VOTAÇÃO DO PISO SALARIAL FOI ANTECEDIDA DE DEBATE



Na discussão do projeto que autoriza os estados a fixar um piso salarial diferenciado, 11 senadores se manifestaram sobre o assunto, a começar por Roberto Saturnino (PSB-RJ), para quem o bom-senso pedia que o projeto fosse rejeitado. "Não há mais nenhuma razão para essa proposta governamental, que prendia-se à decisao sobre o salário mínimo, que já foi tomada em prejuízo da massa trabalhadora", argumentou ele.Ao anunciar sua inclinação pelo projeto, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) reconheceu que seria bom para os estados estabelecerem salários mínimos acima da cifra estipulada pelo governo, mas mostrou-se preocupado com a possibilidade de esse novo salário ficar limitado à folha de pagamento do poder público nos estados. O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) conclamou o governo do Rio Grande do Sul a fixar o salário mínimo naquele estado em R$ 800, argumentando que o estado é rico o bastante para isso. Lembrando que um piso salarial alto foi a grande reivindicação que antecedeu a votação do salário mínimo, ele também conclamou o governador do Rio de Janeiro a fixar o salário mínimo no estado em R$ 400. O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) afirmou que o projeto em votação beneficiaria apenas os servidores públicos dos estados. "Isso aí é uma meia-sola, o que defendemos foi um salário mínimo maior para todos os trabalhadores do país", observou.Já o senador José Fogaça (PMDB-RS) sustentou que o projeto em votação era a salvação da Previdência Social. "É a garantia mais sólida de que, em poucos anos, os patamares da Previdência vão mudar efetivamente", assegurou ele. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) classificou o projeto como uma manobra demagógica e eleitoreira destinada a quebrar a espinha dorsal da luta unificada dos trabalhadores em torno do salário mínimo. Observando que essa era uma discussão importante para a sociedade brasileira, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) disse que o projeto obrigará cada unidade da federação a estabelecer um debate e, em conseqüência disso, ampliar o perfil de renda, através de uma política salarial. "Não vejo atraso nenhum nesse projeto", disse ele.Hugo Napoleão (PFL-PI) sustentou que o projeto abria um contexto novo para que, em cada região do país, haja uma conversação aberta em torno da matéria. "Não entendo quanta celeuma possa isso causar. A União não está retirando a autonomia de nenhum estado, ao contrário, está conferindo autonomia", afirmou ele. Ao definir a economia como uma ciência muito perigosa, o senador Lauro Campos (PT-DF) afirmou que, no plenário do Senado, a economia se tornava perigosíssima. Ele disse que os mesmos parlamentares que lutaram por um piso salarial de R$ 151, agora pregavam níveis mais elevados de salários, a serem pagos pelos cofres estaduais. O senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou que a prática do governo federal é a do fortalecimento do poder econômico e do enfraquecimento do Estado. E o senador Roberto Freire (PPS-PE) defendeu o projeto dizendo que ele abre perspectivas para que outros pisos salariais possam ser fixados no país.

21/06/2000

Agência Senado


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