Valter Pereira critica debilidade da segurança pública



A execução do menino João Roberto pelos soldados William de Paula e Elias Gonçalves da Costa Neto, no Rio de Janeiro, levou o senador Valter Pereira (PMDB-MS) a fazer uma reflexão sobre o estado de "debilidade da segurança pública".

Segundo o site Diário das Cidades, os policiais alegaram ter atirado no carro de Alessandra Soares, mãe do garoto, por tê-lo confundido com o dos bandidos que perseguiam. A câmera do prédio em frente ao crime, no entanto, mostra que o carro estava estacionado, depois de Alessandra ter dado passagem ao veículo da Polícia Militar. O carro dela é um Palio Weekend grafite e o dos criminosos, um Fiat Stilo preto.

O menino, que foi atingido por uma bala na nuca, outra nos glúteos e ainda foi ferido de raspão na orelha, teve morte cerebral diagnosticada na tarde de segunda-feira (8).

- Qualquer vítima inocente dessa guerra suja gera indignação e inconformismo. No entanto, quando a vítima é uma criança, a revolta se agrava ainda mais. Mas além da perplexidade e da dor que rompe os limites da família para alcançar a sociedade como um todo, incluindo esta Casa, o episódio impõe profunda análise - disse o senador

Para Valter Pereira, é inadmissível que os policiais tenham agido pelo impulso, e não pela razão, promovendo uma "verdadeira trapalhada", pois deixaram escapar a viatura que conduzia os marginais perseguidos e metralharam o veículo que transportava uma família.

Embora entenda que a responsabilidade do policial "que sai atirando a torto e a direito pelo tráfego é inquestionável", o senador disse ser da opinião que o responsável maior é o Estado. Isso porque qualquer política de segurança pública exige mais do que uma boa seleção: exige capacitação e treinamento constante.

- Pelo que se viu, os policiais não estavam preparados para aquela missão persecutória. Além do preparo, uma política de segurança pública não se implementa sem se considerar as condições psicossociais do ambiente profissional. Dadas as características dessa atividade, é preciso considerar as pressões que deságuam nas funções policiais - disse o senador.

Entre essas pressões estaria a do governo, exigindo resultados, e a da sociedade, pressionando o governo contra a onda de violência. O senador questionou se há procedimentos capazes de temperar a rotina diária brutal dos policiais com "atividades de descontração, capazes de reduzir o estresse".

Ao contrário, o policial estaria sob a tirania da estatística, produzindo mais mortes para parecer mais eficiente. O senador chegou a questionar toda a política de recursos humanos no serviço público, onde predominaria o amadorismo por falta de uma boa política de capacitação.



08/07/2008

Agência Senado


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