Zambiasi lidera pesquisa









Zambiasi lidera pesquisa
Com 43% das intenções de voto na disputa ao Senado, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), lidera a mais recente pesquisa estimulada realizada pelo Ibope.

No levantamento, Zambiasi é seguido pelo senador José Fogaça (PPS), com 31%.

Em terceiro lugar está a senadora Emília Fernandes (PT), com 20% da preferência dos eleitores. O deputado federal Paulo Paim (PT) aparece no levantamento com 15%.

Mostrando uma cartela com os nomes dos candidatos, o Ibope perguntou aos entrevistados qual seria a sua primeira opção para o Senado. Zambiasi teve 29% das menções, seguido de Fogaça (17%), com Emília (9%) e Paim (8%). Depois, perguntou qual seria sua segunda opção. Nessa simulação, Zambiasi teve 14%, Fogaça, 14%, Emília, 11%, e Paim, 5%. Como em 6 de outubro serão eleitos dois candidatos, o resultado final é a soma das duas citações.

Conforme o levantamento, o governo Olívio Dutra tem nota média de 5,3. A soma dos conceitos bom e ótimo é de 25%. Ruim e péssimo chegam a 27%. Outros 46% consideram o governo regular. Olívio tem a pior avaliação entre os eleitores com renda familiar superior a 10 salários mínimos (54%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 4, com mil entrevistados. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.


Seminário discute papel do deputado estadual
Encontro na Assembléia terá presença do presidente do TSE

A Assembléia Legislativa promove hoje, a partir das 9h30min, no auditório Dante Barone, um seminário nacional de Direito Eleitoral e Constitucional.

O painel é destinado a todos os candidatos a deputados estaduais do país e conta com o apoio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Com o evento, a Escola do Legislativo da Assembléia pretende debater o papel do deputado estadual, desde a sua eleição até o exercício do mandato. Entre os assuntos do programa, a propaganda eleitoral merecerá destaque. O tema será abordado na palestra do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim.

O seminário contará ainda com a participação do professor de Direito Administrativo da PUC e da Ufrgs, Juarez Freitas, do deputado estadual pelo PPS, Bernardo de Souza e do procurador da Assembléia Legislativa, Fernando Bolzoni, que falarão sobre a competência legislativa de cada deputado.

O procurador-geral da Assembléia, Fernando Ferreira, o diretor-geral do TRE, Antônio Augusto Portinho Cunha, e o diretor de Informática do Tribunal, Jorge Freitas também estão entre os palestrantes do encontro.

A abertura do evento contará com a participação do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi, do ministro Jobim e do presidente do TRE, desembargador Marco Antônio Barbosa Leal.


Segurança domina o primeiro debate
A segurança pública, o desenvolvimento econômico e a privatização de estatais foram os principais temas dos candidatos no primeiro debate da campanha eleitoral, ontem à noite, na TVCOM.
Das 22h à 1h13min, nove dos 13 postulantes ao Palácio Piratini participaram do programa, transmitido também pela Rádio Gaúcha, e que transcorreu sem agressões pessoais.

O tom cordial da abertura do programa cedeu lugar a duras críticas ao governo do Olívio Dutra logo no início do segundo bloco. Os candidatos da oposição bombardearam o governo do PT, a quem acusaram, de expulsar investimentos produtivos, e o candidato Tarso Genro (PT). Caleb de Oliveira (PSB), partido que participa da atual administração, fez uma espécie de aliança com Tarso e, além de não criticá-lo, defendeu o governo. Em troca, recebeu elogios do petista. No terceiro bloco, Caleb foi acusado por Antônio Britto (PPS) de estar trocando informações com Tarso, sentado do lado oposto.

A primeira pergunta, definida por sorteio, foi feita por Britto a José Fortunati (PDT). O trabalhista apresentou números para argumentar que, nos dois últimos governos, houve uma redução no efetivo policial gaúcho. Os dois candidatos criticaram o que consideram a partidarização das polícias, a redução no efetivo da Brigada Militar (BM) e da Polícia Civil e o desaparelhamento das corporações.

Tarso revidou dizendo considerar um acinte acusar os servidores da segurança de estarem sendo partidarizados e afirmou que o atual governo investiu, por ano, R$ 100 milhões a mais no custeio da segurança pública do que a administração de Britto.

O capitão Aroldo Medina (PL) – o único a não levar papéis para dentro do estúdio –, oficial da BM há 17 anos, falou sobre a “desmoralização da corporação” e, ao lado de Germano Rigotto (PMDB), engrossou a corrente de oposição que fez duras críticas ao governo Olívio. Medina fez questão de registrar que, apesar da aliança nacional PT-PL, no Rio Grande do Sul seu partido não tem nada em comum com o PT.

Ao questionar Tarso sobre a perda da Ford, Britto quis saber se um eventual governo petista Tarso não revisaria restrições à Ford. Tarso afirmou que não existem restrições a parcerias com grandes empresas, mas que não aceita a privatização de estatais para “dar dinheiro às multinacionais”. Destacou que no governo Olívio a economia cresceu 11% contra 0,8% no anterior.

Na pergunta a Celso Bernardi (PPB), Tarso introduziu o tema da privatização, indagando a posição do oponente sobre o assunto e justificando que o atual governo, sem privatizar o setor energético, conseguiu manter o Estado longe do apagão. Bernardi defendeu a venda das estatais, mas argumentou que foi realizada em um momento agora superado, e garantiu ser contra a privatização do Banrisul, da Corsan e do que restou da CEEE.

O debate esquentou no quarto bloco, quando os candidatos puderam escolher a quem perguntar. O primeiro, Bernardi, questionou Tarso sobre o aumento de impostos e, diante da resposta do petista de que a matriz tributária precisa ser definida no país, acima das diferenças partidárias, acusou o petista de “enrolar e não responder”.

Tarso explorou o mesmo tema ao se dirigir a Britto no bloco de perguntas livres, perguntando sobre os objetivos do ex-governador ao optar pelas privatizações durante seu mandato. Britto disse que Tarso tem fixação por 1998, ano em que deixou o cargo, e lembrou que deixou o Banrisul saneado.

Na sua vez de perguntar, Britto escolheu Bernardi e colocou a educação em pauta, depois de acusar o PT de estar tentando impor sua visão ideológica às crianças nas escolas públicas. Bernardi reforçou a crítica, dizendo que “a pedagogia tem que ser maior que a ideologia”.

Rigotto e Fortunati insistiram na tese de que é preciso combater o clima de polarização da campanha entre Tarso e Britto. Os dois lembraram a estrutura dos seus partidos e manifestaram a certeza de que, com o andamento da campanha, conseguirão crescer nas pesquisas.

Também participaram do debate, mediado pelo jornalista Lasier Martins, os candidatos Carlos Schneider (PSC) e José Vilhena (PV).

Do lado de fora, o clima era de campanha intensa. A torcida, majoritariamente da oposição, vaiou o candidato do PT.


Chuva atrapalha início da campanha
O interior do Estado foi o palco escolhido pela maioria dos candidatos para os comícios e eventos de largada da campanha, prejudicados pelo mau tempo.

Depois de cumprir uma agenda intensa no sábado, a maioria dos postulantes ao Piratini se recolheu no domingo para se preparar para o debate na TVCOM.

O mau tempo atrapalhou a largada da campanha na Capital e inibiu a ação dos militantes em todo o Estado. Tarso Genro (PT), José Fortunati (PDT) e Celso Bernardi (PPB) pretendiam ir ao Brique da Redenção, mas tiveram de desistir.

No sábado, Tarso enfrentou uma chu va forte para abrir a campanha em Santa Maria. Uma caminhada no Calçadão teve de ser cancelada. O candidato participou da abertura da 21ª Feira Estadual do Cooperativismo, onde destacou a sintonia entre a Feira e os ideais do programa de governo do PT. Segundo ele, o projeto para o Estado considera essencial o movimento e a cooperação como instrumento para uma sociedade melhor.

Um bandeiraço em 24 pontos da Capital marcou o início da campanha da coligação Rio Grande em 1º Lugar, que lançou Antônio Britto ao Piratini. Liderados pelo presidente do PPS, Nelson Proença, e pelos candidatos a vice e ao Senado, Germano Bonow (PFL) e José Fogaça, militantes agitaram as bandeiras e distribuíram material de campanha. No domingo, Bonow e Fogaça estiveram na Festa do Peixe, em Tramandaí.

O candidato Germano Rigotto (PMDB), da coligação União pelo Rio Grande, esteve em Rio Pardo, Candelária, Caxias do Sul, Nova Palma e Faxinal do Soturno.

– Agora podemos mostrar que a força da estrutura partidária do PMDB, PSDB e PHS tem condições de alavancar nossa candidatura à vitória – disse, em Rio Pardo.

Uma carreata e um comício em Marau abriram a campanha do PPB na manhã de sábado. Um churrasco para cerca de 2 mil pessoas, contou com a presença do candidato a governador Celso Bernardi e da vice, Denise Kempf.

– A eleição não está polarizada, ao contrário do que indicam as últimas pesquisas. A maioria das pessoas ainda não se definiu – afirmou Bernardi.

Santa Cruz do Sul foi escolhida por Fortunati para dar início à campanha. Em um almoço, reafirmou o apoio à indústria do fumo.

– Começamos desacreditados, mas estamos unidos e fortes – afirmou.
No primeiro fim de semana de campanha autorizada, as ruas da Capital ficaram tomadas por propaganda. Dezenas de candidatos e militantes, a maioria do PT, passaram a noite afixando propaganda.

O deputado estadual Vieira da Cunha, candidato à reeleição, esperou a meia-noite junto ao muro do Pão dos Pobres, um dos espaços mais disputados da Capital. No primeiro minuto do dia 6, Vieira começou a pintar seu nome e número no muro. Um colaborador terminou o trabalho para permitir que às 0h12min Vieira inaugurasse um comitê conjunto com Pedro Ruas, candidato a deputado estadual, no bairro Menino Deus. Doze é o número do PDT.


Lula tem 36% e Serra 23% no RS
A mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope no Rio Grande do Sul indica vantagem de 11 pontos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pelo Palácio do Planalto.

O petista tem a preferência de 36% dos gaúchos. José Serra (PSDB) está em segundo lugar, com 25% das intenções de voto, e Ciro em terceiro, com 20% .

A diferença entre os dois concorrentes é a mesma tanto na pesquisa estimulada (quando é apresentado um cartão com o nome dos candidatos) quanto na espontânea. Lula conta com 23% das indicações na espontânea e Serra, 12%. Apesar de não estar concorrendo, o presidente Fernando Henrique Cardoso tem 2% das intenções de voto na pesquisa espontânea.

O melhor desempenho de Lula ocorre entre os homens (41%) e os eleitores com o Ensino Fundamental (38%). Serra tem melhor desempenho entre os eleitores com curso superior: 35%, mesmo índice do petista nessa faixa de escolaridade.

A pesquisa também questionou os gaúchos sobre quais são os maiores problemas enfrentados pelo Estado em seis áreas. Desemprego (39%) e segurança (32%) são as duas principais preocupações. A saúde e os salários são motivos de apreensão para 13% e 8% dos entrevistados, respectivamente.

O Ibope não realizou levantamento sobre a rejeição dos candidatos à Presidência e ao Senado. A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 4. Foram ouvidos mil entrevistados com 16 anos ou mais. A margem de erro da pesquisa é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.


Datafolha indica avanço de Ciro
O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, cresceu sete pontos percentuais na última pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha e está tecnicamente empatado com o candidato do PSDB, José Serra.

Conforme o levantamento, publicado ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, Ciro passou de 11% para 18%, e Serra, de 21% para 20%.

O petista Luiz Inácio Lula da Silva permanece na liderança, com 38%, enquanto Anthony Garotinho, do PSB, aparece com 13%.

A ascensão de Ciro já havia aparecido na pesquisa Vox Populi, divulgada na sexta-feira, na qual ele passou de 16% para 18%, ultrapassando Serra, que caiu de 21% para 17%. A explicação para o crescimento de Ciro foi o acúmulo de tempo em horários eleitorais da TV reservados aos três partidos (PPS, PDT e PTB), que o apóiam. Entre os dias 3 e 30 de junho, o candidato do PPS usou 102 minutos em redes nacionais e estaduais e rádio e TV. Ciro não usava o horário eleitoral desde julho de 2001.

Para o levantamento, o Datafolha ouviu 5.103 pessoas em 285 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


Empate entre Serra e Ciro marca início de campanha
O empate técnico entre Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB), no segundo lugar da corrida pelo Palácio do Planalto, foi o principal acontecimento do primeiro fim de semana de campanha eleitoral oficial no país.

No sábado, em Sobral (CE), o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes, garantiu que, se for eleito, seu principal compromisso será a retomada do desenvolvimento e a criação de novos empregos. A namorada de Ciro, a atriz Patrícia Pillar, foi uma das estrelas do comício que reuniu milhares de pessoas em Sobral, cidade onde o candidato foi criado. Patrícia deu autógrafos, foi aplaudida e dançou ao som da banda Asa de Águia. Ciro dançou e acompanhou o músico Durval Lélis na música que diz “eu sou Adão e você será minha pequena Eva”. Ele preferiu não comentar o crescimento registrado na pesquisas do Datafolha e do Vox Populi, que o colocam em situação de empate técnico com Serra:

– As pesquisas no Brasil têm um vício ético. Têm sido manipuladas para atender a conveniências de candidato.

Com 4,7 milhões de eleitores, oitavo colégio eleitoral do país, o Ceará é o Estado onde Serra deverá enfrentar as maiores dificuldades para obter votos, embora disponha de dois palanques, do PSDB e do PMDB. O principal obstáculo é Ciro Gomes, o favorito no Estado, que conta inclusive com o apoio velado do governador tucano Tasso Jereissati.

O candidato do PSDB escolheu o Piauí para a largada oficial da campanha, com o apoio do governador Hugo Napoleão, que participou do comício. Ele comentou as últimas pesquisas eleitorais, minimizou o crescimento de Ciro Gomes, e assegurou que irá ganhar a eleição “como a Seleção ganhou a Copa”.

Disposto a sensibilizar os militantes do partido a participar da campanha, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), primeiro colocado nas pesquisas, adotou a estratégia de se mostrar como vítima de supostas manobras do governo e do tucanato. O comando da campanha distribuiu um panfleto em que acusa os governistas de apelarem para baixarias com o objetivo de desestabilizar a sua candidatura. Com o título “Quero um Brasil decente, quero Lula presidente”, o texto serviu de base para um discurso feito por Lula no sábado, em São Paulo, na estréia de seu vice, o senador José Alencar, no palanque.

Anthony Garotinho (PSB) enfrentou falta de público nos eventos de que participou em Pernambuco. A direção do PSB no Estado previa a participação de 5 mil pessoas no comício de encerramento da programação, mas apenas uma centena acompanhou o ato ocorrido no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. A agenda do candidato teve início na manhã de sábado, com uma caminhada no centro do Rio. Antes de seguir para Pernambuco, Garotinho esteve na Bahia.


Maluf é multado em R$ 21,2 mil pela Justiça
O candidato a governador de São Paulo pelo PPB, Paulo Maluf, foi multado pela quarta vez neste ano pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), por fazer propaganda política antes do prazo permitido pela legislação eleitoral. Maluf foi condenado a pagar uma multa de R$ 21.282, por usar de maneira irregular o horário gratuito de rádio e TV doestinado ao PPB.

A infração é uma das mais comuns na temporada eleitoral. Os candidatos são multados por aproveitarem o tempo destinado à divulgação dos ideais partidários para defender suas próprias candidaturas.

A multa foi aplicada pelo desembargador Paulo Shintate, juiz auxiliar do TRE de São Paulo. No total, o ex-governador já foi condenado ao pagamento de R$ 138 mil, somente neste ano.
A decisão do TSE foi anunciada em resposta a uma representação entregue ao Tribunal Eleitoral pelo PSDB, partido do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que concorre à reeleição e será adversário direto de Maluf na disputa deste ano. Mesmo reincidente, o ex-governador de São Paulo poderá recorrer das multas impostas pelo TRE ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (DF).


Ex-juiz cumprirá pena em colônia agrícola de São Paulo
Nicolau dos Santos Neto poderá ser transferido nesta semana

O ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo Nicolau dos Santos Neto será transferido da carceragem da Polícia Federal (PF), em São Paulo, para o Instituto Penal Agrícola (IPA) de Bauru, no interior paulista.

O juiz, condenado a oito anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e tráfico de influência, deverá ser remanejado nesta semana.

A decisão foi tomada sábado, pelo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furokawa, depois de feita uma análise das condições dos dois presídios semi-abertos existentes no Estado, o de Bauru e o de São José do Rio Preto. Segundo ele, o IPA foi escolhido por ter a menor lotação e melhores condições de conservação das instalações.

A proximidade do presídio com São Paulo também contou na decisão. A legislação determina que a pena deva ser cumprida o mais próximo possível da residência da família do condenado. Bauru está distante 343 quilômetros de São Paulo.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, a transferência poderá ocorrer ainda nesta semana, mas o horário e o dia dependem de determinação da PF.

O IPA está localizado numa fazenda de 650 hectares, onde até meados dos anos 50 funcionava uma escola agrícola. Hoje, além do presídio semi-aberto, o instituto abriga também duas penitenciárias. O local mantém 633 detentos, distribuídos em oito alojamentos com 80 condenados cada.

Segundo o diretor da instituição, Gilberto de Assis Oliveira, o juiz Nicolau será recebido como qualquer condenado comum e passará pelo processo normal de inclusão, com avaliação médica. Uma vez liberado para o trabalho, ele passará a cumprir a rotina do instituto, que obriga os detentos a trabalhar das 7h às 11h e das 12h30min às 16h, em atividades agrícolas ou de cozinha, padaria e lavanderia.

A fazenda, que possui uma horta própria, produz mensalmente 6 mil quilos de alimento para consumo interno e um rebanho com 450 bovinos e 250 suínos. Após o término da jornada de trabalho, às 16h, os detentos são liberados para estudar, assistir TV ou participar de atividades esportivas ou religiosas.

Nicolau foi condenado no dia 28 de junho, em primeira instância, a cumprir oito anos de prisão em regime semi-aberto, em colônia agrícola, por lavagem de dinheiro e tráfico de influência na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.

O senador cassado Luiz Estevão e os empresários José Eduardo Teixeira Ferraz e Fábio Monteiro de Barros, também envolvidos no esquema, foram inocentados pelo juiz Casem Mazloum, da 1ª Vara da Justiça Federal. Os três foram absolvidos das acusações de desvio de verbas das obras do TRT com base na falta de autenticação de extratos bancários que comprovariam a remessa de US$ 1 milhão entre eles e o ex-juiz. No entanto, a procuradora Janice Ascari afirmou que irá recorrer da sentença de Mazloum nos casos do senador e dos empresários.


Licitação para retomada das obras do TRT será lançada hoje
A licitação que permitirá dar prosseguimento às obras do Fórum Trabalhista de São Paulo deverá ser lançada hoje.

Segundo o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, juiz Francisco Antônio de Oliveira, o prédio deverá ficar pronto em seis meses, se houver verbas suficientes. A construção do prédio foi embargada em 1999, devido a denúncias de irregularidades.

A continuação da obra foi autorizada na última terça-feira pelo Congresso Nacional. A expectativa de conclusão rápida das obras deve-se à situação de precariedade das atuais instalações. As 30 Varas de Trabalho localizadas na rua Alfredo Issa, segundo o presidente do TRT, estão em perigo permanente. Velho e com problemas de fiação, o prédio corre risco de incêndio.

– Estávamos com tudo pronto desde dezembro do ano passado, aguardando e sse decreto. São 400 mil processos distribuídos naquelas Varas – disse Oliveira.

O governo federal liberou R$ 9,7 milhões para a retomada das obras, mas o presidente do TRT estima que serão necessários mais R$ 30 milhões para o término do prédio.

Em 2000, o TRT-SP recolheu R$ 180 milhões para os cofres da União, em custas judiciais, imposto de renda e INSS. Em 2001, foram R$ 210 milhões. Com a instalação de todas as Varas no novo prédio, a projeção é que a produtividade aumente entre 10% e 12%. Hoje, o TRT gasta R$ 500 mil com o aluguel dos prédios ocupados pela primeira instância.


Licitação para retomada das obras do TRT será lançada hoje
A licitação que permitirá dar prosseguimento às obras do Fórum Trabalhista de São Paulo deverá ser lançada hoje.

Segundo o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, juiz Francisco Antônio de Oliveira, o prédio deverá ficar pronto em seis meses, se houver verbas suficientes. A construção do prédio foi embargada em 1999, devido a denúncias de irregularidades.

A continuação da obra foi autorizada na última terça-feira pelo Congresso Nacional. A expectativa de conclusão rápida das obras deve-se à situação de precariedade das atuais instalações. As 30 Varas de Trabalho localizadas na rua Alfredo Issa, segundo o presidente do TRT, estão em perigo permanente. Velho e com problemas de fiação, o prédio corre risco de incêndio.

– Estávamos com tudo pronto desde dezembro do ano passado, aguardando esse decreto. São 400 mil processos distribuídos naquelas Varas – disse Oliveira.

O governo federal liberou R$ 9,7 milhões para a retomada das obras, mas o presidente do TRT estima que serão necessários mais R$ 30 milhões para o término do prédio.

Em 2000, o TRT-SP recolheu R$ 180 milhões para os cofres da União, em custas judiciais, imposto de renda e INSS. Em 2001, foram R$ 210 milhões. Com a instalação de todas as Varas no novo prédio, a projeção é que a produtividade aumente entre 10% e 12%. Hoje, o TRT gasta R$ 500 mil com o aluguel dos prédios ocupados pela primeira instância.


Artigos

O risco que existe
Paulo Brossard

Faz algumas semanas, a imprensa começou a falar no “risco Brasil”. A expressão era nova e passou a ter curso, pela simples razão de que no semestre encerrado o risco aumentara 104% e o dólar, não é preciso dizer, subiu 18%, sendo que a maior parte da alta, 11%, se deu em um mês, o de junho. As reações iniciais foram díspares, não faltando algumas indignadas com a nota atribuída ao noss o país por agências estrangeiras. As autoridades brasileiras, de modo geral, repeliram a classificação, que colocava o Brasil só abaixo da Argentina, a qual está envolvida em crise global. Nos últimos dias tem andado ora no segundo, ora no terceiro lugar.

Eis senão quando, de volta de seu itinerário europeu, nada menos que o presidente do Banco Central, na Fiesp, fez declarações inauditas, que nem os mais extremados oposicionistas foram capazes de articular. Segundo essa autoridade, seriam necessários 30 meses para o Brasil, se tivesse juízo, exorcizar o chamado “risco Brasil”, que até a véspera o governo negava existir. A reação se fez presente ali mesmo, a começar pelo presidente da entidade. Vale a pena reproduzir as palavras do presidente do Banco Central: “Acredito ser possível, apesar da conjuntura atual, tirar o país da categoria de alto risco e colocar o Brasil em uma categoria de baixo risco. É uma proposta perfeitamente factível, as bases estão lançadas. Se formos disciplinados podemos obter isso. Mas não podemos acreditar em soluções milagrosas”.

O que era negado ontem foi reconhecido hoje e reconhecido de maneira cabal

Confesso ter ficado simplesmente perplexo com essas declarações. Fossem elas de alguém desinvestido de atribuições e responsabilidades excepcionais como as inerentes ao gestor da política monetária do país, seriam mais ou menos relevantes, dependendo da qualificação pessoal do opinante. Mas ditas pelo presidente do Banco Central, no local onde as disse, às pessoas ali presentes têm dimensões inexcedíveis.

Afirmando “acreditar ser possível tirar o país da categoria de alto risco e colocar o Brasil em uma categoria de baixo risco”, rompeu todas as barreiras à especulação. Depois de dizer o que disse, que mais se poderia dizer no sentido de proclamar o desatino praticado não em 30 meses, mas em oito anos do governo que se encontra em fase terminal?

Em primeiro lugar, salta aos olhos o recibo passado pelo presidente do Banco Central a tudo que tem sido apontado pelas agências que calculam o risco dos países. A confirmação foi explícita, “acredito ser possível tirar o país da categoria de alto risco e colocar o Brasil em uma categoria de baixo risco”. O que era negado ontem foi reconhecido hoje e reconhecido de maneira cabal. Este o fato em sua nudez.

Depois dessa confissão, não deixa de ser preocupante que, na visão do presidente do Banco Central, sejam necessários 30 meses para a recuperação do conceito do país. Trinta meses, dois anos e meio, ou seja, mais da metade do mandato do próximo presidente da República. Este o legado de oito anos de governo do eleito e do reeleito? Este o resultado de uma criminosa política de desvairado endividamento do país, interna e externamente, acompanhado de uma estúpida usura oficializada.

Por conta desse insensato endividamento terá sido construída uma outra Itaipu ou apenas um apagão nacional?

É triste verificar que a nação deve disciplinar-se, “se formos disciplinados”, por 30 meses para libertar-se da “indisciplina” vigente e que terá se estendido por oito anos, tempo que nenhum presidente contou na história do Brasil.

Aí está o fruto da funesta reeleição introduzida no país, discrepante de cem anos de República, aliás, nem sempre modelar.

E convém não esquecer que foi para galardoar o Brasil com o rótulo de “alto risco” que foram vendidos bens nacionais de alto valor.

Muita coisa haveria a dizer sobre esse lamentável episódio, mas ele é tão triste que o recato aconselha se fique por aqui.


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Crédito educativo
Poucos temas tratados neste espaço provocam tanta repercussão entre os leitores quanto os relacionados ao crédito educativo e às dificuldades dos universitários gaúchos no acesso a essa fonte de recursos para custear o ensino superior. Os números, por si, justificam tal interesse em setor fundamental para o desenvolvimento do país. No Rio Grande do Sul estão matriculados em instituições particulares de ensino superior 300 mil alunos, enquanto nas universidades públicas, apenas 50 mil, segundo dados do Ministério da Educação. Bianca Correa Tabajara dá seu testemunho: “Sou aluna da PUC-RS e consegui o crédito educativo para o curso de Medicina, sem o qual não teria condições de freqüentá-lo”.

O exemplo dessa universitária é comum a milhares de outros, como Marcelo Betancor Lontra, que revelou: “Batalhei arduamente seis anos para conseguir chegar à Faculdade de Medicina e, graças ao crédito educativo e à adesão da Ulbra ao programa, terei tranqüilidade da graduação na minha área”. Laura Rejane Mattos diz que tem um filho cursando uma faculdade na Ulbra e o crédito educativo tem sido valioso para a família. De Curitiba, a leitora Daniela Favo também faz referência à importância dada neste espaço à democratização do ensino superior no país através do crédito educativo, um sistema criado por iniciativa do Congresso Nacional.

Andresa Aliardi foi obrigada a trancar sua matrícula na Unisinos porque teve dificuldade no pagamento das mensalidades e, apesar de tentar acesso ao crédito educativo, nada conseguiu porque essa universidade não aderiu ao programa, prejudicando muitos alunos que precisam desse apoio para poder estudar. O líder da turma da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo, Jaber Nashat de Souza Saleh, informa que também é um dos beneficiados pelo crédito educativo, conseguido depois de muita insistência.

Engajado na luta pela inclusão social e de amparo financeiro para os alunos carentes que pretendem chegar ao ensino superior, Saleh reconhece que as instituições particulares deveriam ter mais interesse nesse programa, pois assim atenderia a um número muito maior de estudantes. Vale lembrar, a propósito, que essas instituições de ensino privadas são consideradas filantrópicas e, assim, gozam de isenção de contribuições previdenciárias que totalizam, por ano, R$ 1 bilhão.


JOSÉ BARRIONUEVO

Zambiasi e Fogaça na frente
A pesquisa do Ibope apresenta uma novidade que contrasta com as demais avaliações de outros institutos: a vantagem de José Fogaça (31%) sobre Emília Fernandes (20%), com uma diferença de 11 pontos em relação a sua colega de Senado, do PT. O candidato do PPS assegura, no momento, de acordo com o Ibope, a segunda vaga de senador, ao lado de Sérgio Zambiasi (PTB), primeiro colocado, com 43%. Esta é a posição dos candidatos na largada, faltando três meses para a eleição, a ser correta a apuração feita pelo instituto.

Favorito em todas as pesquisas, Zambiasi ocupa a primeira posição numa eleição com duas vagas. Está com mais do que o dobro do índice obtido por Emília, quase o triplo em relação a Paulo Paim, ambos do PT.

Paim dá autógrafos
Paulo Paim iniciou a campanha, oficializada a candidatura, pela feira do livro em Canoas de uma forma diferente: autografando o livro de sua autoria Vida, Sonhos e Poesia, no calçadão da terra que o adotou quando deixou Caxias do Sul aos 30 anos. O segundo compromisso foi o lançamento formal da campanha em Caxias do Sul, no bairro Desvio Rizzo. O candidato do PT se formou no Senai e trabalhou os primeiros 10 anos na Eberle. Hoje, Paim almoça na Forjasul, do Grupo Tramontina, primeira empresa em que trabalhou em Canoas.

Tarso em Santa Maria
Com a caminhada prejudicada pela chuva, Tarso fez um roteiro por Santa Maria, onde residiu até o início do exercício de sua profissão de advogado e onde reside seu pai, Adelmo Simas Genro, filiado ao PSB. Cruzou por Vicente Bogo, candidato ao Senado do PSDB, e abraçou a bandeira do MST, movimento que apoiou Olívio na prévia.

Ciro cresce no RS
Embalado pelos últimos programas na TV, Ciro Gomes festejou os resultados das pesquisas em So bral, no Ceará, onde cresceu, acompanhado de Patrícia Pillar e dos filhos. No RS, pelo Ibope, Ciro também subiu, está com 20%, mas, diferentemente da média nacional, ainda cinco pontos abaixo de Serra, possivelmente em razão das orientações de Brizola para que não participe do mesmo palanque de Britto, que com 35% é o primeiro colocado ao Piratini. Com 25%, o presidenciável está 11 pontos abaixo de Lula (36%), que obtém seus piores resultados no RS, que lheu deu sempre a dianteira, com exceção de 1989, quando Brizola esteve na ponta, mas apenas no primeiro turno.

Turra para federal
O ex-ministro Francisco Turra lançou no fim de semana sua candidatura a deputado federal em Marau, sua cidade natal, com a presença de Celso Bernardi, candidato a governador do PPB, e de Denise Kempf, que concorre a vice. Turra recebeu mensagens de apoio do vice-presidente da República, Marco Maciel, e de dona Ruth Cardoso, primeira-dama, que preside o Conselho da Comunidade Solidária.

Mirante
• Mesa da Assembléia aguarda manifestação do Ministério Público para tomar providências em relação a um possível desvio, por parte do gabinete do deputado Marco Peixoto, de auxílio destinado a uma associação de moradores.

• Os candidatos participam hoje de seminário na Assembléia sobre Direito Eleitoral, a partir das 9h. Será aberto pelo ministro Nelson Jobim. O presidente do TSE foi brilhante em palestra para jornalistas, sexta.

• Ministério Público emitiu parecer opinando pela imputação de crime de injúria qualificado, desacato a militar, ofensa aviltante a inferior e uso indevido de uniforme (boné do MAB) na invasão de barragem de Pinhal da Serra. A notícia-crime foi encaminhada pelo coronel Monteiro. Na ocasião, o tenente-coronel Luiz Carlos Martins foi afastado do comando da tropa que impediu a invasão do canteiro de obras da empresa, no cumprimento de ordem judicial. Luiz Carlos Ferreira atua como advogado.

Os investigados são: o governador, Bisol, o deputado Dionilso Marcos, o comandante da BM, frei Sérgio Gßrgen e o ativista Selmar Jaguzeviski.


ROSANE DE OLIVEIRA

Ciro, a novidade
O mercado financeiro abre hoje sob impacto de duas pesquisas divulgadas após o encerramento das operações de sexta-feira e que indicam empate técnico entre Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB) no segundo lugar. Apesar de Serra ter passado o fim de semana tentando minimizar a importância da pesquisa, é inegável que ela abala o ânimo dos tucanos. No mínimo, obriga Serra a rever sua estratégia de atacar preferencialmente o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que segue firme em primeiro lugar.

Se por um lado leva pânico ao ninho tucano, o crescimento de Ciro não agrada ao PT, que no segundo turno prefere enfrentar o candidato do governo. Mesmo convencido de que é raro o resultado de uma pesquisa feita três meses antes da eleição se repetir nas urnas, Serra deverá agir para evitar que Ciro se distancie na segunda posição.

Todas as expectativas se voltam para as pesquisas que serão realizadas a partir de quinta-feira. De hoje até lá, os quatro principais candidatos a presidente se apresentarão no espaço mais nobre da televisão brasileira, o Jornal Nacional, da Rede Globo. As entrevistas de 10 minutos, ao vivo, serão assistidas por um público que pode chegar a 50 milhões de telespectadores. Sem os truques da propaganda eleitoral e a ajuda dos homens de marketing, Ciro, Anthony Garotinho, Serra e Lula – nesta ordem – terão de se mostrar como realmente são.

No Rio Grande do Sul, segundo a pesquisa do Ibope, Ciro também se aproxima de Serra, mas a vantagem do tucano entre os gaúchos está fora da margem de erro de 3,1 pontos percentuais. Diferentemente de eleições anteriores, em que tinha no Estado percentuais superiores aos do resto do país, Lula agora tem índices iguais ou menores, embora se mantenha na liderança. O desgaste do PT por ser governo acabou afetando, no Rio Grande do Sul, a candidatura de seu líder maior à Presidência.

Na disputa pelas duas vagas do Senado, nenhuma novidade na liderança isolada do deputado Sérgio Zambiasi (PTB). A surpresa foi a vantagem do senador José Fogaça em relação aos candidatos do PT, já que na sondagem anterior, do Cepa-UFRGS, Emília Fernandes aparecia 2,5 pontos percentuais à frente de Fogaça. Agora o candidato do PPS tem 11 pontos de vantagem sobre a senadora petista.


Editorial

INFLAÇÃO CIVILIZADA

Mesmo em tempo de turbulências nos mercados, é importante que o país não perca a dimensão do que foi seguramente o seu maior avanço econômico em épocas recentes. A observação vem a propósito da divulgação, pela Fipe, neste fim de semana, da inflação acumulada de julho de 1994 a junho de 2002. Tomando como base São Paulo, o IPC, no período que corresponde aos primeiros oito anos do Real, contabilizou uma variação de 103,2%. À primeira vista, o número parece avultado. Importa considerar, no entanto, que essa cifra, relativa a quase uma década, é praticamente idêntica à de não mais de dois meses, antes do programa estabilizador. Em um país pobre de memória histórica, impende ter em mente ainda que a inflação dos 31 dias de março de 1990 bateu em espantosos 83,95% no conceito do IGP-M da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No ano que precedeu o plano, 1993, o IPC, calculado também pela FGV, subiu a estratosféricos 2.828,63%.

Ora, cifras dessa magnitude acabaram representando para os cidadãos deste país um ônus insustentável e o mais perverso dos impostos. Uma inflação de tal nível mina as energias produtivas da nação, avilta os salários, corrói o poder de compra da moeda, veda aos cidadãos a noção exata do valor de bens e mercadorias, agrava a concentração de renda, alarga a marginalização de vastos segmentos da população, amplia as desigualdades sociais, impede que os empreendedores planejem sequer a médio prazo, alenta uma ensandecida e ilusória ciranda de papéis na roleta do overnight. Mas se conjuramos um malefício dessas proporções, é preciso convir que os resultados das políticas saneadoras certamente teriam sido ainda mais pronunciados, não fosse o comportamento anômalo das tarifas administradas pelo governo.

Os resultados teriam sido ainda melhores, não fossem as
tarifas administradas pelo governo

Durante os oito anos do Real, e ainda de acordo com a Fipe, a energia elétrica subiu 141%; a água, 151%; a gasolina, 209%; o botijão de gás, 398%; a conta do telefone, 445%. Um caso emblemático é o dos combustíveis, que ainda na última semana sofreram nova majoração. Como observou não faz muito o professor Carlos Frederico Rocha, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “o governo esqueceu de avisar à Petrobras que tem metas de inflação”. De acordo com o especialista, a estatal atua como uma empresa privada voltada unicamente para seus interesses no tocante a preços. Como resultado, os segmentos que sofrem mais diretamente o encolhimento de suas margens de lucro são os dependentes do petróleo, da petroquímica aos transportes. Ora, com isso perdem sua capacidade de investimento, já que as tarifas administradas estão na base das cadeias produtivas.

O exemplo é eloqüente e dá margem a uma reflexão amarga: o poder público, que deveria ter o maior empenho em reduzir ainda mais os índices inflacionários, acaba sendo responsável por jogá-los para o alto.


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07/08/2002


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