ALCÂNTARA MANIFESTA PREOCUPAÇÃO COM PROJETO DE PLANOS DE SAÚDE



O senador Lúcio Alcântara manifestou preocupação, hoje (dia 13), com os projetos que regulamentam os planos de saúde, atualmente em tramitação no Congresso. Ele observou que tanto o projeto original do Senado, quanto o substitutivo enviado pela Câmara, têm sido atacados pelas Procuradorias de Defesa do Consumidor e pelas Associações de Médicos.

- Talvez o melhor seja o Senado rejeitar ambos os projetos e elaborar uma proposta que realmente atenda aos interesses dos usuários e dos profissionais de Medicina - enfatizou.

Para Alcântara, os únicos que estão defendendo as atuais propostas são o governo e as grandes seguradoras que detém os planos de saúde. "É preciso olhar o assunto com cuidado, pois a clientela desses Planos é de milhões de pessoas", ponderou. "Há muitas denúncias de que os projetos não contemplam os interesses da classe média, justamente a maior usuária do sistema", disse.

Acrescentou o senador cearense que esse não é o maior problema da saúde. "Apesar de resolver a situação de muitos, os planos são um sistema suplementar, que somente pode ser usado por quem pode pagar. O grande desafio da saúde é oferecer um sistema básico de qualidade razoável para todos os brasileiros. E é preciso reconhecer que o governo tem claudicado no setor", destacou.

Lúcio Alcântara lembrou que o programa de privatização já rendeu R$ 50 bilhões e está em sua segunda fase. "O objetivo da venda de estatais era reduzir o tamanho do Estado para liberar verbas para saúde e educação e isso não parece estar acontecendo. Muitas universidades federais estão em greve, os salários são vis e os concursos não atraem candidatos para repor os que se aposentaram".

- Em relação à saúde, o quadro é até pior. Os recursos da CPMF, da ordem de 7 bilhões de reais por ano,terminamem janeiro de 1999. É preciso encontrar fontes permanentes de financiamento da saúde. Esperoque o atual ministro, JoséSerra, com seu perfil gerencial e apoio direto do presidente Fernando Henrique Cardoso, tenha êxito nessa missão - afirmou, manifestando sua confiança de que o novo ministro conseguirá varrer do mapa doenças anacrônicas como a dengue e a tuberculose, que ainda matam no país.



13/04/1998

Agência Senado


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