VICE-PRESIDENTE DA SBPC DEFENDE.LIMITES ÉTICOS NA MANIPULAÇÃO DE GENES



Em sua participação no debate sobre Clonagens e Transgênicos: riscos e benefícios, realizado no início da noite desta quarta-feira (dia 9), a vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Glacy Zancan, opinou sobre a necessidade de que sejam estabelecidos limites éticos na manipulação de genes. O outro debatedor, o pesquisador Julian Kinderlerer, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, defendeu que as análises para autorização de plantio de transgênicos sejam feitas caso a caso.Glacy Zancan esclareceu em seu pronunciamento que é favorável ao emprego da técnica de manipulação genética tanto para trazer benefícios na área de saúde quanto na da alimentação. Por outro lado, por considerar uma tecnologia nova e perigosa, ela condicionou a sua utilização à realização de estudos aprofundados para avaliar os riscos.Além de debater sobre a alteração genética de sementes, a vice-presidente da SBPC alertou sobre a importância de se pensar e discutir também a clonagem de animais e de órgãos para transplantes terapêuticos. Glacy Zancan considera que este será o próximo assunto a ocupar os debates no país.- O estado tem que se preparar para fazer análise dos riscos que estas técnicas podem oferecer. Para isso é indispensável a alocação de recursos para investimentos em pesquisas. O Brasil tem que implantar uma estrutura técnica competente para avaliar estes riscos - sugeriu Glacy Zancan.Já o pesquisador do Reino Unido considerou que as modificações genéticas tanto em animais quanto em vegetais representam uma questão crítica. Julian Kinderlerer previu que o próximo século será conhecido como o a biotecnologia. Ele falou da necessidade do aprofundamento das pesquisas sobre clonagem e transgênicos para definir que benefícios poderão ser conquistados, e quais riscos a humanidade deve aceitar correr.Julian Kinderlerer confessou que é impossível qualquer pessoa dizer que poderá eliminar todos os riscos ao manipular genes. Ele acrescentou que, como cientista, se recusa a dizer que um determinado alimento transgênico é seguro ou não. "O que eu posso afirmar é que ele é tão seguro quanto qualquer outro que já existe no mercado". Sobre a soja com gene tolerante à herbicida, o pesquisador disse que a proteína que ela produz poderia causar problemas a uma pessoa alérgica, mas que seria difícil.

09/06/1999

Agência Senado


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