Waldeck Ornélas apela para que senadores votem com consciência no Conselho de Ética



O senador Waldeck Ornélas (PFL-BA) apelou para que senadores votassem com "consciência" no Conselho de Ética, sem se importar com a repercussão de seu ato junto à opinião pública e à imprensa. Segundo Ornélas, a investigação do Conselho sobre a fraude no painel eletrônico do Senado deu margem a uma situação "surrealista": de um lado, o parecer do relator, senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), recomenda a cassação de mandato dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF); de outro, o voto em separado da bancada do PFL defende a abertura de processo pela Mesa do Senado, sem opinar pela pena a ser aplicada no caso.

"O Parlamento não pode renunciar a sua competência e responsabilidade para votar de acordo com a opinião pública, formada por uma minoria manipulada pela imprensa", afirmou. O fato de o voto em separado do PFL não prever punição para o senador Antonio Carlos, que teve acesso à lista da votação secreta em que Luiz Estevão foi cassado, levou Ornélas a concluir que o parlamentar baiano não infringiu o Código de Ética e Decoro Parlamentar.

Convencido de que Antonio Carlos não praticou "ato delituoso", Waldeck Ornélas considera até a possível aplicação de perda temporária de mandato "uma punição muito rigorosa e desproporcional ao fato acontecido". No esforço para sensibilizar os integrantes do Conselho, o senador pefelista chegou a invocar "vozes independentes do país", representadas pelo governador do Ceará, Tasso Jereissatti, e pelo candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, que condenaram "o processo de linchamento político" ao qual o ex-presidente do Senado estaria sendo submetido.

23/05/2001

Agência Senado


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