Acusado nega intermediação de caminhões roubados no Estado



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso que investiga o roubo de cargas continuou, ontem, a promover audiências públicas na Assembléia Legislativa. A CPI, presidida pelo senador Moreira Mendes (PFL-RR), ouviu o depoimento de Ademir Albarello, acusado de intermediar a venda de caminhões roubados no Nordeste do país para comerciantes do Rio Grande do Sul. Argüido pelo deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), Albarello, que está preso há 11 meses, negou fazer parte de uma quadrilha de assaltantes que também fazia desmanches. Ele negou ainda que tenha intermediado a venda de cerca de 30 caminhões roubados para a cidade de Tapejara. Albarello disse que intermediou apenas 16 caminhões e que tentou devolvê-los ao suposto vendedor, Roberto Wagner da Silva, quando descobriu serem roubados. O deputado, no entanto, afirmou que Albarello é membro de uma quadrilha de Salvador-BA. A CPI voltou a ouvir o comerciante Vitalino Favaretto, que comprou oito caminhões de Albarello. Ele alegou que os caminhões haviam sido vistoriados, mas, ao descobrir que a fraude, tentou devolvê-los, não recebendo seu pagamento de volta. Outro comerciante, Antônio Rossoni, também negou que esteja atuando no roubo de couro na região do Vale dos Sinos. O empresário Rudimar Basso, líder no mercado de revenda de caminhões no Rio Grande do Sul, teve seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados. Apesar de não haver provas contra ele, há suspeitas de enriquecimento ilícito. Basso acumulou patrimônio rapidamente, e já foi investigado pela CPI do Crime Organizado da Assembléia Legislativa gaúcha. A CPI ouviu, em sessão secreta, o comerciante Itamar Antônio Sbeghen. Um estoque de fios de cobre roubados foram apreendidos em seu depósito, e ele admitiu que seu filho, Juliano Grossi Sbeghen, também faz parte da quadrilha. Itamar falou em uma sessão secreta, mas, de acordo com deputado Robson Tuma (PFL-SP), não ajudou as investigações. O deputado estadual gaúcho Francisco Appio (PPB) solicitou a inclusão do caso do caminhoneiro desaparecido Sandro Ademir da Rosa nas investigações da CPI. A Comissão vai encaminhar à Polícia Federal requerimento pedindo a convocação dos suspeitos Léo Schaefer e Jaime Custódio da Silva para prestar depoimento à Comissão. O parlamentar declarou, ainda, que a Comissão, instalada desde de ontem em Porto Alegre, produziu mais do que em 60 dias de investigações. "Foi permitido a realização de acariações, desfazendo versões mentirosas que elucidaram algumas ramificações da receptação de roubo de cargas, da comercialização de caminhões roubados em outros estados e revendidos no Rio Grande do Sul", afirmou. Colaborou Assessoria de Imprensa do PPB

04/27/2001


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