ALCÂNTARA ALERTA PARA OS PERIGOS DA DESERTIFICAÇÃO
"Um bilhão de pessoas no mundo já vivem, nos dias de hoje, em desertos", alertou o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), enfatizando que, de acordo com dados das Nações Unidas, 25% do território brasileiro está ameaçado pelo processo de desertificaçãoem função de queimadas, mineração irracional, uso excessivo de agrotóxicos, salinização das áreas de irrigação e poluição ambiental.
Para Alcântara, não é somente no nordeste que a desertificação representa uma ameaça. "Os areais de Alegrete (RS) - uma mancha arenosa que os gaúchos conhecem bem, e se estende por 240 quilômetros entre os municípios de Assis e Alegrete - já é o primeiro deserto no Brasil. "Trata-se de um processo de degradação da capacidade produtiva das regiões secas pela ação do homem. Uma zona desertificada deixa de ser produtiva para virar uma terra morta e o processo de recuperação exige elevados investimentos".
Alcântara cita pesquisa da ONU mostrando que, na região Norte,o desmatamento indiscriminado e a erosão geram perdas agrícolas de 300 toneladas por hectare de solo. "No Centro-Oeste, perdem-se extensões imensas de terras produtivas pelo uso errado de técnicas de irrigação. No Sudeste, a devastação sistemática da Mata Atlântica, além de causar vergonha, representa a maior causa de deteriorização do solo. No Sul, a erosão avança e ameaça milhares de hectares de esterilidade, a médio prazo".
Sem dúvida, porém, é no Nordeste que o perigo é maior, admite Alcântara. "Em 55% do território o processo de desertificação já se manifesta. Ao todo, as manchas de vegetação escassa e fauna quase inexistente somam 700 mil quilômetros quadrados. Além dos prejuízos sociais, as perdas econômicas anuais chegam a US$ 500 milhões anuais. Para superar o problema, o Nordeste teria que investir, durante vinte anos, US$ 120 milhões anuais, numtotal deUS$ 2,5 bilhões, dinheiro que a região não dispõe".
Em 1977, na Conferência Internacional das Nações Unidas, no Quênia, a desertificação foi o ponto fundamental da pauta. "As discussões levaram à criação do Plano de Ação de Combate à Desertificação (PACD) com o objetivo de impedir a degradação dos solos do planeta. Infelizmente, 21 anos depois, a ONU constata que o problema agravou-se", enfatizou Alcântara, advertindo ser urgente que a sociedade se conscientize dessa ameaça iminente para o Brasil.
19/06/1998
Agência Senado
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