ACM deve renunciar na quarta-feira
Com isso, Antonio Carlos desiste de se defender no processo pedido pelo Conselho de Ética, onde é acusado de ferir o decoro parlamentar no episódio de violação do painel de votações do Senado.
As investigações sobre o caso tiveram início há pouco mais de dois meses, quando a revista IstoÉ publicou reportagem sobre uma conversa de Antonio Carlos Magalhães com três procuradores da República, em fevereiro passado. A conversa foi gravada pelo procurador Luiz Francisco de Souza, que repassou a fita à revista. Na reportagem, a IstoÉ informava que o senador conhecia a lista com os votos dados na sessão secreta que cassou o senador Luiz Estevão, em 28 de junho passado.
Uma comissão administrativa do Senado investigou se o painel havia sido violado (o que foi confirmado), enquanto o Bloco Oposição pediu averiguações do Conselho de Ética para opinar se Antonio Carlos havia ferido o decoro parlamentar. Durante as investigações, funcionários do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado (Prodasen) confirmaram a violação e sua diretora, Regina Célia Peres Borges, afirmou ao conselho que a lista dos votos fora retirada a pedido do então senador José Roberto Arruda.
Arruda insistiu que apenas consultou a ex-diretora sobre a possibilidade de se conhecer os votos do painel. Disse ainda ter mostrado a lista a Antonio Carlos, o qual telefonou a Regina Borges para tranqüilizá-la. O relator do conselho, senador Roberto Saturnino (PSB-RJ), concluiu que os dois cometeram "irregularidade grave" e solicitou à Mesa do Senado a abertura de processo de cassação dos mandatos dos dois envolvidos. O plenário do conselho aprovou o relatório nesta quarta (dia 23) e, antes que a Mesa se pronunciasse sobre a abertura do processo de cassação, Arruda renunciou na manhã desta quinta-feira (dia 24) e Antonio Carlos Magalhães pretende fazer o mesmo na quarta (dia 30).
24/05/2001
Agência Senado
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