Agripino defende quebra de sigilo de Okamotto



O senador José Agripino (PFL-RN) disse nesta terça-feira (4), durante acareação realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, que somente a quebra do sigilo bancário e fiscal do atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, irá colocar um ponto final na grande dúvida que, segundo ele, está "na garganta" dos brasileiros: se Okamotto usou ou não dinheiro do chamado valerioduto para pagar contas pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da filha dele, Lurian Cordeiro, e do então candidato a deputado federal pelo PT Vicentinho.

As afirmações de José Agripino foram consideradas por Okamotto meras "colocações pessoais". O presidente do Sebrae negou que tenha administrado as contas pessoais de Lula e de seus familiares. Em depoimento no ano passado na CPI dos Bingos, Paulo Okamotto confessou que pagou do próprio bolso uma conta de Lula, contraída junto ao PT, no valor de R$ 29 mil. O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse ter estranhado o alto valor do pagamento.

Ao longo da acareação, o ex-secretário municipal de Campinas e de São José dos Campos durante gestões do PT, Paulo de Tarso Venceslau, informou que, no final dos anos 90, Okamotto, Lula, Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), José Dirceu (ex-ministro chefe da Casa Civil) e Luiz Gushiken (atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos) criaram a TVT - Televisão dos Trabalhadores. Segundo Venceslau, todos eram sócios, e a TVT chegou a conseguir verbas publicitárias oficiais sem licitação pública. Okamotto negou as acusações e disse que a TVT não era uma empresa, mas uma organização não-governamental (ONG).



04/04/2006

Agência Senado


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