Agripino desafia governo a discutir retomada do crescimento econômico com parlamentares
Ao discursar em Plenário nesta terça-feira (5), o líder do PFL, senador José Agripino (RN), convidou integrantes do governo federal a discutirem com os parlamentares, em reunião no Congresso Nacional, "o destravamento do crescimento econômico do país". O senador disse que o crescimento anual de 5%, prometido pelo presidente da República, não é possível, dentre outro motivos, em virtude da alta carga tributária, da elevada taxa de juros e do marco regulatório do setor energético.
- Em vez de o presidente da República acenar para a coalizão, deveria acenar para que nos sentemos aqui no Congresso para discutir as fórmulas de baixar as taxas de juros e a carga tributária e de mudar os marcos regulatórios - afirmou.
Agripino sublinhou que, exceto o Brasil, todos os países do grupo denominado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram crescimento econômico significativo em 2006. Nos últimos 12 meses, afirmou o senador, a China cresceu 10,4%, a Índia 9,2% e a Rússia 6,6%, enquanto o Brasil cresceu menos de 3%.
Embora a inflação esteja contida e a renda dos trabalhadores tenha aumentado, acrescentou Agripino, a capacidade de endividamento dos cidadãos está chegando ao limite. Para que um crescimento acima de 3% seja possível, avaliou o líder do PFL, são necessários investimentos em infra-estrutura, atração de investimentos externos, aumento dos investimentos internos e revisão da carga tributária e das taxas de juros do país.
Os investimentos estrangeiros no Brasil vêm diminuindo, acrescentou Agripino. Ele disse que, de janeiro de 2003 a outubro de 2006, foram retirados do país algo em torno de US$ 19,2 bilhões de investimentos de empresas estrangeiras.
- No setor elétrico, só nos últimos quatro anos, além de não ter havido investimentos novos por conta do marco regulatório defeituoso, foram embora 1,5 bilhão de dólares de capital estrangeiro - afirmou.
Em apartes, os senadores Edison Lobão (PFL-MA), Heráclito Fortes (PFL-PI), João Batista Motta (PSDB-ES) e Jefferson Péres (PDT-AM) comentaram e elogiaram o pronunciamento do colega.
05/12/2006
Agência Senado
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