Arthur Virgílio protesta contra pronunciamento de Lula
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), subiu à tribuna nesta quarta-feira (25) para, em comunicação de liderança, protestar contra declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feita no dia anterior, em cerimônia na Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o líder, a declaração de Lula sobre o Poder Judiciário e o Congresso Nacional -não honra a tradição democrática de nosso povo-.
De acordo com as transcrições dos jornais, a frase pronunciada por Lula foi a seguinte: -A cada dia que passa sou o brasileiro mais otimista. Nem tem chuva, nem sol, nem geada, nem terremoto, nem cara feia, nem o Congresso Nacional, nem o Judiciário. Só Deus será capaz de impedir que a gente faça esse país ocupar o lugar de destaque que nunca deveria ter deixado de ocupar-.
- Sua Excelência [o presidente da República] não tem o direito de arrancar aplausos às custas da imagem do Congresso e do Judiciário - afirmou o parlamentar.
Arthur Virgílio ressalvou que o presidente se retratou, a seu modo, nesta quarta-feira, ao negar que tenha tido a intenção de desrespeitar o Congresso ou o Poder Judiciário. Esse fato foi considerado positivo pelo senador. Para o parlamentar, nada impedirá que aconteçam novos momentos de congraçamento entre o Congresso e o presidente, mas -não basta o pedido de desculpas sutil-.
- É preciso que haja algumas interdições. Não se pode fazer o jogo do autoritarismo - disse.
O representante amazonense considerou positiva a ausência dos líderes dos partidos de oposição ao governo na reunião entre Lula e os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney e João Paulo Cunha, para definir a pauta da convocação extraordinária do Congresso Nacional. Na opinião do líder do PSDB, o ideal seria uma manifestação de toda a instituição, marcada pela ausência de todos os líderes partidários na reunião.
- Nosso destino é fazer o Brasil aprofundar a democracia e, aí sim, poder realizar o sonho do povo, de uma nação menos desigual, de uma nação mais justa, mais humana e mais fraterna - afirmou.
25/06/2003
Agência Senado
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