ACM critica suposta ironia de Lula em relação ao resultado das eleições na Bahia



Ao discursar em Plenário nesta quarta-feira (4), o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) criticou duramente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter, segundo ele, ironizado o resultado da eleição para governador na Bahia, na qual o PT saiu vitorioso. O senador disse que, ao receber em audiência na terça-feira (3) o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), o presidente Lula teria pedido aos fotógrafos presentes que procurassem e tirassem fotos de Antonio Carlos Magalhães "para ver como está a cara dele", em virtude do resultado das eleições baianas.

Da tribuna, Antonio Carlos Magalhães retrucou e colocou-se à disposição dos fotógrafos. Ele classificou o presidente Lula de "bêbado" e "desonesto" e pediu que Lula e o presidente do PT, Ricardo Berzoini, expliquem "o problema do dossiê" que, na interpretação do senador, foi fabricado por ambos com o objetivo de prejudicar o então candidato do PSDB a governador de São Paulo, José Serra.

- Lula não tem autoridade nem de ser fotografado, que dirá de aparecer em público. Falta-lhe dignidade para o exercício da Presidência. Falta-lhe moral para o exercício da Presidência. Falta-lhe aquilo que é mais indispensável: a credibilidade - disse.

O senador aproveitou para elencar figuras do governo do PT envolvidas ou acusadas de participar de casos de corrupção, como Freud Godoy, Gedimar Passos, Expedito Veloso, Valdebran Padilha, Jorge Lorenzetti, Humberto Costa, José Dirceu, Paulo Okamotto, Waldomiro Diniz, Delúbio Soares, Marcos Valério, Henrique Pizzolato, Ivan Guimarães e João Magno.

- Minha cara é esta. Não sei se é boa ou ruim, mas é a minha, não tenho outra. Agora, o presidente tem várias caras. Tem a cara do bêbado, tem a cara do desonesto e tem a cara que felicita a Nação brasileira mentindo desavergonhadamente todos os dias - afirmou.

Ao apartear o pronunciamento do colega, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) prestou solidariedade a Antonio Carlos Magalhães e condenou a atitude irônica do presidente Lula. Na opinião de Jefferson Péres, é "inaceitável que o presidente da República se dirija a um político, a um parlamentar individualmente, nesses termos ofensivos e debochados".

04/10/2006

Agência Senado


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