Adelmir Santana defende benefícios para lojistas e clientes no uso de cartões



Autor de quatros projetos de lei para disciplinar a atuação das empresas do setor e o uso de cartões de crédito e débito no país, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) aproveitou a audiência pública sobre o assunto, realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (23), para defender medidas que beneficiem lojistas e consumidores.

Apesar da crescente lucratividade obtida pelas operadoras de cartões, o parlamentar reclamou que isso não tem revertido na redução de taxas de desconto - "50% mais caras que as pagas em outros países" - cobradas dos comerciantes. E admitiu, em seguida, que os varejistas não têm outra saída a não ser repassar para as mercadorias parte dos custos com o aluguel dos terminais e com o prazo de 30 dias para recebimento dos valores das compras a crédito.

- Não sou contrário ao uso de cartões, que significam economia para o Estado e segurança e comodidade para empresários e consumidores. Entretanto, enquanto as transações com cartões crescem em escala vertiginosa, os custos dessas operações não têm caído na mesma proporção. Nossos projetos pretendem beneficiar os consumidores e dar um tratamento diferenciado para os pequenos lojistas, que não têm poder de barganha no contato com as operadoras de cartões - comentou.

Competição

Um dos representantes da Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ivo Luiz de Sá Freire Vieitas Junior, justificou uma parte da taxação aos lojistas pela expansão dos cartões de crédito entre as classes economicamente menos favorecidas, o que teria contribuído para elevar o referencial de risco destas transações. Em relação à taxa de desconto - percentual cobrado sobre o valor da operação com cartão -, comentou que sua fixação leva em conta, predominantemente, o segmento, e não o tamanho das empresas que atuam nos ramos de comércio e serviços.

Após reiterar diversas vezes que a competição é crescente no setor, Ivo Vieitas Junior afirmou que consulta feita entre lojistas teria demonstrado desinteresse da maioria em praticar preços diferentes para pagamentos à vista e a prazo com cartão. Quanto às taxas de juros cobradas nas faturas, que ultrapassariam 400% ao ano segundo a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), teriam esse patamar por estarem vinculadas a linha de crédito de caráter emergencial.

- Em outras linhas de crédito ligadas ao cartão, as taxa são mais palatáveis - observou o representante da Abecs.



23/06/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Adelmir Santana defende mudanças para aprimorar uso de cartões de crédito e débito

Adelmir Santana defende compartilhamento de dados e terminais entre cartões de crédito e débito

Adelmir Santana pede aceleração de projetos de sua autoria com regras para cartões de crédito

Adelmir Santana critica 'lobby' dos cartões

Projetos de Adelmir Santana estabelecem melhorias no setor de cartões de crédito

Adelmir Santana quer livre concorrência entre empresas de cartões de crédito