Virgílio protesta contra "demagogia eleitoreira" do governo



Manifestando estranhamento em relação a uma notícia publicada no jornal O Globo, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) cobrou nesta quarta-feira (5) uma definição do governo quanto ao encaminhamento de seguidas proposições que aumentam os gastos públicos. O jornal noticia que a oposição tenta evitar criação de novos postos e aumento para servidores. Para o senador, a oposição ficou com a responsabilidade de conter os gastos, enquanto o governo faz demagogia eleitoreira.

- Eu exijo uma definição, porque estamos vendo o governo enviar seguidas matérias que envolvem gastos públicos. O ministro Mantega nos pede para obstaculizar os gastos, para fazermos oposição às iniciativas dele e do governo que representa. Os líderes da base governista na Câmara dos Deputados sistematicamente justificam a balbúrdia fiscal, enquanto os líderes dos partidos de oposição dizem que atendem a Mantega e se recusam a votar medidas que majorem gastos numa hora grave. Ou o governo tem má-fé, ou o governo não se deu conta de que também está envolvido na maior crise no sistema de produção desde o crash de 1929 - protestou.

Virgílio disse que a oposição não quer criar dificuldades, e, sim, viabilizar soluções para a crise, mas também não vai fazer "papel de inocente útil nas mãos de demagogos". Ele assinalou que o preço do governo não se mostrar à altura das soluções que a crise financeira internacional exige é o confronto com a oposição. O senador questionou se é possível um clima de união nacional para o enfrentamento da crise ou se o governo vai brincar de eleição após a derrota que sofreu nas eleições municipais.

- Há responsabilidade ou não há? Se não há, nós queremos parar com esse teatro de votação. Se há, nós queremos então o compromisso de que o presidente use camisa roxa, vermelha, a que ele quiser, mas não desrespeite a oposição e não mande mais para cá gastos de custeio que o seu ministro recrimina. E diga aos seus líderes nas duas Casas que não é hora de brincar com aumento de despesas e muito menos de tentar jogar nas costas da oposição a responsabilidade de deter a débâcle (queda). Nós queremos interlocutores que se comportem acima do nível da leviandade e o que eu estou vendo agora são interlocutores que se portam abaixo do nível da leviandade - frisou.

O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o governo tem tido responsabilidade com o gasto público e avançado no equilíbrio fiscal. No entanto, ele ressaltou que o governo também tem feito um esforço para reestruturar o salário dos servidores públicos realizando concursos, devido à construção de novas universidades e escolas técnicas. Jucá ainda observou que as despesas de custeio propostas para o próximo ano estão previstas no Orçamento. As novas despesas, observou, estão condicionadas a um aumento da receita.



05/11/2008

Agência Senado


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