Vedoin poderá ser dispensado de depor à CPI dos Sanguessugas
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas poderá dispensar o depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, apontado pela Polícia Federal como um dos principais organizadores do esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento da União. De acordo com a assessoria do presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o depoimento de Vedoin ao juiz da 2ª Vara de Justiça de Mato Grosso, Jefferson Schneider, cuja cópia foi recebida na quinta-feira (13) pela comissão, deve ser suficiente para esta fase das investigações.
O depoimento de Luiz Antonio Trevisan Vedoin à CPI dos Sanguessugas já havia sido agendado para terça-feira (25).
Além de prestar informações ao juiz, que está encarregado do inquérito para apurar o escândalo dos sanguessugas, o empresário apresentou documentos relativos ao caso. O pai do depoente, Darci José Vedoin, seria o responsável pelos contatos políticos, enquanto o administrador dos negócios era o filho.
Para o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), o depoimento, que ocupa 151 páginas do inquérito, é fundamental para que seja feita a comparação com os documentos entregues anteriormente à comissão, e para verificar a coincidência ou não dos nomes neles citados com aqueles já informados à comissão. Apesar disso, havia defendido a convocação de Luiz Antonio Trevisan Vedoin por acreditar que muito pontos ainda necessitavam ser esclarecidos. Lando poderá apresentar um relatório parcial ainda em 3 de agosto.
Sigilo
A assessoria de Biscaia informou que ele aguarda para esta semana uma resposta da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, sobre o pedido da CPI para que libere o sigilo em torno dos parlamentares acusados de participarem da máfia. Ele reiterou a Gracie o pedido de fim do sigilo em relação aos nomes dos parlamentares citados nos inquéritos policiais da Polícia Federal e o dos que já foram denunciados pelo Ministério Público - um total de 57 parlamentares. Ellen Gracie está aguardando o retorno do ministro relator do inquérito, Gilmar Mendes, da Europa para tomar uma decisão.
Segundo a assessoria de Biscaia, a assessoria técnica da comissão já está preparando as notificações aos 42 parlamentares constantes das lista entregue a ele pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Os acusados terão até cinco dias para apresentar suas defesas por escrito após o recebimento das notificações.14/07/2006
Agência Senado
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