Arthur Virgílio protesta contra intenção do governo de calar servidores que passam informações a jornalistas



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), alertou o Congresso, da tribuna, que o governo “agora está afiando nova arma” em sua “obsessão de reduzir ou acabar com a liberdade de imprensa” no Brasil. O Palácio do Planalto está preparando decreto, conforme notícia publicada nesta quinta-feira (12),  que altera o Código de Ética do servidor público, determinando que só ministros, presidentes de órgãos públicos e estatais, além das assessorias de imprensa, podem passar informações a jornalistas sobre qualquer investigação.
- O decreto, conforme notícia do jornal O Estado de S. Paulo, pretende calar o servidor público. Todos eles vão acabar virando robôs, comandados pela máquina do Palácio do Planalto. É mais um elo da escalada do autoritarismo que caminha velozmente por inspiração petista. É preciso que o Congresso Nacional fique alerta. Foi daqui que partiu a heróica resistência ao regime de exceção, de que temos triste memória – afirmou o senador.

Virgílio disse que a minuta do decreto já está na Controladoria Geral da União, com base em sugestão do procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, conforme o mesmo jornal paulista. Lembrou que a iniciativa ocorre poucos dias depois que o governo enviou ao Congresso projeto de lei destinado a, entre outras coisas, fiscalizar e disciplinar a atividade do jornalismo e das empresas jornalísticas, o que gerou protestos na imprensa e no Legislativo.

O líder do PSDB pediu a transcrição, nos Anais do Senado, da notícia do Estado de S. Paulo,  para que  “o historiador do amanhã” possa analisar “a verdadeira face do governo petista de Lula”. A notícia  informa que até delegados de polícia serão impedidos de dar informações sobre investigações diretamente a jornalistas – o que só poderá ser feito pelo ministro da área ou por alguém indicado pelo ministro. O servidor que descumprir o decreto poderá enfrentar um processo administrativo.

12/08/2004

Agência Senado


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