Vice do PTB diz que Freire rompeu









Vice do PTB diz que Freire rompeu
Para Jefferson, PPS está excluído da Frente Trabalhista em estados por não ter cumprido acordo no RS

O vice-presidente nacional do PTB, deputado federal Roberto Jefferson, afirmou ontem que o presidente do PPS, senador Roberto Freire, foi o grande culpado pela ruptura da Frente Trabalhista nos estados, com a não-participação dos socialistas. Jefferson acusou Freire de ter garantido ao presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, no começo das negociações, que o seu partido não pleitearia a cabeça-de-chapa ao governo do Rio Grande do Sul. Segundo o líder petebista, somente no meio das conversações entre os três partidos o senador passou a vetar a candidatura do vereador José Fortunati, apresentando candidatos do PPS ao Palácio Piratini. Freire não gostou da provocação e também partiu para críticas. Ele afirmou que o apoio do PDT e do PTB à candidatura de Ciro Gomes, do PPS, à Presidência da República é 'esquizofrênica'.

De acordo com Freire, o PPS gaúcho somente passou a defender a cabeça-de-chapa para o partido no Estado depois que o deputado Sérgio Zambiasi, do PTB, não aceitou entrar na disputa, ao observar que o presidente da Assembléia Legislativa representava consenso entre os três partidos. Ciro, que participou ontem das comemorações pelo Dia do Trabalho, em São Paulo, não quis comentar a crise entre partidos que sustentam a sua candidatura. Ele disse apenas que essas 'marolas' são naturais e ocorrem no meio do processo eleitoral. Salientou que o momento é de muita tensão e preferiu, em vez de falar sobre o impacto da ruptura da frente, apresentar aos eleitores o seu programa de governo.

O secretário nacional do PTB, deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho, disse que falta 'manifestação inequívoca' do PPS à candidatura de Ciro para a Presidência da República. Afirmou que, apesar do empenho do PTB e do PDT, não houve do PPS contrapartida. Fleury garantiu que o PTB é o partido que está dando suporte material e político à campanha de Ciro porque acredita que ele representa a melhor candidatura.
Fleury comentou que, durante o evento organizado ontem pela Força Sindical para homenagear os trabalhadores, o PTB esteve presente manifestando o seu apoio a Ciro. O secretário nacional trabalhista ressaltou que o candidato compareceu ao ato, mas o PPS não se fez representar por seus políticos. Fleury também assegurou que o PDT e o PTB abriram mão de algumas candidaturas estaduais para somar esforços e eleger Ciro presidente. O deputado cobrou a mesma posição do PPS nas disputas regionais.


Bonow descarta união com PSDB
A reaproximação do PFL com o PSDB para a reedição da aliança que garantiu a eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso em dois mandatos é considerada difícil pelo presidente regional dos liberais, deputado Germano Bonow. Conforme ele, o quadro está bastante claro e o PFL não deverá mudar a sua estratégia nas eleições deste ano, deixando de lançar candidato próprio à Presidência da República e liberando os estados para realizar as composições que forem convenientes a cada um. Para Bonow, o fato de o partido ter testado com sucesso o nome do apresentador Silvio Santos nas últimas pesquisas não significará alteração no rumo que já está traçado. Ele também não acredita que o candidato tucano, José Serra, desista da campanha, embora entenda que, na remota hipótese de isso ocorrer, há possibilidade de o PFL repensar a sua participação no processo eleitoral, voltando a conversar com o PSDB. Bonow disse que o partido se recusa a apoiar os tucanos com Serra na cabeça-de-chapa.

Sobre a situação regional, Bonow assegurou que o PFL está aberto para conversar com todos os partidos com quem tem afinidade e informou que vem mantendo muitos contatos com o PPS. Disse que quem disputará com candidatura própria sabe que precisa se aliar porque sozinho não conseguirá ter sucesso. Lembrou que a eleição de 1998 foi decidida por cerca de 80 mil eleitores, apostando que o mesmo número poderá fazer a diferença neste ano.


Evento discute pacto federativo
Representantes de dez países participarão, de domingo a 4a-feira no Hotel Glória, Rio de Janeiro, da II Conferência sobre Federalismo Cooperativo: Poder Local, Governança e Cidadania. O presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Roberto Ziulkoski, enfatizou que é necessário discutir a falta de regulamentação mais clara sobre as competências comuns da União, dos estados e dos municípios, estabelecidas pela Constituição de 1988. Ele apontou que isso gerou responsabilidade compartilhada numa série de serviços de saúde, educação, segurança e habitação, entre outros. 'Os municípios acabaram arcando com despesas em setores nos quais a União passou a atuar de forma parcial, o mesmo ocorrendo com os estados', avaliou Ziulkoski.

Para solucionar o problema, o presidente da confederação defende a reforma fiscal. 'Deve haver justa divisão das atribuições dos entes federados. É preciso vinculá-las à arrecadação', salientou. Ziulkoski lembrou que, embora a participação dos municípios no bolo tributário tenha passado de 11% para 19%, as responsabilidades aumentaram.

Ziulkoski, a governadora do Rio, Benedita da Silva, o prefeito César Maia, a vice-presidente do Forum of Federations, Celine Auclair, e o diretor da Fundação Konrad Adenauer, Wilhelm Hofmeister, participarão domingo da abertura oficial da conferência. No dia 8, haverá debate entre os candidatos à Presidência. Ziulkoski disse que eles receberão conclusões do evento e propostas para redefinir o pacto federativo.


Fortunati festeja definição no Estado
O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, José Fortunati, ressaltou ontem, em Ijuí, que agora pode dizer que é o candidato do PDT e do PTB ao governo do Estado. Ele participou da programação Tributo ao Trabalhador. Demonstrou confiança na estrutura do PDT no Interior para o crescimento da Frente Trabalhista e a eleição ao Piratini. Fortunati acha natural o rompimento do PPS com a frente, mas disse lamentar que não tenha sido cumprido o acordo nacional pelo qual caberia ao PDT indicar o candidato ao governo gaúcho. Destacou que, após a definição dos demais candidatos, a campanha ganhará força.


Garotinho pede que cada eleitor ajude com R$ 1,00
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, informou ontem que nos próximos dias lançará bônus de R$ 1,00 por pessoa que queira contribuir com a sua campanha. O anúncio foi feito em resposta ao jantar oferecido por empresários, que arrecadou 1 milhão de dólares para o candidato do PSDB, José Serra. 'Se atuando de forma modesta estou empatado com ele, imaginem o que ocorrerá quando disser o que pretendo fazer', afirmou Garotinho.


Lula ataca desemprego durante comícios em SP
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou o desemprego e a violência ontem, em São Paulo, onde fez três comícios. O aluguel do helicóptero custou à Central Única dos Trabalhadores R$ 4,5 mil. Lula apontou, no Sul da capital, a falta de perspectiva dos jovens e propôs mudanças tributárias para combater o desemprego. Saudado como chefe de Estado, disse que não se considera eleito: 'A tarefa é incomensurável, mas temos força'.


Medeiros aposta que PT e PL se acertarão em breve
O deputado Luiz Antônio de Medeiros, do PL, disse ontem, durante show da Força Sindical em São Paulo, que o partido deverá se coligar com o PT. 'Acredito na formalização da aliança a partir da semana que vem', afirmou. Segundo ele, a solução das dificuldades que o PL enfrenta em alguns estados, como Bahia e Tocantins, foi mais fácil do que o esperado. Com base nisso, Medeiros acha que o partido está pronto para se unir ao PT.


PDT lembra propostas de Vargas no Dia do Trabalho
O PDT realizou ontem ato público pelo Dia do Trabalho, na carta-testamento de Getúlio Vargas na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. O presidente regional do partido, deputado Vieira da Cunha, comparou os compromissos apontados na carta, como garantia do trabalho e revisão do salário mínimo, ao alto percentual de desempregados e ao valor dos vencimentos no governo de Fernando Henrique Cardoso.


Plantão facilita realização de títulos e transferências
Os cartórios eleitorais de todo o Estado fizeram plantão ontem para atender os interessados na confecção do título e na transferência do domicílio eleitoral. Em Porto Alegre, a Central de Atendimento ao Eleitor, na avenida Padre Cacique, 96, ficou aberta das 8h às 19h. No Interior, os horários foram fixados pelos juízes. Como o prazo se encerrará dia 8, os cartórios estarão de plantão no próximo final de semana.


Pont contesta Lula sobre Jospin
O ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont contestou ontem a avaliação de Luiz Inácio Lula da Silva sobre a derrota de Lionel Jospin à Presidência da França. Conforme Pont, a posição de Lula não reflete a opinião do diretório nacional, que não foi consultado a respeito. O ex-prefeito considera que culpar a ultra-esquerda pela derrota de Jospin é equívoco que ignora a própria história do PT. O partido, segundo ele, passou por essa situação em 1984 na busca do seu espaço político, quando se recusou a apoiar Tancredo Neves no colégio eleitoral ao entender que a campanha pelas diretas era o caminho. 'Tentar desqualificar os grupos de esquerda que conseguiram crescer 10% não condiz com a nossa tradição', argumentou Pont.


PPB cogita formar chapa sem alianças
O presidente regional do PPB e candidato ao Palácio Piratini, Celso Bernardi, admitiu ontem que o partido poderá concorrer com chapa própria em todos os níveis majoritários. Bernardi afirmou que há possibilidade de a vaga de vice ser ocupada por liderança feminina do PPB. O PFL, sondado como possível parceiro, continua indefinido politicamente. A montagem da chapa será debatida na próxima quarta-feira, durante encontro em Porto Alegre que contará com prefeitos, membros da executiva estadual e presidentes de regionais do PPB. Bernardi está finalizando as gravações do programa político que será veiculado em rádio e televisão dia 20 deste mês, com 20 minutos de duração.


PPS lança candidatos e responsabiliza Brizola
O PPS lançou ontem as candidaturas do ex-governador Antônio Britto ao Palácio Piratini e de José Fogaça à reeleição ao Senado. Embora tenha salientado que a sua vontade pessoal é de não participar da eleição estadual, o ex-governador admitiu pela primeira vez a possibilidade, contrariando tudo o que havia afirmado nos últimos meses. Resolução aprovada pelo partido responsabilizou o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, pelo fracasso na formação da aliança entre o PPS, o PDT e o PTB. Segundo nota divulgada, Brizola 'dispensou os socialistas unilateralmente, sem concluir as negociações que vinham sendo mantidas há seis meses'. O PPS argumentou que o PDT foi intransigente, não aceitando nenhuma proposta de entendimento. 'Não podemos fugir aos nossos compromissos, já que pertencem aos nossos quadros os nomes que o partido e expressiva parcela dos gaúchos consideram como os mais qualificados para concorrer', afirmaram os líderes do PPS.

Apesar do lançamento, o PPS apelou ainda pelo entendimento com o PDT. O presidente regional, deputado federal Nelson Proença, afirmou que o partido está disposto a voltar às conversações se os trabalhistas adotarem atitude negociadora. Fogaça criticou a cúpula nacional do PTB por obrigar os gaúchos do partido a apoiarem o vereador José Fortunati, do PDT, ao governo, fazendo aliança no Estado sem o PPS. 'A padronização das coligações criou a ditadura das cúpulas partidárias e o PTB está sendo vítima disso', avaliou.
Com o fracasso da Frente Trabalhista, o PPS tentará se coligar ao PFL, que tem um dos maiores espaços no horário eleitoral gratuito de rádio e TV. Eles negociam a candidatura do deputado Germano Bonow a vice-governador. O PFL regional, porém, depende de decisão nacional para dar início às conversações com o PPS. Se não lançar candidato à Presidência da República, a aliança poderá ser fechada. Caso o partido assuma formalmente o apoio ao candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, a aproximação ficará inviabilizada no Estado.


Rigotto garante manter negociação
O candidato ao governo do Estado pelo PMDB, deputado federal Germano Rigotto, disse ontem que a mudança de comando no diretório regional do PSDB não afeta as relações entre os dois partidos. Segundo ele, a aliança com os tucanos no Estado será estabelecida após entendimento em torno da disputa presidencial. Rigotto começará, neste final de semana, a série de mobilizações regionais com segmentos do partido para consolidar a sua candidatura. O primeiro evento será domingo, em Porto Alegre, com o PMDB Mulher. Na próxima semana, fará encontros com prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais e entidades comunitárias. O objetivo é mobilizar para a campanha.


Serra faz campanha por três horas na Baixada
Aos gritos de 'Vamos serrar' e 'Vamos serrando', o candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra, foi apresentado ontem aos eleitores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O corpo-a-corpo durou cerca de três horas, nas quais Serra percorreu cinco distritos. 'Sinto-me à vontade com essas pessoas, a minha origem social é similar', ressaltou. Esteve sempre ao seu lado o prefeito João Camilo Zito, reeleito com 81,06% dos votos.


Artigos

Reacionarismo hoje
Percival Puggina

Se você perguntar a alguém o significado da palavra reacionário, certamente obterá como resposta que o vocábulo quer dizer 'de direita' ou 'contra o progresso social'. Saiba que esta associação de idéias não é fortuita e resulta de uma das muitas estratégias usadas pela esquerda com o objetivo de extrair máximo resultado político do efeito que certos vocábulos produzem sobre o subconsciente coletivo. No entanto, reacionarismo, em ciência política, designa o apego a fórmulas e situações superadas pela história e pelos fatos.

É perfeitamente possível, portanto, haver um reacionarismo de esquerda ou de direita, embora seja muito mais freqüente naquela do que nesta. Reacionarismo de direita, no Brasil, seria, por exemplo, querer a volta à escravidão, à aristocracia rural, aos governos autoritários (e já fica difícil encontrar algum outro objetivo que se enquadre na descrição, o que demonstra a raridade do fenômeno numa perspectiva de direita). Já ao reacionarismo de esquerda corresponde imensa gama de teses e ações, tais como: a) afirmar que o Brasil pertence aos índios (sentença tão ignorante quanto macabra, que impede a existência moralmente legítima da nação brasileira); b) defender métodos de produção agrícola do século XIX e a estrutura fundiária que caracterizou, entre nós, a colonização alemã e italiana; c) apontar como modelo a ser seguido a relação indígena com a natureza e seus bens; d) obstar os avanços tecnológicos na agricultura e na indústria; e) transformar em ícones pessoas como Lênin, Che Guevara ou Fidel Castro; f) empregar métodos marxistas para análise histórica ou econômica quando tais métodos levaram o próprio Marx a equivocadíssimas previsões; g) sustentar que a luta de classes é o motor da história, desconhecendo que os fatos históricos também podem ser causados pela livre vontade humana, pela geografia, pela política, pela economia, pelas religiões, etc.; h) considerar que o desenvolvimento precisa ser necessariamente endógeno, o qu e induz à xenofobia e ao desinteresse pelos investimentos externos; i) opor-se de modo intransigente e incondicional à globalização; e por aí afora. Agora, olhe à sua volta e me diga quem é reacionário.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

PPS GAÚCHO NA SINUCA
1) O PFL está rachado e não tem pressa em definir o rumo na eleição presidencial, deixando o PPS gaúcho em suspense, sem saber se poderá contar com apoio e, sobretudo, os valiosos minutos dos liberais nas rádios e TVs.

2) Gráficas de São Paulo estão com cartazes e adesivos 'Silvio Santos chegou' prontos para entrarem nas máquinas de impressão. Fontes ligadas ao apresentador de TV garantem que procura substitutos junto aos familiares para ficar à frente dos negócios e se lançar na campanha ao Planalto.

3) Na eleição de 1989, Silvio Santos surgiu como tábua de salvação do PFL, porque o candidato à Presidência Aureliano Chaves não decolava. Houve muito diz-que-diz e à última hora o Tribunal Superior Eleitoral impugnou.

INFERNO NA TORRE
A pretendida Frente Trabalhista revive a Torre de Babel. Muita confusão e festival de acusações como se fossem inimigos acirrados. Mesmo assim, repetem que 'a porta da negociação está aberta'. Ah, sim...

UM, DOIS
1) Germano Bonow corre contra o tempo e demonstra pulmão de aço; 2) pelos candidatos até agora conhecidos, que disputarão o Piratini, debates serão de nível elevado, contrariando eleições anteriores.

GRAVANDO - Luiz Inácio Lula da Silva chega às 11h de hoje a Erechim para gravar trechos de programas de propaganda eleitoral na TV. Irá à localidade conhecida como Km. 14, entre Erechim e Aratiba. As primeiras cenas serão na propriedade do agricultor Valdecir Balém. Depois, estará em uma associação de produtores rurais, que comercializa na feira sem agrotóxicos de Erechim. O retorno a São Paulo está marcado para as 17h.

SAPATO ALTO
O presidente Fernando Henrique Cardoso sabe o que diz: 'Ninguém deve botar sapato alto antes da hora. Os que já fizeram isso, como eu próprio, que já sentei em cadeira errada, sabem que não se deve repetir'. Referiu-se à eleição para a Prefeitura de São Paulo em 1985. Cantou marra antes e perdeu para Jânio Quadros, que nem teve campanha.

NOVA ARMA
Assessorias de candidatos à Presidência e governos vão usar muito a Internet para contrapropaganda.

SITUAÇÃO DE RISCO
Agências internacionais noticiam: 'Dois cientistas de Formosa desenvolveram técnica que poderá, potencialmente, ser usada para prever quando um vulcão está para entrar em atividade'. Deveriam ter sido chamados para acompanhar as negociações da Frente Trabalhista.

LADO FEMININO
A participação de mulheres em chapas majoritárias faz com que o PPB cogite a deputada Maria do Carmo, Leila Fetter (esposa do deputado Fetter Júnior) e Denise Kemp (de Caxias do Sul) para vice de Celso Bernardi ao governo do Estado.

VANTAGEM EM TUDO
Vira o fluxo: os brasileiros enfrentam longas filas, nos finais de tarde, para retornar a Uruguaiana depois de compras em Paso de los Libres. Os bagageiros dos automóveis vêm cheios de produtos que no Brasil custam mais do que o dobro.

PEDE AJUDA
Esta é do chargista Bonson, de A Notícia, de Joinville. O repórter pergunta: 'Silvio Santos? Mas ele nunca foi político, não entende nada de Congresso, economia...'. Impávido, Jorge Bornhausen responde: 'Aí ele pede ajuda aos universitários'.

APARTES

Indefinições da oposição retardam linha a ser adotada pela assessoria de Tarso Genro na campanha ao Piratini.

Presidente do PPS, Roberto Freire, é contra aliança nacional com PFL, mas silencia sobre caso do RS.

Jornal Financial Times, de Londres, comentou em editorial, ontem, que o Brasil poderá ter governo de esquerda, porém com cores moderadas.

Governos abrem o saco de bondades. Tática de período pré-eleitoral. Conta direta aos contribuintes.

Acordo com FMI deve demorar ainda mais na Argentina. Isso é o uso da velha tática de matar no cansaço.

Serra critica a carga tributária do governo FHC. Agora fica fácil.

Às 18h de hoje, na sede do PSB, a primeira reunião da coordenação de campanha de Garotinho no Estado.

Deu no jornal: 'PT aceita capital estrangeiro no setor elétrico'. Para comprovar que não dá choque.

Políticos em campanha eleitoral deram duro no Dia do Trabalhador.


Editorial

EM DEBATE, AS CAUSAS DA VIOLÊNCIA

A questão da segurança pública, destinada a ser um dos principais itens do debate que será travado pelos candidatos à Presidência da República, continua objeto de polêmica entre os especialistas no assunto. Recentemente, aqui no Estado, por exemplo, as estatísticas divulgadas pelo governo sobre assassinatos nos últimos anos foram contestadas por um deputado do partido do governador, pois estariam fora da realidade. Não cabe indagar com quem estava a razão, pois, em matéria de estatística, a metodologia adotada precisaria ser confrontada com outra forma de realizar o levantamento dos dados.

Mais importante, porém, do que se discutir métodos de pesquisa estatística, que, no caso lembrado, serviria para averiguar o nível do serviço prestado pelos organismos que integram a estrutura da segurança pública, seria aprofundar-se nas causas determinantes da escalada, sem precedentes, da violência no país em geral e, em particular, aqui no Estado. E, aqui, entram em cena os sociólogos para assegurar que tudo se deve à má distribuição da renda. Essa seria a causa da exclusão social, motivadora de um cinturão de pobreza em torno das grandes cidades. A tese está apoiada na constatação do aumento estatístico dos crimes contra o patrimônio, desde a ação do trombadinha que bate a carteira do idoso descuidado, passando pelos arrombamentos de casas e apartamentos e pelos assaltos a bancos e culminando com o seqüestro de pessoas em busca de resgates para a libertação. Ora, é preciso, para que se concorde com a tese, concluir-se que a pobreza é sinônimo de desonestidade e que não valia para passado não muito distante e que consagrava a máxima repetida por gerações: 'Sou pobre, mas me orgulho de ser honesto'.

Logo, apesar do que asseguram os sociólogos, provavelmente não é só má distribuição da renda, fenômeno antigo, a geradora da desonestidade crescente que, aliás, é constatada também nas mais altas esferas, como comprovam os crimes de colarinho-branco e os inúmeros casos de corrupção denunciados pelo Ministério Público nos últimos tempos. São palpáveis os indícios de que o afrouxamento dos costumes (não se confunda com preconceitos contra a modernidade) estão respondendo pela violência, estimulada pelo uso de drogas em grande escala, como se constata nas ocorrências policiais de toda natureza.


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05/02/2002


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