Acidente em Alcântara: falha elétrica é mais provável
Para o ministro da Defesa, José Viegas, não está descartada, até o momento, a possibilidade de que um erro humano possa ter provocado o acidente no Centro de Lançamento de Satélites da Base Aérea de Alcântara, no Maranhão. Por outro lado, também não há, nas imagens gravadas e nos levantamentos realizados, sinal de ocorrência de falha humana significativa a ponto de ser a causa da explosão. Para ele, as investigações apontam para uma possível ignição intempestiva de um dos motores, causada por corrente elétrica.
O ministro lastimou profundamente a morte dos 21 trabalhadores, disse que o governo dará total apoio às famílias das vítimas, mas assegurou que a orientação do governo é para que seja dado prosseguimento ao programa espacial brasileiro.
- Infelizmente, não há nenhum programa dessa natureza no mundo que não tenha tido acidentes. Chegou a nossa vez de amargar a perda injusta de 21 honrados brasileiros. A nossa melhor homenagem a eles é continuar com o programa - disse o ministro, anunciando que o governo intenta lançar o VS 40 (satélite) ainda este ano, para mostrar a firme intenção de progressão do projeto espacial nacional.
Apesar de o trabalho que estava sendo feito pelas vítimas não ser de natureza perigosa, o ministro assumiu que o acidente foi o pior já ocorrido no Brasil, mas disse que a experiência vai servir para evitar ocorrências futuras. -Vamos aprender com as causas do acidente-, afiançou.
O senador Hélio Costa (PMDB-MG) aventou a hipótese de ocorrência de interferência eletrônica - pela inoculação de um vírus de computador nos programas do Centro de Lançamentos - capaz de disparar o comando de disparo dos foguetes. Em resposta, o diretor do Centro Técnico Aeroespacial, major-brigadeiro-do-ar Tiago da Silva Ribeiro, esclareceu que o sistema operacional do projeto não tem qualquer ligação com a Internet. Ele considerou remota a idéia de um hacker - pirata de redes de computadores - haver agido no acidente. E contou que foi tudo tão rápido que as vítimas não tiveram chance sequer de tentar a saída de escape. -Foram segundos-, lamentou.
04/09/2003
Agência Senado
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