Valadares defende pesquisa com células-tronco embrionárias



 Em pronunciamento nesta quinta-feira (26), o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) defendeu a pesquisa com células-tronco embrionárias. Ele observou que essas células, que seriam capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo humano, abrem "uma nova fronteira na pesquisa médica" e trazem a promessa do tratamento de uma série de doenças incuráveis, como Alzheimer e Parkinson.

O assunto, como lembrou Valadares, está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal (STF), que julga Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005). A lei libera a pesquisa com embriões de clínicas de reprodução assistida, congelados há pelo menos três anos e destinados ao descarte.

Valadares esclareceu que existem as células-tronco embrionárias, as células-tronco adultas (encontradas na medula óssea, por exemplo) e aquelas que são retiradas do sangue do cordão umbilical. Segundo ele, as pesquisas apontam que todas teriam potencial terapêutico, mas é nas células-tronco embrionárias que se concentram as maiores expectativas.

- As células embrionárias são dotadas da capacidade, que o organismo adulto vai perdendo, de regenerar qualquer tecido onde venham a ser implantadas. É daqui que deriva seu ilimitado e revolucionário potencial terapêutico. Se a célula-tronco for injetada na região de um tecido cardíaco enfartado, por exemplo, ela se multiplica e recria tecido normal, regenera o coração - disse.

O senador destacou que as clínicas de reprodução assistida possuem milhares de pré-embriões inviáveis, que não podem ser implantados e permanecem armazenados por anos. Para ele, nada mais lógico do que destinar à pesquisa essas células-tronco, que jamais poderiam se transformar em um ser humano e, dessa forma, salvar vidas.

- Qual foi o argumento dos legisladores em relação ao transplante de órgãos? Todos nós nos lembramos: o coração saudável de uma pessoa que morreu num acidente não deve ir para o lixo, e sim para o peito de alguém que morrerá se não receber um coração novo. Acredito que da mesma forma deveremos legislar em relação às células-tronco dos pré-embriões - afirmou o parlamentar.

26/04/2007

Agência Senado


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