Agripino quer reduzir carga tributária para tornar crescimento sustentável



Ao comentar o crescimento de 5,4% do Produto Interno Brasileiro (PIB) em 2007, o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse estar preocupado com a sustentabilidade desse crescimento. De acordo com o senador, o aumento se deve principalmente à ampliação do consumo, ocasionado mais pela expansão do crédito que pelo aumento da renda. Para que o crescimento do PIB seja sustentável, acrescentou, seria necessário, em primeiro lugar, reduzir a carga tributária e investir em educação e infra-estrutura.

- O crédito cresceu violentamente porque a inflação baixou, possibilitando que o crédito fosse oferecido a uma taxa de juros baixa. Ao lado da alegria dos 5,4% de crescimento do PIB vai a preocupação com a sustentabilidade do processo. Na minha visão, não é sustentável. Podemos estar dentro de uma bolha, uma bolha que pode terminar e gerar uma grande frustração - alertou.

Agripino acredita que o crescimento econômico de outros países emergentes - como Rússia, Índia, China, Argentina, México e Indonésia - vai superar o crescimento brasileiro.

- Estamos inseridos em um contexto internacional, onde a nossa economia cresce porque crescem muito as nossas exportações - observou Agripino, dizendo-se preocupado com a concorrência desses países emergentes em relação ao Brasil no comércio mundial.

Fome Zero e Bolsa-Família

O líder do DEM aproveitou para criticar o Programa Bolsa-Família por não exigir dos beneficiados a garantia de manutenção de crianças e adolescentes na escola. O senador citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para demonstrar que a evasão escolar aumentou 45,5% nos 200 municípios mais favorecidos com recursos do Bolsa Família.

Entretanto, assinalou em seguida, em diversos municípios atendidos pelo programa o número de votos recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve significativo crescimento se comparadas as eleições de 2002 e 2006. Agripino terminou seu discurso deixando claro não querer o fim do Bolsa-Família, mas apenas que o programa seja aperfeiçoado.



13/03/2008

Agência Senado


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