Alcântara ressalta a importância de Caio Prado Júnior



Por ocasião dos dez anos da morte de Caio Prado Júnior, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) lembrou, em Plenário, a importância de um intelectual que, segundo ele está no mesmo patamar de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. O autor de A Evolução Política do Brasil, continuou o parlamentar ao se referir ao historiador que foi um dos maiores nomes do partido comunista brasileiro, era um homem que tinha o objetivo de "mudar o Brasil e via nas idéias o caminho para isso".

Alcântara disse que, embora formado em Direito, Caio Prado freqüentou por dois anos o curso de Geografia e História. Discípulo de Deffontaines, o pai da Geografia Humana, os seus conhecimentos na área serviram de alicerce para a sua obra historiografia. O seu prestigio no meio político também era decorrência da sua altivez intelectual, Caio Prado tinha independência em relação ao Partido Comunista, onde, apesar de nunca ter ocupado um cargo, importante era bastante admirado e ouvido, ressaltou o senador.

Depois de militar no combate ao fascismo, na França, e na ajuda aos republicanos, na guerra civil espanhola, Caio Prado voltou ao Brasil e, em 1947, foi eleito deputado estadual por São Paulo. Seu mandato, lembrou Alcântara, não durou muito, o clima de guerra fria, posterior à 2ª Guerra Mundial, levou à cassação dos membros do partido comunista.

Tida como instrumento de divulgação das idéias do Partido Comunista, a revista de sua propriedade, entitulada Revista Brasiliense , foi fechada por causa do golpe militar de 1964. Alcântra defende Caio Prado dizendo que a publicação recebia colaborações de pessoas das mais diferentes tendências políticas, refletindo assim o seu espirito democrático.

Alcântara citou os prêmios recebidos por Caio Prado Junior, entre eles o Prêmio Jucá, em 1966, pela publicação de A Revolução Brasileira . Ele observou, no entanto, que a grandeza de Caio Prado não pode ser medida apenas por uma obra que tinha como objetivo permitir a compreensão do Brasil; a sua trajetória pessoal não pode ser desprezada.

21/06/2001

Agência Senado


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