Acordo entre Brasil e Argentina é modelo para a ciência internacional



A cooperação científica entre o Brasil e a Argentina é um bom modelo para a comunidade científica mundial, principalmente para a América Latina e o Caribe. A afirmação é do físico nuclear Mario Mariscotti, um dos palestrantes do Fórum Mundial de Ciência (FMC) que acontece no Rio de Janeiro.

Membro de diversos conselhos científicos e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o especialista avalia que a interação científica é uma das melhores maneiras para solucionar problemas comuns em países vizinhos. “A Argentina tem muita experiência em nanotecnologia, biotecnologia e em química. A troca de conhecimentos vai agilizar o desenvolvimento da região”, afirmou.

Um dos exemplos citados pelo físico é a cooperação em pesquisas nucleares com o Brasil. As pesquisas tecnológicas nesse setor são feitas com acordos de salvaguarda para que a tecnologia nacional seja protegida. Em maio, o governo brasileiro firmou um contrato com a empresa argentina Invap para a elaboração do projeto básico dos itens e sistemas nucleares do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).

A ação faz parte dos acordos de cooperação bilateral para o desenvolvimento de usos pacíficos da energia nuclear e da declaração conjunta firmada pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro de 2008.

Mariscotti destacou que é preciso aproveitar a boa relação entre os países da região para estabelecer mais parcerias. “Deveríamos aproveitar que não há um clima de tensão nesta região para fortalecer a ciência. Não há nada que impeça essa cooperação.”

Cooperação regional

No último dia 21, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Academia Brasileira de Ciências apresentaram a Declaração da América Latina e do Caribe ao FMC. Ela propõe projetos regionais de desenvolvimento para enfrentar desafios comuns, como a harmonização de marcos legais, a redução de assimetrias e a criação de laboratórios multiusuários.

O documento se baseia em textos diplomáticos elaborados a partir de encontros promovidos por Unesco, Conselho Internacional para a Ciência (Icsu, na sigla em inglês), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

De acordo com Mariscotti, a iniciativa tomada pelo governo brasileiro na elaboração do documento veio em boa hora. “[Para os planos saírem do papel] basta querer fazer, ter inteligência e pessoas nos governos com visão aberta para entender que a ciência e a tecnologia são importantes.”

Uma ação articulada com foco em ciência, tecnologia e inovação também foi defendida pelo diretor do Escritório Regional de Ciência e Tecnologia da Unesco, Jorge Grandi, como uma possível solução para os problemas que enfrentam os países latino-americanos e caribenhos.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 



27/11/2013 10:11


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