Yeda diz que Serra vai atacar Olívio








Yeda diz que Serra vai atacar Olívio
A deputada federal do PSDB Yeda Crusius anunciou ontem que “o governo gaúcho de Olívio Dutra será utilizado na campanha do presidenciável tucano José Serra, para mostrar a forma de governar do PT”. Segundo ela, “o PT se vangloriava das administrações, em especial a do Rio Grande do Sul, mas porque ninguém conhecia a administração petista no Estado”. Yeda diz que “a CPI da Segurança, a perseguição a jornalistas e à Brigada Militar, mostraram a realidade do governo feito pelo PT”.

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, é outro que está na mira dos tucanos. “Ciro não é um dos pais do Real. É apenas um bom filho dele. Quando ele chegou, o plano estava muito bem nascido”, argumenta Yeda.

A deputada diz que Lula no governo não teria sustentação por falta de alianças. Ela associa o nome do petista ao narcotráfico e as ditaduras. “A sua aliança faz parte de Colômbia. Ele vai fazer aliança com a falta de democracia em Cuba, com o Hugo Chaves da Venezuela”, afirma Yeda Crusius. Ela diz que há “turbulência” entre os candidatos e que “a queda vertiginosa” de Lula seria um dos fatores. “Lula era candidato há 12 anos. Quando os eleitores começaram a analisar propostas e programas, ele despencou”.


PPB abre propaganda no RS
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) realizou ontem o sorteio da ordem que os partidos irão utilizar nos espaços gratuitos de rádio e televisão a partir do próximo dia 20 de agosto, início da propaganda eleitoral gratuita. A propaganda encerra em 3 de outubro. A participação do partido ou coligação é alternada, de acordo com a inserção do partido no dia anterior.

O PPB abre o horário eleitoral gratuito para governador e a coligação União Pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), que tem o maior tempo de participação (cinco minutos e 17 segundos), encerra a programação. Para senador, o candidato do PDT, João Bosco Vaz, inicia as apresentações e José Fogaça, do PPS, fecha o bloco. Os candidatos do PCO, Oscar Jorge de Souza, e do PTN, Luis Carlos Prates, possuem os menores espaços eleitorais, com o tempo de 30 segundos, cada um.

O horário eleitoral nas rádios será às 17h da manhã a ao meio-dia. Na televisão, das 13h e às 20h. Cada bloco tem 50 minutos. Haverá quatro espaços de 30 segundos em horários alternados durante o dia.


Vereadores deixam o PMDB
Momentos antes do início da primeira reunião de trabalho da comissão que encaminha o processo de cassação de vereadores envolvidos no esquema de corrupção na Câmara de São Leopoldo, quatro dos nove acusados pediram desfiliação do PMDB. Saíram do partido o vereador Fernando Henning e os suplentes Fernando Fusquine, Adão dos Santos e Ângelo Magro.


Ciro também usa o exemplo da Argentina para atacar Lula
O clima de boa vizinhança entre o candidato da Frente Trabalhista (PDT, PPS e PTB), Ciro Gomes, e o candidato da Frente Popular (PT – PCdoB – PL – PMN – PCB), Luiz Inácio Lula da Silva, acabou. Ciro, como já tinha feito com o presidenciável José Serra, do PSDB, atacou Lula e recorreu à comparação do caos da situação econômica da Argentina, com as promessas de campanha do petista. “Não basta alimentar a ilusão voluntarista de que é só trocar este que está aí por outro cheio de amor que o paraíso vai baixar”, alertou.


Serra defende Mercosul “flexível e realista”
Depois de seu encontro ontem em São Paulo com o comissário de comércio da União Européia (UE), Pascal Lamy, o candidato à Presidência José Serra (PSDB) defendeu um Mercosul “flexível e realista”, que dê ao Brasil “liberdade e firmar acordos isoladamente”.

“Tenho como meta prestigiar o Mercosul, mas fazendo um sistema flexível e realista, porque às vezes um excesso de ambição faz com que a gente não atinja nem objetivos mais modestos. Precisamos aprofundar a zona de livre comércio, o comércio livre dentro do Mercosul, antes de aprofundar a tarifa externa comum. Ela existe, mas precisa ser flexibilizada para que o Brasil possa fazer mais acordos comerciais separadamente com o resto do mundo.”


Times chama Lula de populista
O jornal inglês The Times publicou ontem uma reportagem sobre o candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, considerando que o discurso do petista traz uma “retórica populista”. Intitulada “Populista corteja os pobres na corrida presidencial do Brasil”, a matéria diz que Lula vem conquistando votos ao prometer livrar os pobres do Brasil da “usurpação do colonialismo econômico” e contém contradições e promessas de cunho populista, como impor taxas e impostos à elite brasileira para diminuir a pobreza.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

FAT
A secretária do Trabalho Neusa Azevedo, estará hoje em Brasília para a reunião do Conselho Deliberativo do FAT. Neusa vai pressionar para a liberação da verba.

Dívidas
A Famurs aprovou nove dos dez pontos propostos pelo governo para o pagamento das dívidas do Estado. A entidade e a Secretaria do Interior, chefiada por Dirceu Lopes, ainda decidirão sobre os prazos para o pagamento do salário-educação.

Afronta
Para o presidente do PPS, Nelson Proença, a distribuição pelo PT de jornal apreendido por decisão judicial é uma afronta ao Judiciário, à Lei e à democracia. “A campanha faz o mesmo que o governo, em relação a decisões sobre invasões de terras.”

Desrespeito
A deputada estadual do PT Maria do Rosário considerou um desrespeito aos homossexuais as declarações de dois vereadores da capital. “Caberia a eles apresentar projetos para o fim da discriminação e do preconceito”, diz petista. A parlamentar é apoiadora dos movimentos pela livre orientação sexual.

Relatório
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia, presidida pelo deputado estadual do PMDB Jair Foscarini, aguarda para a próxima semana o relatório do TCE sobre as contas da Secretaria da Saúde.

ECT
O deputado estadual do PSDB Jorge Gobbi teve do ministro das Comunicações, Juarez Quadros, a garantia de que não ocorrerão mudanças administrativa na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Os funcionários temiam por demissões.


Editorial

VAGA PARA PRESIDENTE

Mão-de-obra é o que não falta no país. Pelo contrário, falta é vaga. Porém, mão-de-obra qualificada não é nada fácil de encontrar. É por isso que as empresas brasileiras estão cada vez mais exigentes. Querem experiência, conhecimento, capacidade. São rígidas assim mesmo quando oferecem vagas para as funções mais simples. A empregabilidade está cada vez mais condicionada à boa formação profissional.

Diante desse duro quadro do mercado de trabalho, é no mínimo estranho o fato de que as mais elevadas funções públicas - vereador, prefeito, governador, deputado e presidente - sejam exercidas por pessoas das quais pouco ou nada se cobra em termos de formação e competência. Em tese, qualquer um pode se candidatar a qualquer coisa. Não há como evitar que aventureiros, imaturos ou malucos assumam esses cargos, se eles forem eleitos pelo voto da população. Uma sociedade inteira poderá se tornar refém dos maus governantes.

Cada candidato tenta, a sua maneira, conquistar o eleitorado, mas pouco se fala durante a campanha em experiência, currículo, capacidades e habilidades.

O presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, agora apelou ao tom religioso para falar com a imprensa. Na entrevista ao vivo que concedeu ontem à noite ao jornal da Record, comandado por Boris Casoy, o candidato falou em Deus, colocando a religião como marco de sua campanha. Ciro Gomes (PPS) vende a imagem da mulher dele, a atriz Patrícia Pillar, que chega a ofuscá-lo nos comícios e andanças pelo país. Hoje, inclusive, ele participará de um novo encontro com militantes da área cultural, organizado por ela.

Lula tem lembrado da época em que era metalúrgico e líder sindical na década de 70, e até chorado em comícios com metalúrgicos. Já o candidato tucano José Serra fica tentando dar a entender que nunca escondeu as divergências dele com o governo de Fernando Henrique Cardoso e insiste, apesar de ser governista, que ele representa uma mudança.

Não ficam claras nos discursos dos presidenciáveis as consciências das complicadas tarefas que terão de abraçar. O que mais preocupa é que os presidenciáveis que apregoam rupturas não têm consciência da crise de governabilidade em que poderá estar se metendo o país já no início do ano que vem.

Falam da pátria varonil como se fosse possível livrá-la das dificuldades a golpes de entusiasmo voluntarista. Não reconhecem o quanto é difícil manter em equilíbrio - precário - um país cheio de vulnerabilidades. Exibem uma confiança artificial, fazem declarações melodiosas, porém vazias. A verdade é que o mercado político funciona mal por aqui. A exigência nem se compara àqueles que procuram uma vaga nas empresas privadas. Não existe competição quando os candidatos, no empenho para conquistar eleitores a qualquer custo escolhem falar da demagogia e de um mundo de ilusões em vez de assumirem a realidade cinzenta. Diante de sérias dificuldades que não admitem encaminhamentos fáceis, estão aí, para que o eleitorado escolha, propostas sem um mínimo de realismo e consciência. Mas a vaga está aberta. Há vaga para presidente.


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07/23/2002


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