Agripino: possível crise financeira mostra a necessidade de "entendimento nacional"



O líder do PFL, senador José Agripino (RN), criticou duramente o governo nesta quinta-feira (25) por não ter, em sua opinião, preparado o país para enfrentar a possibilidade de uma crise financeira global, como a que pode ser desencadeada pela alta dos juros nos Estados Unidos. O parlamentar disse ver a fuga de R$ 2 bilhões de investimentos estrangeiros das bolsas de valores em dez dias como um sinal de fragilidade do Brasil.

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O senador recomendou aos eleitores a "troca do governo", mas pregou a conveniência de um "entendimento nacional" para livrar o país de um "tsunami econômico".

Agripino observou que o dólar subiu em decorrência da compra da moeda estrangeira pelos investidores que deixaram o mercado de ações. E estes saíram do Brasil em busca de praças mais seguras para suas aplicações, o que poderá se intensificar, dependendo do desenrolar da crise. No entender do senador, a conseqüência imediata será a interrupção daqueda dos juros no Brasil, e até mesmo a sua eventual elevação.

- Caiu a máscara. A fantasia acabou - afirmou o líder do PFL, que acusou o governo de falhar na implementação de reformas importantes, como a política, a trabalhista e a sindical. Essas medidas teriam fortalecido o país, introduzindo um novo e robusto dinamismo econômico, livrando o país da dependência da renda proveniente de commodities como a soja, assim como dos reflexos que a comercialização dessas commodities têm em variáveis como o emprego.

Para o senador, "está claro que a bonança que vínhamos experimentando não era fruto da eficiência do governo, mas da renda das exportações".

-Estávamos nos beneficiando de um artificialismo econômico - disse Agripino, com a concordância do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Essa avaliação foi contestada, em aparte, pelo senador Sibá Machado (PT-AC), que disse estar certo das ações promovidas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva para ajustar suas contas, mas ponderou que em três anos não foi possível elevar o Brasil ao ponto de ficar imune às instabilidade do mercado internacional.

- Não vamos resolver problemas estruturais com jeitinhos - disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), referindo-se a incentivos fiscais concedidos a investidores estrangeiros.

Já o senador Jefferson Péres (PDT-AM) pregou um entendimento das forças políticas em torno de "pontos básicas"para o país, com o que concordou o líder do PFL.

- Talvez seja mesmo a hora de um entendimento, por meio do qual possamos fazer o que o governo não fez, antes que seja tarde demais - afirmou Agripino.



25/05/2006

Agência Senado


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