Virgílio elogia MP do salário mínimo, mas considera aumento tímido



O líder do PSDB, senador Artur Virgílio (AM), elogiou o envio pelo governo de medida provisória fixando o salário mínimo em R$ 240, mas fez a ressalva: se qualquer petista, de qualquer corrente ideológica, propuser algo até R$ 260, terá o seu apoio integral, porque ele dispõe de estudos técnicos que comprovam a viabilidade deste valor.

- Se um petista de qualquer corrente, seja bola, rebola, carambola, radical, moderado, propuser algo até R$ 260, eu embarco junto, porque considero que há margem para este valor. Se vier a proposta de R$ 261, aí eu estou fora, porque seria uma canoa demagógica e populista - disse o líder da oposição.

Artur Virgílio se disse satisfeito em ver que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a tradição dos últimos três anos, de antecipar a data do novo mínimo para abril.

- Seria descabido, insultuoso, intolerável e de caráter macunaímico retornar à antiga data, de 1º de maio, seria fazer um discurso na oposição e agir de forma oposta no governo - disse o senador.

Em relação aos índices, o senador disse que, se fossem cumpridas as etapas prometidas na campanha, de aumentos em quatro etapas (equivalentes aos quatro anos de governo), o aumento do salário mínimo de Lula agora levaria o valor a R$ 294, e o do candidato dele, José Serra, a R$ 266.

- Os dois números são impossíveis, por causa das contas da Previdência e das pequenas prefeituras, embora o número de campanha do PT seja puro Duda Mendonça - disse, referindo-se ao publicitário responsável pela campanha de Lula à Presidência.

Em aparte, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) sugeriu que os líderes partidários no Senado e na Câmara se reunissem em busca de cortes e mudanças orçamentárias que possibilitassem um índice maior de aumento. Em outro aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) elogiou Artur Virgílio, e lembrou que o mínimo de R$ 240 não é avanço, é pré-campanha eleitoral, porque a Lei de Diretrizes Orçamentárias já apontava este valor. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que há dois instrumentos possíveis de política econômica para impulsionar o crescimento econômico, um salário mínimo maior e uma renda mínima de cidadania para todos os brasileiros, por volta de R$ 40.

Em seu aparte, o senador Paulo Paim (PT-SP) lembrou que, no ano passado, o presidente Fernando Henrique Cardoso propôs um mínimo de R$ 211, mas o Congresso Nacional conseguiu aumentar o valor por meio de negociações, cortes e mudanças orçamentárias e ele, Paim, disse estar disposto a repetir o procedimento este ano.



31/03/2003

Agência Senado


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