Ademir Andrade recomenda que Brasil seja duro na negociação da Alca
Em defesa de sua tese, o senador argumentou que, apesar da alíquota média de importação praticada pelos Estados Unidos ser muito inferior à do Brasil, estima-se que cerca de 60% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estejam sujeitas a algum tipo de barreira não-tarifária.
Ademir Andrade sustentou que o Mercosul deve ser a prioridade número um da diplomacia brasileira na formação de blocos econômicos. Em sua opinião, a integração entre países semelhantes é mais conveniente que a integração com nações diferentes, daí por que o livre comércio deve ser aceito pelos brasileiros somente se puder ajudar na luta pelo desenvolvimento com justiça social.
O senador se disse preocupado com a crise enfrentada pelo Mercosul, argumentando que essa união aduaneira seria o trunfo mais importante para ajudar Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai nas complexas negociações que se avizinham com os Estados Unidos. Ele disse que, desde a desvalorização do real, em 1999, e a conseqüente substituição do regime cambial semifixo pelo flutuante, o Mercosul tem sofrido uma reversão no ritmo de comércio que vinha experimentando.
O senador lastimou que nessa conjuntura de indigência do mercado sul-americano se realize a negociação para a consolidação da Alca. Lembrando que a 3ª Cúpula das Américas, reunida em Quebec (Canadá), trabalha com um cronograma para que a Alca entre em vigor em 2006, o senador explicou que esse acordo aduaneiro só se efetivará mesmo em 2016. Como até 2006 muita coisa ainda pode acontecer, ele disse que o Brasil pode até decidir não entrar na Alca.
Essa é mais uma razão pela qual Ademir Andrade acha o Brasil deve continuar a promover o fortalecimento do Mercosul e a eventual inclusão de outros países nesse bloco. Da mesma forma, ele acha que o Brasil deve começar a negociar uma área de livre comércio com a União Européia.
19/04/2001
Agência Senado
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