Agripino afirma que somente uma CPI poderá esclarecer os fatos ligados a Waldomiro



O líder do PFL, senador José Agripino (RN), conclamou o Congresso a persistir em seus esforços para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), entendendo ser esse o instrumento adequado para investigar o caso Waldomiro Diniz. Ele destacou, ainda, ter confiança de que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá pela obrigação do presidente do Congresso de indicar os membros da CPI, caso não sejam apontados pelos partidos.

- A Nação não esqueceu a fita de vídeo de Waldomiro pedindo propina, porque surgiu uma segunda com o subprocurador Santoro em situação comprometedora. Ninguém esqueceu o contrato CEF (Caixa Econômica Federal)/GTech, nem as acusações do ex-secretário Luiz Eduardo Soares. Vamos parar com essa farsa e investigar, a fundo, todas essas questões - advertiu.

Para Agripino, é imperativo a reabertura da sindicância feita no Palácio do Planalto porque somente foram tomados 20 depoimentos, dos quais 19 de subordinados a Waldomiro Diniz.

- É preciso ouvir autoridades do mesmo nível e superiores do ex-assessor, se a intenção for chegar à verdade. O que foi feito, até agora, é para inglês ver - comentou.

Segundo Agripino, a Nação brasileira quer saber se Waldomiro representa um câncer isolado ou se houve metástase para outras partes do governo. É preciso investigar os telefonemas do celular de Waldomiro e as ligações que ele mesmo fez, nos telefones do Palácio do Planalto, pois a sindicância se limitou a registrar as ligações feitas pelas secretárias, relatou.

Agripino leu trechos de um artigo escrito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto de 2000, em que exige a instalação de uma CPI para investigar o caso Eduardo Jorge, afirmando que "somente uma CPI, com poderes de quebrar sigilos bancário, telefônico e fiscal, pode esclarecer até que ponto o governo está envolvido nesse mar de lama".

Para o líder do PFL, uma sindicância completa feita no Palácio do Planalto sobre as atividades de Waldomiro Diniz podem ser uma boa base para as investigações da CPI, mas somente o funcionamento pleno da comissão no Congresso pode esclarecer a verdade, seja sobre Santoro, seja sobre Waldomiro, concluiu José Agripino.



02/04/2004

Agência Senado


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