Waldeck Ornélas defende arquivamento de denúncia contra ACM



A divulgação da fita contendo a conversa do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com os procuradores da República constitui condição suficiente, de acordo com o senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), para justificar o arquivamento da denúncia que tramita no Conselho de Ética contra o ex-presidente do Senado. Para Ornélas, as declarações de Antonio Carlos de que não é possível violar o painel de votações do Senado e a transcrição do diálogo com os procuradores, cuja divulgação mostrou incoerências com o que havia sido publicado pela revista IstoÉ devem levar o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) a arquivar o processo.

- Isso é fruto do jogo político. Com esta fita e com as declarações dadas ontem (dia 7) no plenário do Senado de que não há lista alguma a única atitude digna do presidente do conselho é arquivar esta bobagem - disse Ornélas.

O senador comparou o processo contra Antonio Carlos a um "teatro fantasmagórico" criado para encobrir as denúncias de irregularidades em órgãos da administração federal.

- Era para estarmos investigando as fraudes no DNER e na Sudam. É preciso que não se adote a política de fazer crise artificial. Criam-se crises para fugir da investigação de denúncias concretas - disse.

Contrário ao arquivamento, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) viu na divulgação da conversa fatos que merecem ser investigados por representarem riscos às instituições, principalmente para o Ministério Público.

- Peço ao presidente Ramez Tebet que não permita que esse fato aconteça - enfatizou, ressaltando que o assunto é gravíssimo por envolver o Ministério Público.

Waldeck Ornélas, que foi demitido do Ministério da Previdência em decorrência das declarações de Antonio Carlos, fez duros ataques à revista IstoÉ, que segundo ele, perdeu a baixa credibilidade que ainda tinha.

- A que ponto chegou a irresponsabilidade. A transcrição da fita não tem nada a ver com o que a revista publicou, mas provocou uma crise que paralisa o Congresso Nacional. A IstoÉ publicou diálogos que foram inventados, a partir de uma fita que era inaudível. A serviço de que interesses está a IstoÉ? - questionou.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) parabenizou o perito Ricardo Molina por ter "praticamente ressuscitado um fita inaudível", e disse que Antonio Carlos Magalhães deve esclarecimentos sobre o episódio.

- Primeiro, Antonio Carlos negou o teor da conversa, depois disse que se houvesse fita, esta seria uma montagem. Mas, o perito disse aqui que não houve montagem e houve a conversa - disse.

08/03/2001

Agência Senado


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