Violência contra idosos: parentes são os maiores agressores



A segunda mesa da reunião desta terça-feira (12) da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) contou com outros quatro palestrantes que também discutiram temas relativos ao Dia Mundial de Combate à Violência contra o Idoso (15 de junho). A reunião foi promovida pela Subcomissão Permanente do Idoso da CDH, cujo presidente, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), presidiu o encontro.

Marta Maria Alves da Silva, coordenadora do Programa de Prevenção à Violência, do Ministério da Saúde, afirmou que a maioria das agressões contra pessoas idosas no Brasil são praticadas por parentes e dentro das residências. Ela citou como tipos de violência contra idosos a violência física, o abandono, a violência financeira e a violência psicológica. Disse ainda que as mulheres idosas sofrem mais violência que os homens idosos.

Marta Maria também disse que a questão da violência e acidentes com pessoas idosas, além de ser um problema de direitos humanos, traz grande impacto para os custos da saúde pública. Ela defendeu ações integradas dos órgãos governamentais para a prevenção desses acidentes e da violência contra pessoas idosas.

Já a representante da Associação Internacional de Geriatria e Gerontologia e do International Network for the Prevention of Elder Abuse (Rede Internacional para Prevenção de Abusos contra Idosos), doutora Laura Mello Machado, informou que em duas pesquisas (uma nacional em 1997 e outra internacional em 2001), quando questionados sobre a maior forma de violência, a maioria dos idosos citou o preconceito e a falta de respeito.

- Respeito é mais importante que comer e beber - repetiu a doutora, citando frase de um dos idosos entrevistados.

Ela comentou a realização da 1ª Assembléia Mundial do Envelhecimento, em 1982, e da 2ª Assembléia, em 2002, ambas promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A doutora comemorou que o Estatuto do Idoso esteja em vigor já há três anos. Laura Mello Machado também destacou a importância do Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, resultado da 2ª Assembléia. Para ela, os governantes devem priorizar a revisão e análise do Plano em reunião internacional a ser realizada em 2008.

O presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Pará, Emídio Rebelo Filho, que também representou a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas, disse que o Brasil "não é mais um país de jovens, a população está envelhecendo e precisamos refletir sobre isso". Emídio disse que a educação é uma questão essencial para proporcionar melhor qualidade de vida para os idosos e reclamou da "falta de transparência nas contas da seguridade social".

O coordenador da área técnica de saúde do Idoso do Ministério da saúde, José Luiz Telles, informou que será realizada em 2007 a 13ª Conferência Nacional de Saúde, oportunidade que ele acredita ser favorável para a discussão de questões já discutidas na Conferência Nacional da Pessoa Idosa. Ele aproveitou para reclamar dos recursos destinados ao Ministério da Saúde e ao Sistema Único de saúde (SUS), para ele insuficientes.



12/06/2007

Agência Senado


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