Alberto Silva diz que biodiesel é solução para sem terra no Brasil
O senador Alberto Silva (PMDB-PI) apelou ao presidente Fernando Henrique Cardoso para que o governo libere a verba de R$ 200 mil que permitirá a entrada em funcionamento imediato da usina-piloto de produção de óleo diesel feito de mamona. Instalada em Teresina, no Piauí, a usina será administrada pela Universidade Federal do Piauí. A verba já tinha sido prometida pelo então ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, antes de seu afastamento do cargo.
Alberto Silva explicou que 1.200 lavradores do Piauí já foram treinados para produzir mamona em um hectare de terra por família. A mamona é plantada junto com feijão, com tecnologia da Embrapa. O feijão servirá para complementar a renda e também para a alimentação dos lavradores, que terão uma renda superior a R$ 700 por mês, além de terra e de assistência técnica. Quando a usina entrar em funcionamento, produzirá mil litros de óleo diesel por dia, o chamado biodiesel, combustível que será totalmente comprado pelo metrô do Piauí.
O senador explicou que a tecnologia para produção de óleo diesel a partir da mamona foi desenvolvida no fim dos anos 70, em convênio com a Universidade Federal do Ceará, quando Alberto Silva era presidente da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos (EBTU). Para ele, a plantação de mamona destinada à produção de óleo diesel é a solução para o problema dos sem terra em todo o país:
- Seria à base de um ou dois hectares por família de lavradores, terra que seria cedida pelos grande proprietários, que ficariam com uma parte da produção em troca também da assistência técnica e da venda do produto. O próximo governo poderia estabelecer a meta de duplicar a produção brasileira de grãos em oito anos, dos atuais 80 ou 100 milhões de toneladas, para 250 milhões, por exemplo, com base nesse sistema, que é muito mais eficiente do que as desapropriações e assentamentos do Incra.
Segundo Alberto Silva, o sistema poderia ser implantado em qualquer parte do país onde houvesse populações sem terra, mas começaria pelo semi-árido nordestino. Os pequenos produtores se uniriam em associações, em vez de cooperativas. A única participação do governo seria por intermédio do Banco do Brasil, que abriria contas individuais, compraria a produção e remuneraria cada um deles de acordo com a produção.
A usina do Piauí, que depende apenas de R$ 200 mil para funcionar, seria o projeto-piloto para a experiência, a ser estendida a todo o Brasil. O senador explicou que, além de produzir um óleo diesel não poluente, "limpo", o pé de mamona é uma árvore com grande poder de absorção do gás carbônico, pelo tamanho da folha e a intensidade da fotossíntese.
07/06/2002
Agência Senado
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