ACM VOLTA A ATACAR A CORRUPÇÃO DA SUDAM



"O Brasil não pode resistir à sangria provocada pela corrupção", afirmou em Plenário, nesta segunda-feira (dia 4), o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Ele voltou a mencionar os escândalos envolvendo a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ligada ao Ministério de Integração Nacional e responsável pelo fomento do desenvolvimento sustentável na região. O ministro Fernando Bezerra, no entanto, foi eximido das acusações. Para o senador, que pediu uma rápida apuração, o ministro apenas estaria "inibido" pelas ligações políticas com as pessoas envolvidas nos escândalos.

Antonio Carlos leu reportagens publicadas pelos jornais Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil, sobre as suspeitas de corrupção no órgão, e pediu à mesa do Senado que envie cópias ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e também ao ministro da Casa Civil, Pedro Parente, para que cheguem ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele enviou cópias ainda ao Conselho de Ética porque o assunto envolve o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

Citando o jornalista Josias de Souza, da sucursal da Folha em Brasília, o senador afirmou que as investigações em torno do desvio de recursos da Sudam arrastam-se há quatro anos, e não se devem à luta em torno de sua sucessão na presidência do Senado. "Lançar as provas recolhidas no balaio da discussão política brasiliense é um desrespeito ao trabalho dos procuradores da República e auditores da Receita Federal", disse.

Antonio Carlos apontou para a utilização de "empresas fantasmas", como a Companhia de Mecanização da Amazônia (CMA), que apesar de inexistente, recebeu R$ 12,5 milhões da Sudam. Ao todo, segundo as últimas denúncias, os desvios chegam a cerca de R$ 300 milhões, incluindo os casos pendentes de investigações. Isto, apesar de os casos de corrupção na Sudam alcançarem, em regra, cifras superiores a um bilhão de reais, segundo afirmou.

Mencionando a reportagem do JB, o senador apontou ainda para 49 convênios assinados entre a Sudam e diversas prefeituras do interior do Pará e de Roraima, governadas pelo PMDB. Mesmo recebendo parecer contrário da própria procuradoria do órgão, os recursos - R$ 11,27 milhões - foram liberados ilegalmente, a título de "transferência voluntária", pelo ex-superintendente da Sudam, Maurício Vasconcelos, que teria sido indicado pelo senador Jader Barbalho.

04/12/2000

Agência Senado


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