Achado cativeiro do prefeito assassinado
Achado cativeiro do prefeito assassinado
Polícia encontra casa com cartas dirigidas a Daniel e documentos da Blazer usada no seu seqüestro.
A polícia localizou ontem uma casa na região do ABCD que, acredita, foi utilizada como cativeiro do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel. Motivo: no local, a polícia encontrou uma correspondência de um plano de saúde endereçada ao prefeito. Também foram encontrados documentos referentes a uma Blazer encontrada queimada no dia 22.
Para a polícia, trata-se da primeira prova "realmente concreta" de ligação entre um cativeiro e a morte do prefeito de Santo André. Vizinhos do cativeiro disseram à polícia que houve "muito movimento" no local no dia 19, o sábado em que o prefeito ainda estaria em poder dos sequestradores.
A casa, que no passado foi utilizada como bar, fica na rua Guacuri, na favela Pantanal, nas divisas de São Paulo, São Bernardo e Diadema. O delegado Edson Santi confirmou que vários papéis foram encontrados na casa, como o documento da Blazer queimada, semelhante à usada no seqüestro e a correspondência. O material foi enviado ao Instituto de Criminalística para exame.
Secretário foi ao apartamento
O secretário de Serviços Municipais de Santo André, Klinger Luiz de Oliveira Souza, confirmou ontem que foi ao apartamento de Celso Daniel no dia 19, cerca de 12 horas depois que o prefeito foi sequestrado. Vereador licenciado, Klinger disse que entrou no imóvel acompanhado da namorada de Daniel, Ivone de Santana, e a pedido dela.
Ele afirmou que o objetivo era checar se havia mensagens na secretária eletrônica do prefeito. Klinger declarou ainda: "Não voltei ao apartamento depois, nem tinha o hábito de frequentá-lo. Era um estranho ali".
As informações de sua suposta ligação com a Rotedalli, uma empresa prestadora de serviços à prefeitura, assim como a existência de tensões com o prefeito, a quem pretendia suceder, foram contestadas por Klinger. Ivone de Santana, namorada do prefeito, prestou depoimento ontem à Polícia Federal, que tem dúvidas sobre o relato que ela fez no início do semana ao Departamento de Homicídios.
O delegado Hermes Rubens Siviero Júnior, que preside o inquérito federal, questionou se Ivone efetivamente esteve no prédio no sábado: há informações na PF de que Ivone não acompanhou Klinger na ida ao apartamento. Também existem dúvidas sobre o reconhecimento da roupa que o prefeito vestia.
Envelope era de ex-garçom
O ex-auxiliar de garçom do Restaurante Rubaiyat Eduardo Costa Marto, de 21 anos, confessou ao delegado seccional de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Romeu Tuma Júnior, que era dele o envelope do estabelecimento encontrado no cativeiro de Embu, na região metropolitana. Segundo Tuma Júnior, o que não ficou claro, porém, foi como o invólucro foi parar no local.
"Ele disse que o envelope deve ter sido utilizado para guardar o resultado de um exame médico e a indenização, quando deixou o restaurante", disse o delegado.
O ex-garçom confessou ser amigo do grupo envolvido na libertação de presos, de helicóptero, num presídio de Guarulhos (SP). Mas não está claro se o grupo tem a ver com o seqüestro e morte de Celso Daniel.
Pista não leva a nada
A polícia do Pará prendeu ontem em Altamira, durante uma blitz de trânsito na rodovia Transamazônica, quatro homens suspeitos de participar do assassinato do prefeito de Santo André. Dois deles já têm passagens pela polícia, acusados de assalto e a situação dos demais está sendo checada.
Os quatro foram submetidos a um auto de reconhecimento por um militar da reserva de Marabá, que teria ouvido, num banheiro da estação rodoviária de Goiânia, os quatro confirmando a morte do prefeito e falando em o dinheiro que lhes fora entregue. Não deu em nada: o militar não reconheceu s presos. Interrogados pela polícia eles confirmaram apenas que tinham viajado de São Paulo para Goiânia e depois ido para Marabá.
Casa própria mais fácil em março
Caixa marca, para março, reabertura dos programas que financiam imóveis usados para quem tem renda média.
Os brasileiros que aguardam financiamento para a compra de sua casa própria terão que esperar mais um pouco. A Caixa Econômica Federal, principal financiador de imóveis para a classe média, prevê a abertura de três novas linhas de crédito somente em março.
Essas novas linhas deverão ser destinadas ao financiamento de imóveis usados que está fechado desde agosto do ano passado. Os créditos serão lançados em três modalidades: consórcio, título de capitalização com sorteio de imóveis e a poupança programada.
Esta última será uma reformulação do antigo "poupanção", que exigia uma prévia de, no mínimo, um ano para a obtenção do financiamento para a compra da casa própria.
As novas linhas fazem parte da meta da Caixa de financiar R$ 8 bilhões em imóveis até o final do ano. Os primeiros financiamentos, para imóveis novos, lançados no dia 2 de janeiro, ainda não chegaram ao consumidor. Anunciados no último trimestre do ano passado os R$ 1 bilhão em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não começaram a ser liberados.
As três modalidades de financiamento são destinadas a imóveis novos (prontos há até seis meses), imóveis na planta e para construção de imóvel próprio.
Quem espera há seis meses pela volta do financiamento é Shirlei Amorim, funcionária do Tribunal Superior do Trabalho. No final de agosto passado ela tentava adquirir sua casa própria, mas teve que desistir pela falta de financiamento.
"Estava procurando no Sudoeste e no Guará, mas sem financiamento não dava para comprar. As construtoras financiam, mas o prazo é pequeno e as parcelas são muito altas", reclama Shirlei.
Na sua opinião, a Caixa deveria ampliar seu crédito e passar a financiar também kitinetes, que apesar de serem consideradas como imóvel comercial, são usadas quase exclusivamente para moradia. "Quem mora sozinho, não tem como pagar um apartamento de dois quartos. É caro. Uma kit é o ideal", diz.
De acordo com a Superintendência de Negócios da Caixa no DF o crédito já está disponível, mas ainda não houve liberação, porque os procedimentos para liberação são demorados.
"Ainda não temos um balanço, mas a procura tem sido grande. Em 30 dias, mais ou menos, o dinheiro começará a ser liberado", informa o superintendente em exercício, Luis Gustavo de Oliveira Pereira.
Também a partir de março o grupo Silvio Santos estará lançando as primeiras cotas para o consórcio de imóveis. O plano denominado Minha Casa será administrado pelo Banco Panamericano e financiará casas no valor de R$ 15 mil a R$ 100 mil num prazo máximo de 120 meses. O objetivo do grupo é vender R$ 30 milhões em cotas por mês.
Alvo é quem ganha acima de R$ 2 mil
Para imóvel novo, três linhas prevêem teto de financiamento em R$ 180 mil, para casa ou apartamento avaliado em R$ 300 mil .
O financiamento para imóveis novos já lançado pela Caixa atenderá a famílias com renda acima de R$ 2.000,00. São três linhas diferentes e o valor máximo de financiamento é de R$ 180 mil, para imóveis avaliados em R$ 300 mil, no máximo.
A primeira linha é destinada a compra de imóveis na planta – que ainda serão construídos. A liberação dos recursos será feita de acordo com o cronograma da obra apresentado pelas construtoras. Os juros cobrados serão de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 10% ao ano, mais 4% ao ano.
A segunda modalidade beneficiará quem está construindo seu próprio imóvel ou adquirindo lote para construção da casa própria. Os juros são iguais aos dos imóveis na planta e a liberação do dinheiro também ser
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