Valadares diz que desemprego é "herança cruel" do atual governo
O alto índice de desemprego no Brasil, que detém o segundo maior número de desempregados do mundo, com 12 milhões de pessoas, atrás apenas da Índia, que tem 42 milhões de desempregados, foi apontado pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) como "a herança cruel" do atual governo para seu sucessor. Afirmando que não há saída a curto prazo para a solução do problema, Valadares previu que o próximo presidente "gastará seu mandato tentando consertar os erros imperdoáveis" cometidos pelas autoridades econômicas nos últimos oito anos.
- As perspectivas não são animadoras, porque o governo atual nos tornou reféns dos interesses do sistema financeiro internacional, que nos cobra juros intoleráveis, das metas do Fundo Monetário Internacional e da voracidade dos capitais especulativos - alertou o senador.
Levantamento relativo a abril aponta recorde histórico de desemprego - 20,4% - na Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em março, a taxa registrada na mesma localidade foi de 19,9% . Em abril do ano passado, havia sido de 17,7%.
Na opinião do senador, o percentual, que, em números absolutos representa 1,9 milhão de pessoas, é especialmente grave porque foi levantado na região que destacou como "o mais importante termômetro econômico do país", onde está concentrada grande parte do poderio industrial e comercial nacional.
- O avanço do desemprego está provocando sérios abalos na auto-estima do povo brasileiro, nas frágeis estruturas de sustentação do nosso edifício econômico e social e é uma ameaça real entre os pobres e a classe média - enfatizou o senador.
Valadares ressaltou que a taxa de desemprego encontrada na faixa etária entre 18 e 24 anos é muito elevada, o que, segundo o parlamentar, além de grave sinal é um alerta para a dificuldade cada vez maior que o jovem enfrenta para conquistar um lugar no mercado de trabalho globalizado. Essa mesma situação, informou, é vivida por outras regiões metropolitanas do país, como Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Recife, em Salvador e em Porto Alegre.
18/06/2002
Agência Senado
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