ALCÂNTARA APONTA FRAGILIDADE ADMINISTRATIVA



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) observou nesta terça-feira que é nítida a falta de controle administrativo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, uma vez que foram desviados R$ 169 milhões da obra de construção do fórum trabalhista, sem que o corpo de juízes e funcionários tivesse tomado providências para impedir as irregularidades.
Durante sessão de depoimentos na Subcomissão do Judiciário, o senador relacionou as situações que possibilitariam o desvio das verbas destinadas ao TRT-SP. Para ele, pode ter havido superfaturamento, com a compra de material por preços exorbitantes; especificações para a obra podem ter deixado de ser cumpridas, com o uso de material inferior; serviços teriam sido pagos sem nunca terem sido realizados. Diante disto, Alcântara estranhou que não fosse detectado o extravio de recursos.
Em resposta, o ex-presidente do TRT-SP (de 1992 a 1994), José Vitório Moro, classificou de frágil o controle interno do Tribunal quanto à utilização das verbas destinadas à construção do prédio do fórum.
- O juiz Nicolau dos Santos Neto (principal suspeito do desvio) tinha poderes imperiais? Vocês não sabiam de nada? - questionou Alcântara. Segundo o atual presidente do tribunal, Floriano Vaz da Silva, havia "oposição" a Nicolau, mas era "subterrânea", como ocorre nos regimes totalitários.
Lúcio Alcântara indagou especificamente de Moro porque manteve no cargo de diretor-geral durante parte de sua gestão um colaborador próximo do juiz Nicolau dos Santos Neto, Itagiba de Souza Toledo. Segundo Moro, a princípio Itagiba foi mantido no cargo por falta de opção. Mais tarde, exonerou o diretor "por incompatibilidade.

22/08/2000

Agência Senado


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