Yeda atribui fator de risco a programas dos partidos
Yeda atribui fator de risco a programas dos partidos
A instabilidade do câmbio no Brasil é conseqüência da eleição presidencial, na análise da deputada federal Yeda Crusius, do PSDB. 'Hoje, tudo é risco', justificou. Ela disse que a insegurança dos investidores ocorre devido ao programa econômico dos candidatos. Acrescentou que não deve ocorrer recuo do dólar a R$ 2,30, marco do começo da disparada, mas calcula a estabilidade entre R$ 2,85 e R$ 3,10.
Gonzalez: povo sabe o que quer
O professor João de Deus Gonzalez, 64 anos, começou a sua atividade política na década de 50, em Bagé, trabalhando para os candidatos à prefeitura João Batista Fico e à Presidência da República Getúlio Vargas. Gonzalez agora se surpreende com o nível de politização do povo. Contou que, ao chegar às casas dos eleitores, vem percebendo que, mesmo com baixa escolaridade, eles sabem o tipo de administração que querem para o município, o Estado e o país.
Gonzalez disse que se tornou cabo eleitoral em 1958, participando da criação da Ala Moça do PTB. Também integrou a campanha da Legalidade, em 1961, para garantir a posse de João Goulart na Presidência da República. Ajudou a fundar o PMDB em Bagé e depois se filiou ao PDT, no qual continua atuando para levar aos eleitores as mensagens dos seus candidatos.
Na sua trajetória, Gonzalez afirmou que já aconteceu de uma pessoa votar em Luiz Alberto Vargas à prefeitura porque o cabo eleitoral tem o nome do Papa João Paulo II. 'Esse senhor me disse que o meu candidato devia ser bom porque vinha indicado por alguém que é de Deus e não pode mentir', contou.
Na avaliação de Gonzalez, há três tipos de cabo eleitoral. Um deles trabalha por amizade ou para pagar algum favor. O ideológico é quem acredita no trabalho. O terceiro reúne os interessados por dinheiro que atuam em qualquer partido.
Agenda dos candidatos
DOMINGO
11 Celso Bernardi (PPB)
10h: Caxias do Sul. 14h30min: carreata e showmício na Restinga.
12 José Fortunati (PDT-PTB-PAN)
10h: Brique da Redenção. 12h: Lomba Grande, em Novo Hamburgo.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
16h: caminhada no calçadão de Ipanema.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
10h: Caxias do Sul.
16 Júlio Flores (PSTU)
11h: Brique da Redenção.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Gravações para televisão.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
Manhã: Santo Ângelo.
43 José Vilhena (PV)
Manhã: Brique da Redenção.
Cabos eleitorais resistem ao tempo
Convencimento direto se mantém apesar de a propaganda gratuita de rádio e TV ser mais abrangente
A cada dois anos, quando ocorrem eleições no país, um exército de homens e mulheres sai à caça de votos. A propaganda gratuita de rádio e televisão chega simultaneamente a milhares de residências, mas o poder de convencimento do corpo-a-corpo com o eleitor ainda funciona. O trabalho dos cabos eleitorais é permanente. Mesmo nos períodos em que não há disputa, têm a tarefa de atualizar as listas de eleitores vinculados a eles. Exercem influência não apenas para ajudar os candidatos. A comunidade recorre à sua liderança para resolver problemas cotidianos.
O assessor parlamentar Cláudio Ricardo acredita que o voto artesanal, conquistado na base, sobrevive em bairros de Porto Alegre e do interior do Estado. Ele é cabo eleitoral desde 1966, quando trabalhou, em Pelotas, na campanha do ex-deputado federal Getúlio Dias, pelo extinto MDB.
O ex-vice-governador e ex-deputado federal João Gilberto, do PSDB, definiu a campanha eleitoral moderna como empreendimento que exige recursos financeiros e profissionalização. Para ele, passou o tempo em que cabos eleitorais trabalhavam por idealismo. Recordou que no período do bipartidarismo, nos anos 60 e 70, os militantes do MDB faziam campanha para lutar pela causa democrática. João Gilberto disse valorizar o trabalho dos cabos eleitorais, sem os quais não teria conseguido vencer disputas.
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-deputado federal pelo PPB Victor Faccioni comparou a atuação do cabo eleitoral à distribuição na área de vendas. Se a entrega não for eficiente, o consumidor troca de marca. Segundo Faccioni, o mesmo vale para a política. O candidato perde voto caso não se aproxime do eleitor.
Faccioni lamentou a profissionalização dos cabos eleitorais, que considera ser conseqüência do desemprego. Segundo ele, o trabalho realizado por idealismo tem mais produtividade porque é feito com fé e entusiasmo. Considera fundamental o corpo-a-corpo e citou como exemplo a disputa de 1982, quando se elegeu deputado federal conquistando 119 mil votos. Acha que foi resultado do contato pessoal com o eleitor feito por quem trabalha pela sua candidatura. A propaganda de TV, na avaliação de Faccioni, tem a desvantagem de não chegar a algumas regiões e não ser assistida por parcela da população.
O cabo eleitoral Sérgio Nunes Soares, de Bagé, que começou a atuar em 1982, disse que sua função é preparar o terreno para o candidato. 'Cumpro meu papel para que, quando ele chegar, seja bem recebido e conquiste o voto', afirmou.
Keka diz assegurar 1,5 mil votos
Rachel Fonseca, a Keka, 66 anos, disse garantir 1,5 mil votos ao candidato para quem trabalhar. Ela tem reduto na zona Norte de Porto Alegre e atua também em Barra do Ribeiro, onde nasceu, e na região Metropolitana. Tornou-se conhecida dos eleitores da zonal 112 a partir de 1968, quando começou a exercer a atividade para o ex-vereador Wilson Arruda. Em algumas residências, nem bate à porta, vai entrando. Distribui material de campanha, pede licença, pinta o muro da casa e leva o candidato ao bairro para fazer palestra.
Keka faz da política a razão de vida. Quando criança, acompanhava o pai, Epaminondas Fonseca, pró-Getúlio Vargas, na montagem de palanques para comícios de Leonel Brizola, João Goulart e Sereno Chaise, à época do antigo PTB. Sempre fiel ao trabalhismo, é apaixonada pelo PDT e chega a beijar a rosa da Internacional Socialista, símbolo do partido. Empenhou-se nas campanhas de Letícia Arruda, Cleom Guatemozin, Airton Dipp e Ciro Simoni. Keka é colaboradora do vereador de Porto Alegre Humberto Goulart.
Ricardo aposta na credibilidade
Cláudio Ricardo, 55 anos, aprendeu os segredos da política com o pai, João Nelson Ricardo, que foi vereador pelo antigo PTB em Jaguarão. Apesar da abrangência do rádio e da TV, considera o santinho a seiva da campanha e, como há meio século, a matéria-prima do cabo eleitoral. Lembrou que pessoas indecisas juntam a propaganda do chão e definem o voto a caminho da urna. Para Ricardo, a credibilidade do assessor é fundamental na consolidação do eleitor. Acredita que campanhas milionárias fracassam porque cabos eleitorais 'mercenários' trabalham para candidatos de partidos diferentes.
Ricardo se orgulha de 1978, quando conseguiu 800 votos em Torres para Lidovino Fanton, de Farroupilha, reeleger-se deputado federal. Em 1982, participou da campanha para a Câmara de Nadyr Rossetti, de Caxias do Sul, e contribuiu com 500 votos na região do 4O Distrito, em Porto Alegre. Para ele, só quem pode dispensar o cabo eleitoral é pastor evangélico, que faz o contato pessoal na igreja. Ricardo assessora o vereador de Porto Alegre Elói Guimarães.
Seu Bijuja começou nos anos 50
Terra natal dos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, São Borja é também referência das velhas práticas de fazer política. Cabos eleitorais lembram a época em que as campanhas eram conduzidas sem os modernos recursos da mídia. Deoclécio Barros Motta, 79 anos, o Seu Bijuja, que foi amigo e administrador dos negócios de João Goulart, atuou naqueles tempos. Ele afirmou que nos anos 50 até mesmo o rádio ainda era pouco usado. 'A gente pegava 30 litros de gasolina, 30 litros de cachaça, subia num jipe e saía para fazer campanha', contou. Quase sem nenhum material impresso para distribuir, uma das tarefas do cabo eleitoral era convencer o eleitor com base nas propostas dos seus candidatos.
Seu Bijuja disse que a busca do voto era feita de casa em casa, às vezes no lombo do cavalo. Segundo ele, um dos meios mais utilizados até os anos 60 foram os comícios em torno de churrascos e, quando possível, com a presença do candidato. Citou Gurgulino Brizola como um dos principais cabos eleitorais na época da região. Lembrou que muitas vezes eles se juntavam ao culto das igrejas 'não para rezar, mas para pedir votos'.
Bacci prega que governo puna os especuladores
O deputado federal Enio Bacci, do PDT, entende que o governo deveria conter os especuladores, punindo-os por forçarem situações que levam à alta do dólar. Segundo ele, essa medida teria boa repercussão no mercado financeiro internacional e reduziria a disparidade entre o real e a moeda norte-americana pela credibilidade dos investidores estrangeiros junto à União. O deputado culpou grupos especuladores por promoverem a disparada do dólar.
Desvalorização do real assusta consumidores
O dólar comercial ultrapassou essa semana a barreira dos R$ 3,00 para a venda. A desvalorização recorde da moeda nacional em relação ao dólar, desde a criação do Plano Real, em 1994, além de gerar preocupação entre investidores, está afetando os consumidores, assustados com os reflexos da disparidade nos preços dos produtos e dos serviços. Deputados comentam sobre a possibilidade de um recuo da alta do dólar nos próximos dias.
Fontana aponta falência do modelo econômico
Na avaliação do deputado federal Henrique Fontana, do PT, a alta do dólar reflete a falência do modelo econômico, que 'tornou o país dependente do fluxo de capital especulativo'. O parlamentar disse que o Brasil precisa desvalorizar o real e manter a taxa de juros elevada para atrair investidores internacionais. Ele tomou como base a linha progressiva de desvalorização da moeda nacional para não acreditar no recuo do dólar para menos de R$ 3,00.
Redecker duvida que haja mudança antes de outubro
Para o deputado federal Júlio Redecker, do PPB, até as eleições o preço do dólar irá oscilar em função da sucessão presidencial. Lembrou que em disputas passadas o país enfrentou a mesma situação. 'O problema é que isso gera despesa grande ao governo, que tem de bancar a alta do dólar, consumindo parte das reservas', disse. Redecker salientou que, se a especulação não for contida, o governo deverá recorrer ao Fundo Monetário Internacional.
Terra confia no recuo da moeda norte-americana
A convicção do deputado federal Osmar Terra, do PMDB, é de que nas próximas semanas o mercado se acalmará e o dólar recuará. 'Não há crise estruturada no país para a moeda se manter em alta', avaliou. Terra disse que a elevação é artificial, conseqüência da proximidade das eleições no Brasil e da queda das bolsas nos Estados Unidos. Afirmou que especuladores lucram com a indefinição do quadro eleitoral.
Artigos
Segurança jurídica
Jarbas Lima
O direito nasce do convívio social do homem. É resultado do grau de consciência das necessidades e complexidade das relações humanas, com controle e segurança eticamente sustentáveis. É um dos mais preciosos bens. Os fatos geram o direito e revelam valores jurídicos com a dimensão social do justo. A vida social cria o direito expresso pela lei. As mutações serão objeto de novas equações legais. Esse é o Estado democrático de direito capaz de vencer os conflitos e garantir a paz.
A quebra desse Estado de direito pode constituir-se na tomada do poder pela força, sem consideração com o povo. A forma moderna é mais sutil, faz-se pelo uso dos próprios instrumentos legais. Ocorre com o verniz da legitimidade democrática e do aparente respeito ao poder estabelecido. Parece ser esse o quadro da estrutura institucional do Brasil, com embaraçoso envolvimento de poderes e órgãos. As ações ferem a vida democrática, embora envoltas no véu da legalidade. Assim se apresentam os episódios da investigação de governadores, prefeitos, dirigentes partidários, com indisfarçável propósito de desqualificar candidatos. Não são diferentes as decisões sobre coligações eleitorais, as manipulações do processo legislativo.
Causa espanto, também, a tentativa de flexibilização do ensino jurídico no país, com conseqüências perigosas na formação dos operadores do direito. A idéia é o afrouxamento dos currículos e a redução da duração do curso para três anos, que se completa com a temerosa proliferação destes, mais de 400, e uma centena aguardando liberação. O resultado é nefasto. Em São Paulo, o último exame da OAB aprovou menos de 19% e foi de menos de 2% a aprovação nos concursos para magistratura e Ministério Público. Como professor de Direito da PUC-RS, tenho testemunhado a preocupação revelada nos debates desenvolvidos pela direção solidificando o trabalho de aperfeiçoamento na formação dos bacharéis, preservando o conceito de qualidade conquistado com empenho e dedicação. Esse é o caminho da democracia, do direito e da justiça, em qualquer momento da nossa vivência institucional. A seriedade dos cursos, a jurisdição imparcial, a postura ética dos operadores, a decência ao legiferar constituem pressupostos de segurança jurídica.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - A. Burd
DERRADEIRA CARTADA DO PT
Não foi por falta de esforço: a 28 de julho de 2001, o PT fez a derradeira tentativa de reaproximação com o PDT. O presidente do diretório estadual, Selvino Heck, tomou iniciativa, recebendo no mesmo dia apoio do vice-governador Miguel Rossetto, interessado em manter a composição integral da Frente Popular. Com exceção do deputado Giovani Cherini, que se mostrou receptivo, os demais integrantes da bancada estadual do PDT entornaram o caldo, denunciando posturas anteriores do PT. O presidente do diretório estadual, Airton Dipp, reforçou. Falando em nome de Leonel Brizola, lembrou motivos do rompimento de outubro de 2000 e disse que a negociação proposta era impossível. Desde então, o PT entendeu que o filme estava queimado.
O QUE DIRÁ
A semana começa com a expectativa: se Ciro Gomes reafirmará a intenção de renegociação unilateral da dívida interna em seu eventual governo. Assustou o mercado e jogou o dólar numa cama elástica.
INTERMEDIÁRIA
Vale a pena ler o manifesto do Partido Liberal, publicado pelo Diário Oficial da União em 1985. Preconizava opção intermediária entre 'socialismo agonizante' e 'o liberalismo reacionário'. Mantém-se fiel.
SUPERLOTAÇÃO
Na manhã deste sábado, um trabalhista que enfrentou a chuva no Centro de Porto Alegre fugiu da resposta sobre como poderá ser a composição do governo de Ciro Gomes, na hipótese de que venha a vencer a eleição. A campanha hoje une velhos comunistas, liberais, conservadores, inimigos, fisiológicos e ideológicos. Muitos ainda querem embarcar no ônibus. Difícil é prever que vai dirigi-lo se chegar ao destino.
MUNIÇÃO
Assessores de candidatos ao governo do Estado dedicaram a manhã deste sábado a acessar pela Internet os jornais da Bahia que registraram a primeira exportação da Ford. Foram embarcados ontem 1.384 veículos Fiesta para o México. Até final do ano, as exportações chegarão 500 milhões de dólares. Armazenam munição para campanha.
LIMPARAM
Enquanto participava de comício do PDT, sexta-feira à noite, no Centro de Palmeira das Missões, o deputado federal Pom peo de Mattos teve sua caminhonete arrombada. Quebraram o vidro lateral e levaram telefone celular, roupas e objetos pessoais. O que mais lhe deixou inconformado foi a perda da bombacha e das botas, que se tornaram marca nas incursões de campanha por todo o Estado. Até a manhã deste sábado, a Polícia não tinha pistas.
DOS LEITORES
- Jairo Valença: 'É de chorar a subserviência que os candidatos à Presidência assumiram diante dos interesses e do capital estrangeiro. Os que antes agiam como os heróis da resistência estão agora rasgando à nossa frente os seus discursos'.
- Alzira Couto: 'Os investidores estrangeiros sabiam que poderiam levar o calote quando trouxeram dinheiro para países de risco. Tanto que cobram juros bem mais altos'.
- Erno Alsi: 'Reivindicamos campanha limpa com discussão programática com respeito entre candidatos. Só assim reafirmaremos o compromisso com o Estado de direito'.
- Otmar Scheffel: 'O déficit da Previdência Social não é o que o governo costuma anunciar. Ele deveria cobrar dos que devem e aí sobraria dinheiro. O deputado Arnaldo Faria de Sá, de São Paulo, demonstrou com dados que não há déficit'.
APARTES
Plenário da Assembléia será reaberto na quinta-feira. Quente neste semestre será o debate do orçamento.
Direção do PT se previne: não quer ver repetido protesto contra o PL como ocorreu em Joinville.
Com a cassação pelo TRE dos diplomas de prefeito e vice de Itaqui, deverá assumir a presidente da Câmara, vereadora Claudete Bruck, do PSB.
PMDB nacional anda em marcha lenta na campanha de José Serra e Rita Camata. Indiferença é fogo.
Ex-prefeito de Osório Alceu Moreira se ufana de ter trocado 'economês' pelo 'socialês' com seus projetos.
Faltam 70 dias para as eleições.
Município gaúcho de Colorado reivindica: ali nasceu vice-governador de Mato Grosso do Sul, Moacir Kohl.
Deu no jornal: 'FHC critica países desenvolvidos'. Antes, aceitou as regras. Agora é tarde.
Sonho dos candidatos é subir nas pesquisas como o dólar. Muitos andam mais para a queda das Bolsas.
Editorial
A TRAGÉDIA SOCIAL ARGENTINA
A repercussão social de uma crise econômica como a que está sendo enfrentada pela Argentina é brutal. O desarranjo da economia, em seu ponto culminante, provoca, segundo se noticiou em Buenos Aires, o recorde da taxa de desemprego oficial do país, que chega a 23%. A situação é bem mais séria do que a verificada na crise de maio de 1995, quando o nível mais alto de desemprego alcançou o índice de 18,3%.
No momento, entre desemprego e subemprego, mais de 6 milhões de argentinos estão se aproximando do nível abaixo da pobreza. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos, na província de Buenos Aires, a mais povoada, quase a metade da população já se encontra abaixo do nível da pobreza. 30% da população está desempregada e 20% vivem de biscates. Buenos Aires, que das capitais latino-americanas foi a que alcançou o mais alto padrão nos anos 50, rivalizando em qualidade de vida com as principais capitais européias, sofre hoje os efeitos da marginalização a que cada vez maior número de seus habitantes são submetidos.
A crise argentina, que já dura quatro anos e que mantém o país mergulhado na recessão, fez o salário do trabalhador industrial cair em 36,8% e arrastou 3,8 milhões de argentinos para a triste condição de novos pobres. A tragédia social argentina, resultado de uma série de erros na condução de políticas que não priorizaram a sanidade econômica, ensejando, seja por incompetência, seja por corrupção de suas lideranças, desmandos de toda ordem no campo da responsabilidade fiscal, merece toda a atenção dos dirigentes políticos, não apenas argentinos, como dos demais países da América Latina, para ficarmos apenas em nosso continente. Os povos, quando seus condutores se afastam do estreito caminho da seriedade administrativa, como lamentavelmente aconteceu ao longo das últimas duas ou três décadas na Argentina, terminam pagando um preço altíssimo, por não se darem conta de que estão sendo levados para o abismo, tangidos pela demagogia de promessas que jamais poderão ser cumpridas, por absolutamente irrealizáveis.
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07/28/2002
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