Agripino presta contas das medidas adotadas pelo DEM no escândalo do DF



O senador José Agripino (RN), líder do Democratas (DEM) no Senado Federal, fez nesta quarta-feira (24) um resumo das medidas tomadas pelo seu partido diante das denúncias de envolvimento de integrantes da agremiação no escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal. Agripino lembrou a decisão do DEM de expulsar José Roberto Arruda de seus quadros, quando ainda estava no cargo de governador, e de excluir igualmente da legenda o então vice-governador Paulo Octávio, que depois de assumir o cargo de governador, renunciou.

Tanto Arruda, agora licenciado do cargo e preso, como Paulo Octávio, lembrou Agripino, desfiliaram-se do DEM antes que o partido os expulsasse. O senador reconheceu que "é duro" cumprir o papel de "censor' dos seus companheiros de partido.

- Nada pior do que ser obrigado a punir companheiros com quem convivemos por muito tempo. Mas o meu partido tinha a obrigação de mostrar ao Brasil que não convive com a impunidade e muito menos com a improbidade. O partido agiu como precisava agir. Nem todos os partidos acusados de coisa semelhante o fazem, mas nós o fizemos - afirmou.

Agripino também anunciou a auto-dissolução do Diretório Regional do DEM no Distrito Federal e a nomeação do senador Marco Maciel (DEM-PE) como interventor.

O senador negou a existência de um "mensalão" do DEM de Brasília, como tem divulgado a imprensa, dizendo que o que existe é o "mensalão" do governo do DF.

Agripino comparou a atitude do DEM no caso do escândalo do DF com aquela adotada pelo Partido dos Trabalhadores quando foi denunciado o "mensalão" do PT. Lembrou que o ex-ministro José Dirceu, denunciado no Supremo Tribunal Federal como "chefe da quadrilha" que administrava o "mensalão" do PT "continua circulando pelos gabinetes de ministros e goza de grande prestígio no PT e no governo Lula".

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse, em aparte, que o Democratas deu um exemplo a ser seguido e que não se deve admitir a contaminação da instituição partidária. Ele assinalou que, enquanto o presidente Lula premia seus "mensaleiros", o Democratas faz um expurgo.

O senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) disse que Agripino foi um dos líderes responsáveis pelo processo de recuperação do partido. Ele lembrou que o PT escolheu Delúbio Soares como bode expiatório, mas manteve José Dirceu como líder e acaba de readmitir "o aloprado" Hamilton Lacerda, ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Agripino reúne as condições morais e éticas para prestar contas, pois o Democratas se diferenciou de todos os outros partidos ao punir os envolvidos no escândalo. Ele também lamentou que o PT tenha se escondido atrás do PMDB para derrubar a convocação da ministra Dilma Roussef na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e assinalou que a ditadura militar tinha "mais acanhamento de fazer as coisas".

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) observou que o Democratas tem pessoas que ao longo de sua história nunca tiveram problemas com a Justiça.

O senador Adelmir Santana (DEM-DF) disse que todos os integrantes do partido sofreram com o caso do Distrito Federal. Segundo ele, apesar do constrangimento, as relações pessoais precisam ser colocadas de lado em nome de um projeto político.



24/02/2010

Agência Senado


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