Valter Pereira: Dilma terá que decidir se mantém o atual sistema de saúde para todos ou adota um modelo 'mais realista'




Depois de elogiar em discurso o desempenho da presidente eleita Dilma Rousseff, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) lamentou que os candidatos não tenham discutido a fundo os problema da saúde e da segurança no Brasil. Alertou que os problemas da saúde não são simples como quiseram mostrar os candidatos, para ele mais preocupados em informar o que pretendem fazer em construção de unidades hospitalares.

Valter Pereira advertiu que o modelo universal de saúde, adotado na Constituição de 1988, enfrenta problemas sérios de dinheiro. A lei exige que estados e municípios gastem, respectivamente, 12% e 16% de suas receitas com saúde, mas a União fica livre de percentual mínimo, depois de ter repassado tais serviços aos governos estaduais e às prefeituras.

Conforme o senador, por causa da falta de dinheiro, estados e municípios passaram a "maquiar" prestações de conta na área de saúde. Mais: com o tempo, os governos passaram a fornecer, mesmo sem condições, remédios caros à população. Isso só veio reduzir ainda mais o pouco dinheiro destinado à saúde.

O sistema de oferecer saúde a todos, "embora recheado de virtudes", tem revelado "inúmeros defeitos que exigem análises e mudanças", disse o parlamentar. Por isso, ele assinala que a nova presidente deve enfrentar o desafio de uma opção e decidir se mantém um sistema universalista de grande tamanho e custo, mas precário, ou se adota um modelo mais realista e eficiente.

Na área de segurança, o senador Valter Pereira ponderou que um dos maiores problemas tem sido a impunidade, especialmente dos criminosos que se dedicam ao tráfico de drogas. Quando são presos e condenados, continuou, eles não cumprem toda a pena. Lamentou que "os direitos dos delinquentes" tenham tido mais proteção do que os direitos da sociedade, em razão "de prerrogativas que dispõem sobre a maioridade penal, o limite e a progressão da pena".

Ainda em seu discurso, Valter Pereira criticou "muitos candidatos", especialmente a deputado ou senador, que teriam se limitado a alardear em suas propagandas quanto dinheiro tinham conseguido para sua região como parlamentar, sem mostrar aos eleitores projetos ou idéias que querem defender. O senador considerou essa estratégia "um embuste".



03/11/2010

Agência Senado


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