Valadares quer inserir produção de mel do semi-árido nordestino no programa Mais Alimentação



O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) sugeriu a inclusão da produção de mel de abelha do semi-árido do Nordeste no programa Mais Alimentos, cujo lançamento pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário está sendo anunciado para o dia 2 de julho. O programa objetiva dar uma resposta do Brasil à crise alimentar mundial e à alta excessiva das commodities agrícolas (soja, trigo, milho), além de alcançar um excedente de produção de 18 milhões de toneladas ao ano. Cria, também, uma linha de crédito no valor de até R$ 100 mil para beneficiar um milhão de agricultores até 2010.

De acordo com o senador por Sergipe, dentro das perspectivas vislumbradas com o programa Mais Alimentos, o potencial melífero do Nordeste não só representaria um adicional da contribuição brasileira para minimizar a crise mundial de alimentos, como também beneficiaria toda a economia regional devido às condições consideradas ideais para sua produção apresentadas no semi-árido nordestino.

-Todo e qualquer esforço desenvolvido pelas autoridades objetivando aumentar o volume de alimentos para atender à demanda, sem dúvida, vai baratear custos e evitar a inflação e a redução do poder aquisitivo da população - sustentou o senador, observando que "o mel é um produto alimentar essencial do ponto de vista econômico, pois gera empregos, notadamente nas regiões mais pobres do país".

Em defesa de sua tese, Valadares citou projeto que está sendo desenvolvido em Sergipe, denominado Casas de Mel. Conforme explicou, são áreas selecionadas antecipadamente pelo governo estadual, aproveitando-se a vegetação do semi-árido com o plantio de mais variedades melíferas, cuja produção deverá ser destinada a um centro armazenador para comercialização e exportação.

A propósito, informou o parlamentar, estados nordestinos como o Piauí, notadamente na região de Picos, município responsável por 14% da produção nacional, já têm sua produção reconhecida no exterior.

- Atualmente, o maior produtor mundial de mel é a China, que lança no mercado 250 mil toneladas anuais. Com um detalhe: toda essa produção sai de áreas semidesérticas similares ao Polígono das Secas, como em nosso Nordeste. O Brasil, infelizmente, só produz 42 mil toneladas/ano, mas pode reverter esse cenário - disse.



11/06/2008

Agência Senado


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