ADVOGADO CONFIRMA DENÚNCIAS DE DILAPIDAÇÃO DO ESPÓLIO DE NOMINATO



O advogado criminal do espólio de Washington Nominato, Rommel Parreira Corrêa, confirmou, em depoimento nesta terça-feira (dia 10), todas as declarações prestadas perante a CPI do Judiciário pelos advogados Luiz Otávio Amaral e Joaquim Tomás Lopes, e pelo ex-auditor do Banco Central Antonio José Heitor. Por outro lado, ele classificou as declarações feitas à comissão na semana passada pelo inspetor de justiça do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Roberto Jorge Dino, como uma maquiagem da verdade.- Li linha por linha e grifei os principais pontos do depoimento de Roberto Jorge Dino. Ele veio à CPI numa vã tentativa de se explicar e elaborou uma peça preciosa não somente para esta comissão, mas para o Ministério Público usar contra ele próprio. É a prova de um ardil demoníaco do qual ele fez parte desde o primeiro momento - analisou Rommel Corrêa.Lendo trechos do relatório do Banco Central, Rommel Corrêa disse que o Consórcio Itapemirim, em 26 de agosto de 1988, menos de um ano após a morte de Washington Nominato, tinha apenas um carro pendente para entrega. Ainda baseado no mesmo documento, o advogado se referiu a uma série de irregularidades cometidas pelos administradores do consórcio nomeados pelo juiz Asdrúbal Cruxên.Algumas das irregularidades enumeradas pelo advogado do espólio foram a compra de material de construção que terminou sendo utilizado pela advogada Maria das Graças Leão, pagamento a advogado mediante recibo sem assinatura, abertura de conta em nome de Washington Nominato mesmo depois de ele ter morrido, compra de brindes e presentes. Tudo isso, denunciou Rommel Corrêa, com dinheiro do consórcio.Ainda entre a série de irregularidades que constam no relatório do Banco Central, Rommel Corrêa citou a participação de José Roberto Lugon e sua esposa em um congresso internacional de administradores de consórcio. O evento realizou-se em Buenos Aires, e além do casal, o motorista da advogada Maria das Graças Leão, Paulo Sérgio Silva, também viajou para Argentina, com todas as despesas pagas pelo Consórcio Itapemirim. Os gastos chegaram a R$ 108,8 mil entre passagens, hospedagem e outras despesas.Em uma loja de utensílios em Brasília, foram adquiridos copos de cristal, baldes de gelo e cinzeiros. Segundo o advogado Rommel Corrêa, se for somado todo o dinheiro desviado do consórcio, grande parte comprovada pelo relatório do Banco Central, o total chegará a R$ 24 milhões.

10/08/1999

Agência Senado


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