Alcântara alerta para reduzido alcance social da Internet



Apesar de reconhecer os benefícios proporcionados pelos avanços na área de tecnologia da informação, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) alertou para o fato de a disseminação de dados via rede mundial de computadores, a Internet, ainda ter um reduzido alcance na sociedade e propiciar a dominação econômica e cultural dos países de língua inglesa. Dentre os "perigos" da chamada "cibercultura", Alcântara destaca a perda das identidades locais em nome de uma cultura global ou mundial.

Outra questão preocupante apontada pelo parlamentar refere-se à exclusão social que marca o universo do ciberespaço. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentados por Alcântara, menos de 5% da população mundial tem acesso à Internet, dos quais 90% dos usuários estão em países industrializados. Quanto ao perfil dos internautas, são na maioria homens, jovens, do meio urbano, com nível superior de renda e educação.

Ao falar do cenário brasileiro, o senador tucano informou a existência de 10 milhões de assinantes da rede de computadores, dos quais 72% pertencem às classes A e B, 60% têm menos de 30 anos, 55% são homens e 57% moram na Região Sudeste. "Em outras palavras, poderíamos dizer que, no Brasil, o acesso à Internet ainda é excludente, pois alcança apenas os mais bem aquinhoados na pirâmide de estratificação econômica", declarou.

Diante desse quadro, Alcântara chamou a atenção para o poder da Internet em consolidar assimetrias na posse e disseminação de conhecimentos. Além de ressaltar que o vocabulário corrente da rede está grafado em inglês (home page, site, chat, e-mail), o parlamentar lembrou que três quartos das informações que circulam por suas páginas também estão escritas nessa língua.

"Não repudio as contribuições culturais de outros povos, mas rejeito o predomínio", disse. Na ocasião, Alcântara citou os esforços do Ministério da Educação para introduzir novas tecnologias de informação nas escolas públicas, a partir do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Considerou, entretanto, modestos os investimentos feitos no programa, cerca de R$ 100 milhões entre 1997 e 1998.

11/05/2001

Agência Senado


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