Agripino critica reação de Lula a ataque de Chávez ao Congresso
O líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN), criticou a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ataque verbal do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Congresso Nacional brasileiro, que, na semana passada divulgou nota pedindo que Chávez reconsiderasse a decisão de fechamento da Rede Caracas de Televisão (RCTV).
Para Agripino, a resposta de Lula ("Chávez cuida da Venezuela, eu cuido do Brasil e Bush cuida dos Estados Unidos"), foi "uma saída à la Lula, nem tanto ao céu nem tanto ao mar". Com isso, disse o senador, o Congresso brasileiro ficou falando sozinho, pois não teve o Poder Executivo para contestar a agressão de que foi alvo.
- Se eu fosse presidente e o Poder Legislativo do meu país fosse agredido por presidente de um outro país, tomaria a sua defesa de forma elegante e não com desdém - afirmou o senador.
Agripino criticou também outra declaração do presidente Lula dada a uma afiliada da rádio BBC de Londres, em que ele teria se referido a Hugo Chávez como "parceiro do Brasil", acrescentando que "não representa perigo à América Latina".
Na avaliação de Agripino, se Chávez não representa um perigo neste momento, pelo menos não é um bom parceiro para o Brasil. O senador comparou o episódio diplomático com a Venezuela e sua inserção no Mercosul com a entrada do Paraguai no bloco, bastante questionada à época, pelo fato de o país não estar exatamente de acordo com a cláusula que prevê a democracia como pré-condição para a entrada no bloco.
Agripino citou diversos requerimentos aprovados na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para demonstrar a inadequação da reação do presidente venezuelano Hugo Chávez à nota emitida pelo Senado. Ele exemplificou, inclusive, com um requerimento do senador Arthur Virgílio (PSDB) endereçado à Cuba criticando o país pela agressão aos direitos humanos. Mesmo não sendo um país democrático, enfatizou Agripino, o governo cubano não se manifestou contra o requerimento.
Outro exemplo dado pelo parlamentar foi o requerimento apresentado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticando o governo iraquiano pela aplicação de pena de morte ao suposto responsável pela morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello em atentado terrorista à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) naquele país.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) concordou com a proposta de obstrução da entrada de Venezuela no Mercosul.04/06/2007
Agência Senado
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