformá-lo em alvo central no último ato público desta campanha, o debate entre os principais candidatos à Presidência, amanhã à noite, na Rede Globo. Seu favoritismo é a razão óbvia, porém não é a única.

Durante as últimas três semanas, os adversários do PT constataram que Lula avança e, ao mesmo tempo, ajuda a impulsionar seus aliados estaduais. Tem sido assim, por exemplo, com José Genoíno, candidato do PT ao governo de São Paulo.

Colado ao líder do partido, Genoíno cresceu mais de uma dezena de pontos percentuais em um mês, em todas as pesquisas. Está virtualmente empatado com Paulo Maluf, do PPB, e pode realmente entrar na luta do segundo turno eleitoral paulista com o governador Geraldo Alckmin.

Para o PT, significaria um desempenho eleitoral ímpar, com chances reais de disputar, simultâneamente, os dois mais importantes orçamentos da República: da União e do governo de S. Paulo. O terceiro, da prefeitura paulistana, ele já controla.

A cúpula do partido de Lula planeja uma aposta firme nessa possibilidade, com ações de propaganda na maiores cidades paulistas até sábado. É até possível que tudo não passe de um erro de pesquisa, um delírio petista, ou ainda de um cálculo político superfaturado dos adversários do PSDB e do PPB paulista nessa primavera eleitoral. A resposta das urnas será conhecida na noite de domingo.


Editorial

O PAPEL DOS EMPRESÁRIOS NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

Estamos em outubro, um mês de grandes decisões nacionais, com a eleição do presidente da República, a renovação de dois terços do Senado e a escolha dos integrantes da Câmara dos Deputados e das Assembléias Legislativas de 27 unidades da Federação, além dos governadores. Como tem acontecido no Brasil nos últimos anos, a campanha eleitoral transcorreu sem incidentes até aqui e temos todas as razões para crer que chegaremos a 6 de outubro em clima de paz e tranqüilidade, reforçando a imagem das instituições democráticas.

Convém não esquecer, porém, que, findo o pleito, com a realização do segundo turno em 27 de outubro, começa o período de transição de governos. Para os mandatários do Poder Executivo federal ou estadual que conseguirem 50% dos votos válidos mais um já no primeiro turno, a transição começará bem mais cedo.

Chegou o momento, portanto, de o País preparar-se para um entendimento amplo com vistas ao encaminhamento de soluções para os grandes problemas nacionais. É difícil estabelecer uma escala de prioridades, mas, em nosso entender, não há problema mais premente para o Brasil, nesta hora, do que a questão do emprego. É absolutamente imprescindível, portanto, que o presidente eleito trate imediatamente de entrar em conversações com os empresários para começar a equacionar essa importante questão. Como disse ao jornal "Folha de S. Paulo" o empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do conselho de administração da Votorantim, um dos maiores grupos privados do País, em resposta à pergunta "Por que os políticos não ouvem os empresários?": "Talvez eles não gostem da gente. Mas quem cria empregos somos nós, não são os políticos".

Para se ter uma idéia do tamanho do problema, basta ver os resultados divulgados na semana passada da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em seis regiões metropolitanas. Segundo a gerente do IBGE responsável pela pesquisa, Shirlene Ramos, apesar da queda da taxa de desemprego de 7,5% da população economicamente ativa em julho para 7,3% em agosto, a tendência continua sendo de desemprego crescente. Isso porque, de janeiro a agosto deste ano, o desemprego acumulou uma taxa média de 7,3%, maior que a média do mesmo período do ano passado, que foi de 6,2%. Além disso, a pesquisa revelou que o número de pessoas à procura de emprego continua crescendo e em agosto deste ano já é 24,6% maior do que o total de agosto do ano passado.

Especialistas argumentam que o universo pesquisado, as seis regiões metropolitanas - São Paulo, Rio de janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador -, deixa de fora os novos empregos que estão sendo criados em outros pontos, atendendo à tendência de migração de indústrias para áreas de mão-de-obra mais barata. Sem falar nos investimentos nos agronegócios no Centro-Oeste, no Sul e em partes do Nordeste e de Minas Gerais, além do desenvolvimento do interior do Estado de São Paulo. Mas não se pode ignorar que nas áreas pesquisadas concentra-se a maior parte da população brasileira e é para essa massa que devem ser elaborados os planos especiais de criação de vagas de trabalho.

É reconhecida a capacidade do empresário brasileiro de responder de forma positiva aos desafios colocados para as suas empresas. Apesar das dificuldades criadas pela burocracia para a abertura de firmas, que complicam a vida principalmente dos empreendimentos de pequeno porte, das mais de 700 mil companhias instaladas no ano 2000 cerca de 90% tinham no máximo quatro empregados. É verdade que a taxa de mortalidade dessas pequenas empresas é elevada. Mas muitas sobrevivem e continuam gerando mais empregos, à medida que crescem no mercado.
Com a tendência atual de focar sua ação nas atividades-fim, as grandes empresas nacionais ou globalizadas instaladas no Brasil delegam as atividades-meio para as micro, pequenas e médias empresas, que se desenvolvem como terceirizadas, integrando a cadeia de produção das companhias maiores. E em muitos casos há a quarterização para fornecimento às terceirizadas. Isso dá relevo à importância das firmas menores, que precisam ser fortalecidas para poder exercer bem o seu papel dentro do mercado de trabalho.

Cabe ao Estado ainda incentivar a abertura de novas empresas, cooperativas de produção e sociedades monoprofissionais liberais e desenvolver as condições para que elas - e também as que já estão funcionando - permaneçam abertas, gerando novos postos de trabalho.


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10/02/2002


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