Waldeck chama atenção para situação das estradas brasileiras



O péssimo estado de conservação das rodovias brasileiras foi tema do discurso do senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), que, fazendo uma analogia com a crise de energia elétrica vivida pelo país no ano passado, disse que o Brasil está enfrentando a -crise do buracão-. Citando pesquisa anual da Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre as condições das estradas brasileiras, o senador destacou que Bahia tem três das piores rodovias do país.

De acordo com a pesquisa citada pelo senador, 59,1% das rodovias federais e estaduais - um total de 47.103 quilômetros avaliados - são considerados deficientes, ruins ou péssimas, 38,8% boas e apenas 5,1% ótimas. As melhores estradas do país, observou o senador, estão localizadas no Sul ou Sudeste e as dez piores posições no ranking estão principalmente nas Regiões Norte e Nordeste.

Waldeck Ornélas afirmou que no Nordeste não são apenas as rodovias que estão em más condições, mas também as ferrovias e as hidrovias. Ele citou o caso da Hidrovia do São Francisco, que embora tenha recebido recursos orçamentários ao longo dos últimos seis anos, não apresentou alterações.

- O que houve lá, onde foram aplicados quase 20 milhões de reais, foi um verdadeiro desperdício de recursos por parte do Ministério dos Transportes, no momento em que o país enfrenta uma crise fiscal - disse.

O senador ressaltou que apenas os aeroportos no Nordeste estão em boas condições, -talvez porque estão submetidos ao Ministério da Defesa e não ao dos Transportes-. Ele manifestou o seu temor de que o próximo governo mantenha o controle do Ministério dos Transportes nas mãos do PMDB, partido que sempre esteve à frente daquela pasta que, segundo afirmou, -não se notabilizou como realizador de obras ou em cuidados com a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento do país-.

Em aparte, o senador Francelino Pereira (PFL-MG) também protestou contra as condições da BR-367, que liga o pólo turístico do Jequetinhonha ao pólo turístico do descobrimento, chegando a Porto Seguro.



18/11/2002

Agência Senado


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